A voz do Amazonas não teve um tom
oficial, nem oficialesco, mas repercutiu nas formas mais variadas
durante a conferência ‘Rio + 20’. Uma das vozes, literalmente, ecoou
pelo menos quatro vezes durante as atividades paralelas da conferência
da ONU, foi a da cantora Djuena, indígena da etnia tikuna, do Alto
Solimões.
Ambientalistas, indígenas,
cientistas, seringueiros, jovens, mulheres, economistas, autoridades
públicas, parlamentares. As participações foram de intervenções pontuais
a participações em reuniões com delegações e com as principais
autoridades das Nações Unidas.
Há
quem diga que a programação paralela, não-oficial, pode não ter tido
quase nenhum efeito no documento oficial da ONU, mas o compartilhamento
de ideias e troca de diálogos reativou a mobilização social há algum
tempo estagnada.
Cantora
Pelas trilhas calçadas do Aterro do Flamengo, Djuena Tikuna, 28, nascida na aldeia Umariaçu, em Tabatinga – localizada a 1.105 quilômetros de Manaus -, era frequentemente abordada por visitantes da Cúpula dos Povos - moças, rapazes, adolescentes, homens curiosos – para tirar fotografia ao seu lado. Não que isso que não fosse comum em relação aos indígenas, mas Djuena tinha algo mais: ela era uma espécie de “cantora oficial” do Acampamento Terra Livre na Cúpula dos Povos.
Pelas trilhas calçadas do Aterro do Flamengo, Djuena Tikuna, 28, nascida na aldeia Umariaçu, em Tabatinga – localizada a 1.105 quilômetros de Manaus -, era frequentemente abordada por visitantes da Cúpula dos Povos - moças, rapazes, adolescentes, homens curiosos – para tirar fotografia ao seu lado. Não que isso que não fosse comum em relação aos indígenas, mas Djuena tinha algo mais: ela era uma espécie de “cantora oficial” do Acampamento Terra Livre na Cúpula dos Povos.
Desde
que chegou, ao Rio de Janeiro, Djuena cantou em sua língua nativa em
diferentes eventos, da Tenda dos Povos Indígenas ao Museu do Índio,
acompanhada de dois músicos também indígenas (que nas horas vagas
vendiam peças de artesanato).
Sabendo
que seria convidada para cantar, levou três trajes, um vestido para
solenidades e outros dois para apresentações mais informais, todos
criados e costurados por ela mesma. Por meio de sua voz, Djuena cantou a
realidade não apenas de seu povo, tikuna, mas de todos os outros
“parentes” indígenas.
Ou seja, Djuena
não tem apenas uma voz bonita. Também é politizada e não esconde
indignação como a forma que os indígenas são tratados. Mas é gentil e
acessível com quem deseja saber mais informações sobre sua realidade.
Desde
os sete anos de idade, Djuena mora em uma comunidade urbana indígena
dentro de Manaus. Fala português com uma pronúncia peculiar, pois até os
10 anos de idade só falava tikuna.
O
interesse pela música veio há alguns anos, inspirada em sua prima,
Cláudia Tikuna, e quando havia a Feira ‘Puka´á’, na praça da Saudade, em
Manaus.
“As minhas músicas falam da
minha infância e de momentos marcantes. Falam do meu povo, mas também
falam dos problemas que passam os índios e de suas lutas”, explica a
cantora.
Primeiro CDHá cinco anos, Djuena participou da coletânea “Cantos Indígenas”, patrocinado pela Prefeitura de Manaus, com duas faixas, de um CD do grupo Imbaúba e de um trabalho do instrumentista Robson Miguel, seu cunhado (casado com sua irmã).
Fonte: acritica.com
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