quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

BOAS FESTAS A TODOS

ENTRAMOS DE FÉRIAS, E A
E QUE O ANO QUE VEM SEJA UM ANO DE MUITAS REALIZAÇÕES PRA TODOS.
BOAS FESTAS A TODOS
OS POVOS INDÍGENAS DO BRASIL, DE OUTROS PAÍSES, DO MUNDO, EM ESPECIAL PARA OS JOVENS INDÍGENAS.

Formatura simbólica dos acadêmicos indígenas UEMS

Ocorreu no dia 05 de Dezembro, a Formatura Simbólica dos acadêmicos indígenas formandos 2009 da UEMS/ Unidade de Dourados.
Foi um evento de muita emoção. Os acadêmicos cantaram, agradeceram, dançaram se emocionaram por mais uma etapa cumprida na vida.
Duadino Martinez da etnia kaiowá emocionado conta “não é fácil pra nós sairmos com 18 anos de nossas casas, de nossas aldeias, e passar a viver numa cidade diferente”.

Parabéns! E boa sorte.


Indianara/Kaiowá
indy.ramires@gmail.com

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Morre Quitéria Maria, uma das maiores lideranças indígenas de Pernambuco

Os povos indígenas de Pernambuco perderam uma de suas principais lideranças na noite de ontem. Após quatro dias de internação, a índia pancararu Quitéria Maria de Jesus, de 82 anos, faleceu em decorrência de complicações de diabetes, na cidade baiana de Paulo Afonso. Quitéria Binga, como era conhecida, teve importante participação no movimento demarcatório das terras de sua etnia, além de ter sido grande incentivadora da preservação da cultura Pancararu. Pernambucana de Jatobá, Quitéria era Casada e deixa sete filhos, netos e bisnetos.

Entre as principais realizações da líder pancararu, destaca-se a criação da primeira casa de parto e da primeira creche em terras indígenas no País. De acordo com a administradora regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), Estela Parnes, o trabalho desenvolvido por Quitéria Binga era reconhecido internacionalmente. “Ela tinha uma importância realmente efetiva na luta dos índios pela conquista de seus direitos. Há poucos anos, representou o Brasil em um evento mundial no Canadá e sempre que podia estava viajando para levar a causa adiante. Ela era uma lutadora e deixará um importante legado para seu povo”, comentou.

Há dez anos convivendo com a doença, Quitéria vivia na Aldeia Brejo dos Padres, em Jatobá, no Sertão do Estado. “Mesmo com a doença, ela nunca deixou de brigar pelo que acreditava. Enfrentou posseiros, fez vigília e nunca se intimidou com ameaças de ninguém. A Funai perde uma conselheira, uma parceira. Os índios perdem uma mãe e uma guerreira”, acrescentou Estela Parnes. Quitéria Binga deverá ser enterrada em sua cidade natal.

ETNIA - Em Pernambuco, os índios da etnia pancararu vivem em uma área de aproximadamente 8 mil hectares entre os municípios de Petrolândia, Jatobá e Tacaratu, no Sertão do São Francisco. Sua população é estimada em aproximadamente 4 mil pessoas e a base da economia é a agricultura, tendo como principais culturas o feijão, o milho e da mandioca. Os índios também comercializam a pinha, fruta típica da região e têm no artesanato uma fonte de renda complementar.

O centro da reserva, cujas terras foram demarcadas em 1942, é a localidade de Brejo dos Padres, onde vivia Quitéria Binga. Há também diversas outras comunidades importantes como Tapera, Serrinha, Marreca, Caldeirão, Bem-Querer e Cacheado.

