quinta-feira, 30 de junho de 2011

Gestão da Vila Olímpica Indígena será definida na sexta-feira


O destino da Vila Olímpica Indígena de Dourados, inaugurada no dia 9 de maio, será definido na próxima sexta-feira. O deputado federal Geraldo Resende (PMDB-MS) discutirá com o reitor da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), Damião Duque de Farias, junto com o vice-reitor Wedson Desidério Fernandes e o diretor da Faculdade de Educação, Reinaldo dos Santos, uma proposta de gestão.

Geraldo propôs que a UFGD assuma a gestão, junto com a Funai, depois da recusa da Prefeitura em administrar o espaço, muito embora as aldeias Jaguapiru e Bororó estejam localizadas dentro do município.

“É lamentável a negativa do município e do Estado agora com a obra concluída, já que durante a execução, ainda na gestão de Laerte Tetila, houve o compromisso para que o espaço não se tornasse um elefante branco e sim um local para a prática de esporte, lazer e cultura, um espaço de construção da cidadania”, diz o deputado, lembrando que após a inauguração saiu a campo, em verdadeira peregrinação ministerial, para garantir a utilização de um espaço tão privilegiado. A obra consumiu investimentos de R$ 1,6 milhão. Os recursos foram alocados por meio de emenda parlamentar.

Independentemente do mérito e por quais motivos o Estado e a Prefeitura não querem assumir a gestão, o deputado diz que seguirá honrando o compromisso assumido com lideranças indígenas para que a Vila Olímpica seja um “monumento à vida” e de resgate da imensa dívida social com a comunidade indígena, garantindo a mais de 5 mil crianças e jovens o acesso a atividades que possam garantir a sua formação física e moral.

Geraldo disse que na semana que vem voltará a buscar recursos e parcerias em projetos nos Ministérios do Esporte, da Justiça e da Cultura para a Vila Olímpica, que “nesse momento se apresenta como contraponto” ao estado de violência que afeta as aldeias.

“A participação da UFGD vai contribuir para dar uma solução à gestão daquele espaço e também permitir que a universidade ganhe até visibilidade internacional por atuar num projeto inédito como a Vila Olímpica”, diz Geraldo. “São aproximadamente 5 mil crianças, adolescentes e jovens na reserva. Muitos deles poderão trocar o caminho das drogas pelo esporte, por atividades culturais”, disse, notando que a ideia da Vila Olímpica repercutiu nacional e internacionalmente e inspira projetos nos estados de Pernambuco, Pará e no Amazona

Indígena morre depois de ser atropelado por ônibus


O indígena Sidnei Cario de Souza, 26 anos, morreu na noite de ontem (29), por volta das 18h30, na BR-463, próximo ao trevo que liga Dourados a Laguna Carapã. Segundo testemunhas, o indígena seguia a pé pela rodovia para encontrar a filha, quando foi atropelado por um ônibus. A vítima caiu na pista e foi atropelado novamente por outro ônibus.

O corpo da vítima foi dilacerado e arrastado por 300 metros. Segundo o site Dourados Agora, no local não há sinalização e os indígenas lutam há bastante tempo por redutores de velocidade, uma vez que, crianças e moradores caminham constantemente pela região.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Rito de passagem


Povos do Xingu celebram 50 anos do Parque Indígena enfrentando questões de um território em transição: índios lutam para manter a identidade e discutem como caminhar para o futuro. O I Festival de Culturas Xinguanas reuniu na aldeia Ipavu, no coração do Parque Indígena do Xingu, ao norte de Mato Grosso, representantes das 16 etnias espalhadas pelos 2,6 milhões de hectares do parque. São os mais velhos que abrem a primeira roda de conversas, no galpão das falas. "Temos de manter nossa terra, nosso ambiente, nossas tradições, por mais 50 anos", diz o cacique Aritana. Após três dias, o festival termina com a leitura de cartas no pátio dos Kamaiurá. Ali, os índios do Xingu rejeitam a denominação Parque Indígena, que, entendem, traz embutida a ideia de "zoológico" e "parque de diversões". De agora em diante, querem que sua terra ganhe status de território

"A LUTA CONTRA BELO MONTE É QUESTÃO DE VIDA E DE HONRA - XINGU VIVO PARA SEMPRE"


A luta contra Belo Monte é uma questão de vida e de honra para os povos do Xingu!E a ele toda a nossa dedicação e homenagem!

Ao longo deste rio está cravada toda a nossa história de luta, sofrimento e acima de tudo, da nossa resistência...
O Xingu é a nossa casa, casa dos deuses, da vida, da natureza, da liberdade!
Se o Xingu morrer, morrerá parte da nossa história...morrerá com ele a Amazônia e os povos que dela sobrevivem, que a protegem, que a defendem.

Não a Belo Monte! Estamos cansados de sermos massacrados, desrespeitados, de continuar tendo perca dos nossos territórios ameaçados sem a garantia dos direitos que nos são garantidos constitucionalmente. Estamos cansados de ver o poder capitalista,o governo Federal tentar nos calar diante de tantas injustiças cometidas por ele próprio e nos fazer reféns de nossos próprios direitos.

Ao nosso saudoso Xingu agradeço pela vida do meu povo Juruna, o dono do rio. A ele toda a honra e mérito.E a nós,muita força para continuar lutando...
E a todos os que reconhecem a nossa luta e que juntos buscam por justiça social neste país, o meu agradecimento por todo o apoio nesta caminhada, nesta causa que é de todos nós!!!

XINGU VIVO PARA SEMPRE!...


Sheyla Yakarepi Juruna
Liderança Indígena da Aldeia Boa vista

40 tribos indígenas que preferem o isolamento


No Amazonas, cerca de 40 tribos indígenas preferiram o isolamento após terem passado por massacres e maus-tratos por madeireiros e caçadores, segundo estudo do coordenador do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) na Região Norte 1, que inclui Amazonas e Roraima, o historiador Guenter Francisco Loebens.

O estudo originou um livro em que o indigenista defende que o avanço das frentes econômicas na Amazônia foram responsáveis pela destruição da cultura de tribos indígenas. A obra, intitulada ‘Povos Indígenas Isolados na Amazônia’, foi lançada na quarta-feira, 22 e produzida em parceria entre o Cimi e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

De acordo com Loebens, o Vale do Javari é o a Região do Estado onde há mais das tribos que optam pelo isolamento e evitam contato com a civilização. “O sul do Estado tem um histórico de massacres e também é uma região em que os nativos preferem viver distante do contato do homem civilizado, principalmente pela ação de madeireiros naquela região”, explicou.

Segundo o indigenista, a escolha pelo isolamento é uma proteção da cultura da própria vida dos nativos. “Nestes casos se torna até difícil para os órgãos de proteção ao índio terem informações mais precisas sobre estas tribos. Houve uma vez em que ao tentarmos fazer o primeiro contato, a reação foi logo violenta com o uso de flechas que atingiram um dos membros da equipe de pesquisadores”.

A ação, embora passe a imagem de viôlência é, na verdade, um meio de proteção e de medo, afirma o pesquisador. “Na avaliação destas tribos, o contato com a civilização só trouxe prejuízo para estes povos”.

Para Loebens, está cada vez mais difícil para estas tribos manterem esta opção, especialmente, na região sul do Amazonas. “Temos ali o avanço de desmatadores que estão avançando cada vez mais sobre a floresta e empurrando estas tribos em direção ao norte do Estado, onde eles irão, mais cedo ou mais tarde, encontrar a rodovia Transmazônica e as cidades que a margeiam”.

O Amazonas é o estado brasileiro com a maior população indígena do País, com 168 mil membros, segundo o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Funai confirma novo grupo de isolados no Estado

A Fundação Nacional do Índio (Funai) confirmou no início da última semana a existência de um novo grupo de índios isolados no Vale do Javari, no Amazonas. A Funai estima em cerca de 200 o número de índios no local e diz que eles, são, provavelmente de um grupo cuja língua é da família Pano. A comunidade foi localizada pela Frente de Proteção Etnoambiental, durante sobrevoo realizado em abril deste ano. Três clareiras com quatro grandes malocas foram avistadas pelos técnicos.

Antes mesmo do sobrevoo, o coordenador da Frente do Vale do Javari, Fabrício Amorim, havia identificado as clareiras por satélite. A confirmação desse tipo de descoberta requer, segundo ele, anos de trabalho sistemático e metódico, com realização de pesquisas documentais, expedições e análises de imagens de satélite.

Até a confirmação, a presença desses índios isolados era apenas uma referência “em estudo”, com base em relatos sem informações conclusivas sobre a exata localização e características da comunidade.
Em nota, a Funai informa que tanto a roça quanto as malocas são novas e foram concluídas no máximo há um ano. Essa avaliação tem por base o estado da palha usada na construção e a plantação de milho. No local há, ainda, plantações de bananas e uma vegetação rasteira similar à de amendoins.