Do Jornal do Commercio

Os povos Indigenas no Brasil - Reservas Indigenas - FUNAI

19 de abril - Dia do Indio - Origem - Extermínio - Povos Indigenas emergentes - Cultura Indigena - Estatuto do Indio e a Constituição de 1988 - Associações e Organizações Indigenas - Os povos Indigenas no Brasil - Reservas Indigenas - FUNAI



São designados como povos aborígenes, autóctones, nativos, ou indígenas (sendo os indígenas nativos das Américas também chamados de vermelhos ou peles-vermelhas), aqueles que viviam numa área geográfica antes da sua colonização por outro povo ou que, após a colonização, não se identificam com o povo que os coloniza. A expressão povo indígena, literalmente "originário de determinado país, região ou localidade; nativo", é muito ampla, abrange povos muito diferentes espalhados por todo o mundo. Em comum, têm o fato de que cada um se identifica com uma comunidade própria, diferente acima de tudo da cultura do colonizador.

Contudo, é frequente associar o termo aborígene a um conjunto de povos, específico da Austrália.
O continente americano, quando foi descoberto pelos europeus a partir do século XV, era todo ele habitado por povos indígenas.

A população americana em 1500 representa próximo de um quarto da população mundial (CHAUNU apud RIBEIRO, 1992, p. 74), somando entre 90 e 112,5 milhões de pessoas (DOBBYNS apud RIBEIRO, 1992, p. 74) que, no século e meio seguinte, sofrerão uma depopulação na escala de 20:1 a 25:1 (CHAUNU, idem).

Em 1492, numa estimativa conservadora, havia na Amazônia 5,1 milhões de habitantes (DENEVAN, 1976, p. 205-234), número que se reduziu para 250.000 habitantes em fins do século XIX.


No Brasil




Os povos indígenas no Brasil incluem um grande número de diferentes grupos étnicos que habitaram o país antes da chegada dos europeus em torno de 1500. Diferentemente de Cristovão Colombo, que achava que tinha atingido as Índias Orientais, o português, mais notavelmente por Vasco da Gama, já tinha atingido a Índia através do Oceano Índico, rota pela qual atingiu o Brasil.

A dificuldade em classificar os povos indígenas do Brasil vem do fato de que a violência, durante cinco séculos de colonização em que tiveram tomadas suas terras, destruídos muitos de seus meios de sobrevivência, proibidas suas crenças religiosas, sendo explícita ou disfarçadamente escravizados, provocou enorme mistura de povos e transferência de áreas.

19 de abril - Dia do Indio no Brasil
O Dia do Índio, 19 de abril, foi criado pelo presidente Getúlio Vargas através do decreto-lei 5540 de 1943, e relembra o dia, em 1940, no qual várias lideranças indígenas do continente resolveram participar do Primeiro Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México. Eles haviam boicotado os dias iniciais do evento, temendo que suas reivindicações não fossem ouvidas pelos "homens brancos". Durante este congresso foi criado o Instituto Indigenista Interamericano, também sediado no México, que tem como função zelar pelos direitos dos indígenas na América. O Brasil não aderiu imediatamente ao instituto, mas após a intervenção do Marechal Rondon apresentou sua adesão e instituiu o Dia do Índio no dia 19 de abril.


Origem



Pesquisas arqueológicas em São Raimundo Nonato, organizadas pela arqueóloga Niède Guidon no interior do Piauí, registram indícios da presença humana datados como anteriores a 10 mil anos. A maioria dos pesquisadores acreditam que o povoamento da América do Sul deu-se a partir de 20 mil a.C.

Indícios arqueológicos no Brasil apontam para a presença humana em achados datados de 16.000 a.C., de 14.200 a.C. e de 12.770 a.C. em Lagoa Santa (MG), Rio Claro (SP) e Ibicuí (RS). Em Lapa Vermelha, (Minas Gerais), foi encontrado um verdadeiro cemitério com ossos datados em 12 mil anos, o primeiro dos quais encontrado por Annette Laming-Emperaire na década de 1970 e que foi "batizado" de Luzia e que parecia mais aparentada com os aborígenes da Austrália ou com negrito das Ilhas Andaman.

Extermínio
Estimativas da população indígena na época do descobrimento apontam que existiam no território Brasileiro, mais de 1 000 povos, sendo dois a seis milhões de indígenas. Hoje em dia, são 227 povos, e sua população está em torno de 300 mil. As razões para isso são muitas, desde agressão direta de colonizadores a epidemias de doenças para as quais os índios não tinham imunidade ou cura conhecidas.

Durante o século XIX, com os avanços em epidemiologia, casos documentados começaram a aparecer, de brasileiros usando epidemias de varíola como arma biológica contra os índios. Um caso "clássico", segundo antropólogo Mércio Pereira Gomes, é o da vila de Caxias, no Sul do Maranhão, por volta de 1816. Fazendeiros, para conseguir mais terras, resolveram "presentear" os índios timbira com roupas de pessoas infectadas pela doença (que normalmente são queimadas para evitar contaminação). Os índios levaram as roupas para as aldeias, e logo logo, os fazendeiros tinham muito mais terra livre para sua criação de gado. Casos similares ocorreram por toda América do Sul. As "doenças do homem branco" ainda afetam tribos indígenas no Amazonas.





Povos Indígenas emergentes
A partir das últimas décadas do século XX, aparecem novas etnias quando populações miscigenadas reivindicam a condição de povo indígena. Isto ocorre principalmente no nordeste brasileiro.

São exemplos desse processo:
Náua, no Parque Nacional da Serra do Divisor (Acre)
Tupinambá, Maitapu, Apium e um grupo Munduruku desconhecido, na região do Alto Rio Tapajós (Pará)
Kaxixó, na região de Martinho Campos e Pompeu, e Aranã, no Vale do Jequitinhonha (Minas Gerais)
Kariri, Kalabaça, Tabajara, Tapeba, Pitaguary, Tremembé, Kanindé no Ceará.
Tupinambá, em Olivença, e Tumbalalá, em Abaré e Curaçá (Bahia)
Kalankó, em Pariconha, e Karuazu, em Água Branca (Alagoas)
Pipipã, em Ibimirim (Pernambuco)


Cultura

Há grande diversidade cultural entre os povos indígenas no Brasil, mas há também características comuns:
A habitação coletiva, com as casas dispostas em relação a um espaço cerimonial que pode ser no centro ou não
A vida cerimonial é a base da cultura de cada grupo, com as festas que reúnem pessoas de outras aldeias, os ritos de passagem dos adolescentes de ambos os sexos, os rituais de cura e outros
A arte faz parte da vida diária, e é encontrada nos potes, nas redes e esteiras, nos bancos para homens e mulheres, e na pintura corporal, sempre presente nos homens
A educação das crianças se faz por todos os habitantes da aldeia, desde cedo aprendem a realizar as tarefas necessárias à sobrevivência, tornando-se independentes

A família podia ser monogâmica ou poligâmica. Deixaram forte herança cultural nos alimentos, tendo ensinado o europeu a comer mandioca, milho, guaraná, palmito, pamonha, canjica; nos objetos, suas redes e jangadas, canoa, armadilhas de caça e pesca; no vocabulário: em topônimos como Curitiba, Piauí, etc; em nomes de frutas nativas ou de animais: caju, jacaré, abacaxi, tatu. Ensinaram algumas técnicas como o trabalho em cerâmica e o preparo da farinha. E deixaram no brasileiro hábitos como o uso do tabaco, mas sobretudo o excelente costume do banho diário.

No Brasil colonial os portugueses tiveram como aliados os índios aldeados, os quais se tornaram súditos da Coroa.


Estatuto do Indio e a Legislação





O Serviço de Proteção ao Índio (SPI) foi criado em 1910. O Estatuto do Índio ainda determina que "os índios e as comunidades indígenas ainda não integrados à comunhão nacional ficam sujeitos ao regime tutelar". Apesar dos diversos decretos, o índio brasileiro tem que se integrar na cultura brasileira para requerer emancipação.