Na Terra Indígena Vale do Javari há um complexo de povos isolados que é considerado a maior concentração de grupos isolados na Amazônia e no mundo.

Amorim aponta, entre as principais ameaças à integridade de povos indígenas isolados a pesca ilegal, a caça, a exploração madeireira, o garimpo, atividades agropastoris com grandes desflorestamentos, ações missionárias e situações de fronteira, como o narcotráfico. "Outra situação que requer cuidados é a exploração de petróleo no Peru, que pode refletir na Terra Indígena do Vale do Javari”, afirma Amorim.

A Funai reconhece a existência de 14 referências de índios isolados no Vale do Javari, mas o número pode ser ainda maior. Mais de 90 indícios de ocupações indígenas foram localizados entre 2006 e 2010, e há atualmente oito grupos de índios isolados com malocas, roças e tapiris (choupanas) já localizados por sobrevoo ou por expedições terrestres. De acordo com a Funai, em toda a região do Vale do Javari., vivem cerca de 2 mil indígenas.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Funai encontra indícios da existência de novo grupo de índios isolados na Amazônia

Nas últimas décadas, diversas etnias e grupos indígenas brasileiros passaram a participar da vida política do país, levando demandas a governantes, protestando e lutando pela demarcação de suas terras. Apesar dessa crescente participação, ainda existem no Brasil grupos de índios que não querem entrar em contato com o "homem branco", e vivem em estado de isolamento voluntário. Esses povos são conhecidos como índios isolados.

Nesta terça-feira (21), a Fundação Nacional do Índio (Funai) divulgou a descoberta de mais um desses grupos, no meio da floresta amazônica. A Frente de Proteção Etnoambiental da Funai encontrou indícios da existência de um grupo de 200 pessoas, provavelmente pertencente à família linguística Pano, na fronteira do Brasil com o Peru.


Os técnicos da Funai primeiro identificaram, em imagens de satélites, três grandes clareiras no meio da floresta, no Vale do Javari, uma terra indígena que fica no sudoeste do Amazonas. Ao sobrevoar o local, encontraram vestígios de presença recente de índios na região, como malocas e roçados. "A roça, bem como as malocas, são novas, datadas de no máximo um ano. O estado das palhas usadas na construção, e a plantação de milho indicam isso. Além do milho, havia banana e uma vegetação rasteira que parecia ser amendoim, entre outras culturas”, explica Fabricio Amorim, coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental da Funai.


Segundo a Funai, o Vale do Javari tem maior concentração de grupos isolados da Amazônia, e possivelmente do mundo. Nos últimos cinco anos, técnicos e antropólogos encontraram mais de 90 indícios de ocupação desses grupos, como malocas e roças. A estimativa é que a população total desses povos seja de 2 mil pessoas.


A situação dos índios isolados é bastante delicada.Ao mesmo tempo que é necessário conhecer melhor seus hábitos para protegê-los, é preciso respeitar os limites do isolamento. O contato com não-índios pode disseminar doenças comuns, como a gripe, que pode exterminar povos inteiros, já que esses índios não têm anticorpos para se defender dessas doenças. Além disso, Amorim explica que atividades como a pesca ilegal, a exploração madeireira, o garimpo e narcotráfico também são ameaças ao grupo. "Outra situação que requer cuidados é a exploração de petróleo no Peru, que pode refletir na Terra Indígena do Vale do Javari”, diz o coordenador da Funai.

Em 2008, as primeiras fotografias de uma das quatro etnias que vivem isoladas na fronteira entre o Brasil (no Acre) e o Peru estamparam as primeiras páginas dos jornais e sites. As imagens foram feitas a partir de um pequeno avião. Os índios lançaram flechas contra a aeronave

BC

Operação da PF já prendeu 5 por tráfico de drogas em tribos indígenas de MS

Um indígena identificado apenas como R.O.M., 18 anos, foi preso pelas equipes da PF (Polícia Federal) e do 3º BPM (Batalhão da Polícia Militar) durante a Operação Tekoha, em Dourados – a 225 km ao sul de Campo Grande, nesta semana.

Pelo menos cinco indígenas já foram detidos desde o dia 10 de junho, quando o caminhão da Superintendência Regional da PF se instalou na aldeia Bororó a fim de coibir a violência na região.