Estatuto do Indio e a Constituição de 1988
A Constituição de 1988 dá um novo tratamento aos povos indígenas: reconhece sua identidade cultural própria e diferenciada (organização social, costumes, línguas, crenças e tradições), assegurando o direito de permanecerem como índios, e explicita como direito originário (que antecede a criação do Estado) o usufruto das terras que tradicionalmente ocupam. Segundo a Constituição, cabe ao Estado zelar pelo reconhecimento destes direitos por parte da sociedade. O papel do Estado passa então da tutela de pessoas à tutela de direitos.
Diante desta mudança, tornou-se necessária a revisão do Estatuto do Índio. Neste sentido, foram apresentados na Câmara Federal três projetos de lei: um de autoria do Poder Executivo e outros dois de autoria de organizações não-governamentais. A partir de 1992, criou-se na Câmara uma Comissão Especial para examinar o assunto. Em junho de 1994, esta comissão aprovou um substitutivo que disciplina o Estatuto das Sociedades Indígenas. Entretanto, antes de seguir para o Senado, em dezembro do mesmo ano, após as eleições presidenciais, parlamentares entraram com um recurso para que o projeto fosse submetido ao plenário da Câmara. Desde então, encontra-se paralisado. A revisão do Estatuto do Índio é uma das principais demandas dos povos indígenas hoje no Brasil, ao lado da demarcação das suas terras.


As Associações e Organizações Indigenas
As associações e organizações indígenas surgiram, no Brasil, ainda durante o século XX, nos anos 80. Entre os organismos e associações nativas que têm como objetivo estatutário a defesa dos direitos humanos dos Povos Indígenas incluem-se o Warã Instituto Indígena Brasileiro e o GRUMIN. Com o objetivo de preservar e difundir a cultura indígena e facilitar o acesso à informação e comunicação entre as diferentes nações indígenas.





Os povos Indigenas no Brasil

A denominação mais conhecida das várias etnias não é quase nunca a forma como seus membros se referem a si mesmos, e sim o nome dado a ela pelos brancos ou por outras etnias, muitas vezes inimigas, que os chamavam de forma depreciativa, como é o caso dos caiapós.

Entre as primeiras obras publicadas sobre os povos indígenas brasileiros, no século XVI, encontram-se os livros escritos pelo mercenário alemão Hans Staden, pelo missionário francês Jean de Léry e pelo historiador português Pero de Magalhães Gândavo. O primeiro inventário dos nativos brasileiros só foi feito em 1884, pelo viajante alemão Karl von den Steinen, que registrou a presença de quatro grupos ou nações indígenas, de acordo com as suas línguas: tupis-guaranis, jê ou tapuias, nuaruaques ou maipurés e caraíbas ou caribas. Von den Steinen também assinala quatro grupos lingüísticos: tupi, macro-jê, caribe e aruaque.



Reservas Indigenas





A definição de áreas de proteção às comunidades indígenas foram lideradas por Orlando Villas Bôas que em 1941 lançou a expedição chamada Roncador-Xingu. Em 1961 foi criada a primeira reserva, o Parque Indígena do Xingu com forte atuação de Villas Bôas, seus irmãos Leonardo, Cláudio, Marechal Rondon, Darcy Ribeiro, entre outros, para que a natureza, os povos nativos da região, suas culturas e costumes fossem preservados. O modelo de criação das reservas indígenas mostrou-se como um dos únicos meios para que a cultura, os povos pré-coloniais remanescentes e mesmo a natureza sejam preservados nessas reservas. Em 1967 foi criada a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), que passou a definir políticas de proteção às comunidades indígenas brasileiras.


A demarcação de reservas indígenas é muitas vezes cercada de críticas favoráveis e desvaforáveis por vários setores da mídia e pela população afetada. O modelo das reservas indígenas demarcadas pela FUNAI difere no modelo norte-americano onde as terras passam a pertencer aos povos indígenas. No Brasil as reservas indígenas demarcadas pela FUNAI pertencem ao governo brasileiro para usufruto vitalício dos índios, não havendo portanto como associá-las a uma perda de soberania. Uma crítica comum sobre as reservas indígenas brasileiras consideram a atuação de ONG's nacionais e internacionais junto às comunidades indígenas sem que se tenha o conhecimento preciso da natureza da atuação dessas organizações. Nesse sentido controles mais rígidos sobre a atuação das ONG's junto às comunidades indígenas estão sendo estudados.

Ministro diz que indígenas terão voz, mas não veto nas eleições da Bolívia

As comunidades indígenas serão consultadas, mas não terão poder de veto na decisão de explorar ou não recursos naturais não renováveis, como gás e minérios, sob seus territórios ancestrais. A afirmação é do ministro boliviano para as Autonomias, Carlos Romero, que concedeu entrevista à repórter Flávia Marreiro, da Folha de S. Paulo. "Essa questão é central para o Estado. Sem isso, [a Bolívia] corre o risco de se desintegrar territorialmente", disse à Folha, na terça-feira em Santa Cruz, o O tema causa fricção na base de Evo Morales. Recentemente, a decisão do governo de explorar petróleo e plantar cana-de-açúcar no norte do departamento de La Paz abriu troca de acusações entre governo e indígenas.

Evo Morales: Um líder indígena que abriu a nova era do poder na Bolivia


Evo Morales Ayma, um líder indígena, que recuperou a essência do povo boliviano, hoje está a caminho de sua quinta vitória eleitoral em menos de quatro anos diante de uma direita de lutar por sua sobrevivência, inaugurou em janeiro de 2006 uma nova era de poder na Bolívia. Desde que Morales entrou para a política na década de 90, depois de ter vencido mil obstáculos colocados por seus detratores que não admitiam que um indígena lhes tomasse os espaços de poder, Morales tornou-se um ícone não só para o povo boliviano, mas para a América Latina e do mundo. Quando ele ganhou as eleições gerais de 18 de dezembro de 2005, poucos lhe deram a oportunidade para permanecer no poder e que sua imagem crescesse na comunidade internacional. O próprio Morales, hoje com 50 anos, costuma dizer em suas declarações públicas que "ninguém acreditava que o indiozinho se manteria no poder por muito tempo; os grupos neoliberais e de direita diziam que em seis meses voltariam a ocupar os cargos que mantinham desde 1985". Após permanecer um ano na vanguarda da administração governamental, os grupos econômicos e a oligarquia começaram a se preocupar porque Morales, longe do desgaste e sem perder o apoio, foi conquistando-o, por isso colocaram em andamento uma série de medidas para desestabilizar o governo ...

leia mais em:
http://anncol-brasil.blogspot.com/2009/12/evo-morales-um-lider-indigena-que-abriu.html

Hipocrisias indígenas

A arte do escárnio, do mal dizer, do escrever por escrever ou de uma certa forma de ser Português.... «Não se nasce português, fica-se português...» João César Monteiro in Vai e Vem (2003)


Um país exonerado
Já há quem peça a exoneração de José Sócrates - Chefe de Governo democraticamente eleito há dois meses e um mero oportunista ambicioso, esclareça-se - por cometer o pecado capital de falar ao telemóvel. Parto do princípio que seria Cavaco a exonerá-lo. E quem exonera Cavaco, questiono? Mantém um suspeito de condutas impróprias no seu Gabinete que pelos vistos foi até recentemente promovido. O Procurador, exonere-se também. Desconfio que tem telemóvel e por esse simples motivo deve também ser escutado por alguém e, por conseguinte, exonerado. Somos todos exoneráveis e escutáveis. Um País de exonerados seria a melhor garantia para o nosso futuro…

HIPOCRISIAS INDÍGENAS

Não é um diário intimista,
não é um exercício de estilo,
não é um livro de memórias
até porque ainda
ando pelos trintas.
Será o que será!
Sem uma carta
de intenções determinada.


Actualidades,
politica sem partidarismos,
arte de excepção,

temporalidades e
intemporalidades,
devaneios diversos,
o grande Sporting
e outras amarguras,

serão certamente
assuntos recorrentes.