De acordo com os federais de Dourados, o indígena foi flagrado com vários papelotes de maconha. O entorpecente foi apreendido e pesado, somando 68,2 gramas. O rapaz foi encaminhado para o PHAC (Presídio Harry Amorim Costa), onde está à disposição do Juiz Criminal, da Comarca de Dourados.

A polícia ressalta que a quantidade de entorpecente encontrado com os jovens e rapazes da aldeia Bororó é pequena em relação às apreensões nas estradas, porém é significativa, uma vez que isso é constante. Além disso, os jovens da região têm acesso livre a bebidas alcoólicas, outro fator que faz com que cresça a marginalidade, tráfico de drogas e os casos de homicídios.

A ação deve se estender por quatro meses e foi organizada para manter rondas constantes na localidade, em conjunto com a PM e a Polícia Civil, dando mais agilidade as prisões e investigações. No caminhão, foi montada uma espécie de delegacia para poder suprir a necessidade urgente de uma intervenção no local, na luta contra o crime.

Equipes do caminhão supervisiona o posto avançado, que está instalado na frente da Escola Municipal Tengatui Marangatu, na Aldeia Jaguapiru e funciona durante o dia, das 7h30 às 17h30. Os federais ressaltaram que a instalação e funcionamento deste posto foi tomado junto a coordenação regional da Funai (Fundação Nacional do Índio).

A reserva de Dourados tem duas aldeias, a Bororó e a Jaguapiru, e registra índices de violência e criminalidade estimados em 800% acima da média nacional, o que é considerado preocupante pela autoridades.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Idosa indígena diz ter tirado primeiro documento aos 103 anos em Dourados - MS


Aos 103 anos, a indígena Biloca de Oliveira, da etnia caiuá, tirou pela primeira vez os documentos pessoais. Ela participou neste domingo (19) do mutirão organizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e outras 19 entidades, que beneficiou mais de 8 mil índios da região de Dourados, a 220 quilômetros de Campo Grande.

O mutirão foi realizado na Escola Municipal Indígena Tengatui Marangatú, que fica na aldeia Jaguapiru. Biloca saiu do local com certidão de nascimento, CPF e Registro Administrativo de Nascimento Indígena (Rani). "Foi a primeira vez que eu tirei foto", conta. No sábado (18), outra indígena centenária conseguiu documento novo: a caiuá Maria da Silva, de 106 anos, obteve o RG.

Famílias inteiras de indígenas das aldeias Jaguapiru e Bororo receberam atendimento no programa coordenado pela Defensoria Pública Estadual. A índia guarani Maria Tereza Vilhalva, de 62 anos, recebeu a certidão de nascimento no mesmo dia em que a neta Jasmin, de apenas cinco meses. “Viemos em sete pessoas, duas são crianças, e todos nós estamos pegando documentos pela primeira vez”, diz.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Indígena é encontrado morto na aldeia

Índigena foi encontrado morto na manhã desta terça-feira, por volta das 10h40, na Reserva Indígena de Dourados. O corpo estava numa estrada vicinal, ás margens de um plantio de cana e em frente a residência número 95A.

Os peritos André Kiyoshi e Davi Isler, além do delegado Winston Ramão Albres Garcia investigam o caso. O indígena não estava com nenhuma documentação o que dificulta a identificação dele.

Segundo a Polícia não há sinais de violência, o que evidencia hipótese da morte por causas naturais.

PM realiza prisão de indígenas levando drogas em ônibus

Na noite de ontem (20), por volta das 22h, a Polícia Militar do 2º BPM constituiu uma força tarefa para combater o tráfico de drogas pelos indígenas que trabalham no Distrito de Debrasa. Com base em informações coletadas pela PM e agentes da FUNAI, foram deslocadas viaturas de Brasilândia, Debrasa e das Rondas Táticas e Ostensivas do Interior (ROTAI) que juntamente com um agente da FUNAI realizaram a abordagem a dois ônibus oriundos das aldeias indígenas próximas a Dourados.

Os indígenas estavam indo para a Usina de Álcool situada naquele distrito. Foi realizada a abordagem dos veículos e após busca pessoal e veicular foram localizados dois tijolos de maconha pesando 1.485 kg e dois invólucros de plásticos pesando respectivamente 182 e 166 gramas da mesma substância.

Ao serem interrogados, os indígenas que assumiram a autoria, N.B (24), R.V (27) e J.D (25) alegaram que compraram a droga na fronteira com o Paraguai. Juntamente com a substância ilícita foram localizadas várias facas e punhais além de uma pequena quantidade de bebida alcoólica.