Essencialmente pretendo
um espaço público,
para poucos com certeza,
onde a liberdade de opinião
seja a única arma admissível.
Pelo menos para mim,
assim será....

http://hipocrisiasindigenas.blogspot.com

Estudante Saterê-Mawé é eleita musa da Copa Indígena de Futebol


A estudante saterê-mawé Suelen Pereira, de 15 anos, foi eleita a musa da primeira edição da Copa Indígena de Futebol.A escolha foi feita pelos próprios indígenas, em concurso realizado na tarde desta sexta-feira (4), no auditório da Fundação Vila Olímpica. Com o título, a representante do município de Barreirinha recebeu R$ 500 como prêmio. Em segundo lugar ficou a tikuna Maria Mônica Pereira, de Tabatinga, que recebeu R$ 300; e em terceiro, a rainha de São Paulo de Olivença, que levou R$ 200. Dez candidatas concorreram ao título. As outras sete representam os municípios de Manaus, Iranduba, São Gabriel da Cachoeira, Nhamundá, Autazes, Tabatinga e Borba. A Copa Indígena de Futebol começou na última segunda-feira e termina neste domingo (6), no estádio Vivaldo Lima, fechando as atividades do primeiro Fórum Amazonas Indígena (Forind). O evento é realizado em conjunto entre as Secretarias de Estado para os Povos Indígenas (Seind) e da Juventude, Desporto e Lazer (Sejel). (VB)

Fonte: Seind


Não é à toa que A'Uwe signifique “povo indígena” em língua xavante!

Apesar de ter sido o primeiro habitante brasileiro, hoje o índio é quase um estranho em sua própria terra. E o principal desafio de um estranho é justamente se fazer conhecer. Por isso, sem querer levantar o arco e a flecha da causa indígena – já que toda causa tem, no mínimo, dois lados – o principal objetivo do A’Uwe é fazer da TV Cultura um canal de divulgação e de discussão totalmente dedicado a questões indígenas, uma realidade tão falada pela mídia, mas ainda tão desconhecida por grande parte da sociedade brasileira. Apresentado por Marcos Palmeira, A’Uwe exibe documentários sobre as diversas etnias indígenas espalhadas pelo Brasil e, a partir de agora, passa a exibir também produções sobre povos nativos do mundo todo. No ar desde 1º de junho de 2008, a série A’Uwe pretende atingir um público amplo e levantar o debate sobre temas relacionados à forma como os índios vivem hoje. Realizados por documentaristas ou pelos próprios índios, cada programa nos aproxima dos rituais, conflitos, das tradições e histórias das diferentes etnias do Brasil.

Além disso, A’Uwe nos leva agora a diversas regiões do planeta, onde conhecemos a singularidade de cada etnia e a forma como países e governos lidam com os povos nativos. Essa diversidade nos instiga a refletir, por exemplo, sobre a convivência entre o moderno e o ancestral, ou sobre a tecnologia e a natureza.

Fonte: TV Cultura

“Brasil mostra a tua cara”

por Deborah Delbart, Luísa Peleja e Cláudia Lafetá

Caio Prado Júnior, historiador e escritor brasileiro, teve uma participação importante no que diz respeito a descrever as características do Brasil. Caio Prado segue uma concepção estrutural de cultura, que consiste em idéias originadas nas estruturas sociais. Ele foi influenciado pelo pensamento do sociólogo Karl Marx, que estuda a sociedade a partir da economia. Marx afirma a separação da sociedade entre burguesia e proletariado. A burguesia detinha os meios de produção e o proletariado vendia a sua força de trabalho. Portanto, o escritor faz um diagnóstico econômico para entender os valores subjetivos da sociedade brasileira. Transforma os pensamentos marxistas entendendo a sociedade brasileira como uma relação de explorados e exploradores, ou com outras palavras, colonizados e colonizadores.

O pensamento do Caio Prado tem conseqüência na cultura atual de subserviência do brasileiro. Ou seja, complexo de inferioridade cultural quanto a outras sociedades. De acordo com a psicologia e psicanálise é um sentimento de que se é inferior a outrem, de alguma forma. Alguns sociólogos propuseram um complexo de inferioridade em diversos níveis, por exemplo, a inferioridade cultural.

“O passado colonial do Brasil – cujo razão de ser era a produção em larga escala visando o mercado externo, com sua necessária dependência do trabalho escravo – está profundamente impresso nas instituições econômicas, políticas e sociais de hoje. Anacronismos e tradições persistem retardando o pleno desenvolvimento do país.” – extraído do livro Formação do Brasil Contemporâneo, do próprio historiador. Acredita-se que o Brasil sofre até hoje as conseqüências de ter sido um país colonizado e ainda se atribui a uma época a que não pertence. O país ainda dá uma grande importância às outras nações, principalmente as desenvolvidas, quando já deixou de ser uma colônia para se tornar uma provável potência mundial. Talvez pelo Brasil não ter sido formado para constituir uma sociedade organizada, com raízes nacionais firmes, faltou a criação de uma identidade nacional própria. Por isso, o brasileiro costuma fazer referências positivas a tudo que está fora do país. Como por exemplo, as pessoas acharem que só no Brasil existe corrupção e no mundo afora não. Ou que produtos importados são de maior qualidade do que as nacionais. Outro caso, são pessoas que preferem realizar tratamentos médicos no exterior.
Caio Prado Júnior afirma que o Brasil enquanto colônia teve sua riqueza exportada e com isso financiou a industrialização dos países desenvolvidos. No caso de Portugal, o país não desenvolveu uma economia própria e nem uma política de industrialização. Primeiro por que achavam que a riqueza brasileira era eterna. Segundo, por que os portugueses não possuíam conhecimento e técnica em plantação. Vale ressaltar a notável capacidade do Brasil de desenvolvimento, além de ter sido fundamental para o crescimento econômico de outras nações, tem se destacado no âmbito internacional. Isso ainda acontece, no que diz respeito à extração de recursos no território brasileiro pela disponibilidade ou pela abundante mão-de-obra. Esses recursos são mandados para outros países, que revendem com uma porcentagem de lucro altíssima, inclusive para os próprios brasileiros.

Outro aspecto importante a ser mencionado, é a concepção estudada pelo antropólogo Gilberto Freyre, de hibridismo. Ou seja, união das diferenças que se incorporam a uma cultura. Ele acredita na mistura de etnias, mas vai além e afirma que o Brasil é uma mistura em vários níveis. No seu estudo constata que o português já era um povo miscigenado, possuindo, por exemplo, a descendência árabe. Por conseqüência, o brasileiro possui essa mistura de etnias, o que não justifica o sentimento de inferioridade do brasileiro. Afinal, possui na sua essência, características do exterior.

Prova contrária a essa subserviência, há características do brasileiro que atraem os estrangeiros. Por exemplo, a cordialidade, que de acordo com o escritor Sérgio Buarque de Holanda é a identidade brasileira. Essa se faz presente em conseqüência da falta de instituições firmes na estruturação do país. A fotógrafa suíça Cláudia Andujar, nacionalizada brasileira, afirma em entrevista a admiração pelo acolhimento recebido no Brasil. Ela demonstra isso através de um trabalho na causa pela preservação do povo indígena Yanomami.

O Brasil está deixando de ser um país subdesenvolvido para se tornar uma referência de uma economia desenvolvida. Pode-se notar a inserção do Brasil nos eventos mundiais e na economia. Como é o caso do país sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Além disso, as especulações do Brasil em ocupar uma das cadeiras permanentes do Conselho de Segurança da ONU.

Oswald de Andrade, no Manifesto Antropófago, critica esse esquecimento da identidade brasileira e a adesão absoluta de valores estrangeiros. Por isso faz uso da palavra antropofagia de forma metafórica baseando-se nas crenças dos índios antropófagos. Ou seja, supunham que comendo seus inimigos adquiriam sua força e qualidades. Então a idéia do manifesto antropófago era devorar a cultura estrangeira e reelaborá-las com autonomia e adaptá-las aos traços brasileiros. Antropofagia, denotativamente, é o ato de consumir uma parte, ou várias partes de um ser humano. Conforme as informações argumentadas acima, não há necessidade de implementar uma cultura alheia. De acordo com a característica híbrida do brasileiro, deve-se unir as diferenças e criar uma cultura própria. Não só isso, mas respeitá-la e acreditar na sua validade.