Diante dos fatos, os autores foram conduzidos até o Distrito Policial de Santa Rita do Pardo, onde foram autuados em flagrante pelo crime de tráfico de drogas.


segunda-feira, 20 de junho de 2011

Demarcação de terras indígenas provocou aumento populacional

Dados do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o Brasil tem 800 mil índios, dos quais 300 mil vivem nas cidades. São 250 povos e foram identificados ainda 90 povos isolados, que preferem não manter contato com a chamada cultura dos brancos. Como vivem os povos indígenas e sua relação com a terra e a floresta são cenários que, atualmente, têm relação direta com a demarcação de terras indígenas.

E a relação dos índios com as florestas, que sempre foram a morada dos primeiros habitantes do país, adquire especial atenção com a instituição, pela Organização das Nações Unidas (ONU), do Ano internacional das Florestas. Fazer com que 2011 seja lembrando mundialmente como o ano das florestas foi a forma que se encontrou para chamar a atenção da sociedade para a questão da conservação ambiental, mas lembrando que os produtos florestais têm valor cultural e econômico para vários povos em todo mundo. A estimativa é que 1,6 bilhão de pessoas dependam das florestas para viver.

No Brasil, existem 611 reservas indígenas, entre as terras que se encontram em diferentes fases de homologação. Mais da metade delas, 398, já estão regularizadas, de acordo com dados da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Segundo o secretário adjunto do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Saulo Feitosa, a obrigação do Estado de fazer a demarcação das terras indígenas e conservar a diversidade cultural desses povos é uma conquista recente. Ele lembra que, até 1988, antes da atual Constituição Federal, a legislação se orientava pela perspectiva chamada integracionista. “O Estado trabalhava para integrar os índios à chamada sociedade nacional. Havia uma ideia de que esses povos deixariam de existir enquanto agrupamentos étnicos e a Constituição reverteu completamente isso”, diz Feitosa.

De acordo com ele, uma das consequências da demarcação foi o aumento populacional. Na década de 1970, eram cerca de 200 mil índios no Brasil e, hoje, há quatro vezes mais. Feitosa explica que, desde então, a política indigenista mudou, mas os problemas ainda são muitos, como a demora na demarcação de terras, processo que, segundo ele, pode se arrastar por décadas.

Algumas reivindicações atuais dos povos indígenas são a aprovação do novo estatuto do indígena, que tramita desde 1994 no Congresso Nacional e atualiza a lei em vigor, que é de 1973, e também o fortalecimento da Comissão Nacional de Política Indigenista, que foi criada em 2007 e conta com a participação de índios e de representantes de vários ministérios.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Indígenas rompem com governo e exigem reunião com Dilma

O movimento indígena decidiu romper com o governo federal até que a presidenta Dilma Rousseff receba lideranças para dialogar. Eles acusam "descaso e paralisia" do Executivo federal em questões relacionadas a populações indígenas. Entidades ligadas à Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) decidiram deixar a Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI).

A Apib congrega cinco associações de povos indígenas. Segundo nota publicada na página da organização, 230 desses povos relatam "graves problemas" relacionados à saúde, à criminalização, à violência contra lideranças e à lentidão no processo de demarcação de terras.

O CNPI é uma instância criada em 2006, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, para funcionar como canal de diálogo entre o Executivo e os povos indígenas. Apesar desse compromisso, a gestão atual teria deixado de fazer consultas. A comissão reúne representantes das organizações regionais indígenas, membros do governo e de organizações indigenistas.

O episódio marcante, que serviu como "gota d'água", foi uma portaria do Ministério da Justiça e da Fundação Nacional do Índio (Funai) a respeito de uma das 19 condicionantes estabelecidas para a demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol. A resolução determina que prefeituras e o governo do estado de Roraima participem do processo de demarcação da terra indígena.

"No país, a maioria dos estados e dos municípios são governados por inimigos dos índios", afirma Francisca Pareci, representante da Apib. "Temos plena consciência disso, mas o governo fez isso passando por cima da CNPI", criticou.

Além da demarcação, julgada procedente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2009, há outros pontos de atrito com o governo. Grandes obras públicas, como a Usina de Belo Monte e a transposição do Rio São Francisco, provocam impacto sobre povos indígenas.

"Não aceitamos falar com a Casa Civil nem com representante da Presidência. Dilma tem de nos ouvir", avisa Francisca. "É como se índio fosse insignificante, ninguém discute conosco", acusa. Para Francisca, a proposta de transferir comunidades para outras áreas porque os índios "estão na rota do PAC" é inaceitável.

A demanda de reunião com Dilma será seguida de reivindicações. Tudo começa com uma agenda de trabalho na qual o Palácio do Planalto assuma o compromisso de atender pleitos apresentados pelo movimento durante o Acampamento Terra Livre, mobilização que ocorreu de 2 a 5 de maio, em Brasília.

No encontro com a base do movimento, a Apib foi questionada por integrar a CNPI, que estava nas mãos do que a Funai encaminha. Francisca faz duras críticas ao presidente da fundação, Márcio Meira, acusando-o de ter tranformado o órgão em um "balcão de negócios" e de manter um discurso diferente para o governo, outro para indigenistas e outro para lideranças indígenas.

Procurada, a Funai encaminhou nota em que afirma que o presidente substituto da entidade e da CNPI, Aloysio Guapindaia, suspendeu a reunião prevista para esta quinta e sexta-feiras "em respeito à posição da bancada indígena". A fundação sustenta que a decisão dos indígenas causou surpresa.

"Desde sua criação, a CNPI conquista importantes avanços para a política indigenista nacional. O governo federal trabalha pela continuidade deste espaço democrático de diálogo com os representantes dos povos indígenas, e pela criação do Conselho Nacional de Política Indígenista, em substituição à Comissão", completa a nota da Funai.

Criada em 2005, a Apib reúne a Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), a Articulação dos Povos Indígenas do Pantanal e Região (Arpipan), a Articulação dos Povos Indígenas do Sudeste (Arpinsudeste), Articulação dos Povos Indígenas do Sul (Arpinsul), a Grande Assembleia do Povo Guarani e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Ações do Programa Aldeia Produtiva


A Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) em ação conjunta com a prefeitura municipal de Dourados realizou no dia 15 uma reunião com os coordenadores das aldeias Bororó, Jaguapiru e Panambizinho visando iniciar atividades de preparo do solo para o cultivo de mandioca de mesa e batata doce, por meio do Programa Aldeia Produtiva.

Através da ação, os indígenas dos grupos familiares já cadastrados na Agraer para participar do programa receberão óleo diesel para realizar o plantio e terão assitência técnica durante todo o ciclo da cultura. De acordo com o técnico da Agraer de Dourados, José Aparecido Simão está previsto o preparo de solo de 400 hectares para o plantio de ramas de mandioca e de 60 hectares para o plantio de batata doce. A ação beneficiará 91 grupos, num total de 800 famílias indígenas.

Programa
Com recursos de R$ 8 milhões por parte do governo do Estado, o programa desenvolvido pela Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) tem como principal objetivo inserir as aldeias indígenas no sistema produtivo, de forma a garantir a subsistência dos que nelas vivem por meio da produção e comercialização de produtos oriundos da terra.

Por meio do Aldeia Produtiva estão sendo distribuídos aos índios óleo diesel; sacas de sementes de arroz e milho safrinha; kits de hortas e kits pomares compostos por mudas de tangerina, limão, coco, acerola, maracujá, calcário e adubo, além de 68 patrulhas mecanizadas compostas por tratores, arados e carretas agrícolas.

Por meio do programa são realizadas também junto às famílias, visitas técnicas e cursos de capacitação, além da elaboração de projetos de crédito rural e aquisição de produtos para fomento das ações ligadas à produção de leite, mandioca, milho, arroz e também às atividades ligadas à apicultura.

Mato Grosso do Sul apresenta atualmente a segunda maior população indígena do país com mais de 64 mil pessoas distribuídas em 73 aldeias.

Reserva indígena de Dourados - Comércio toma Bolsa Família da aldeias


Proprietários de alguns mercados e mercearias dentro e fora da Reserva Indígena de Dourados estariam retendo cartões bancários de índios para liberarem compras, principalmente de bebidas alcoólicas. De acordo com lideranças das aldeias Jaguapirú e Bororó, os comerciantes denunciados seriam do ramo alimentício e vestuário. Eles estariam espalhados pela Reserva e bairros de Dourados.


A denúncia acontece depois de deflagrada a operação Tekohá, da Polícia Federal, que apreendeu dezenas cartões de benefícios e carteiras de trabalho com supostos traficantes nas aldeias.

Em entrevista concedida ao site Douradosagora, o delegado Antônio Carlos Moriel Saches, de Brasília, disse que as carteiras de trabalho apreendidas já estão sendo devolvidas aos indígenas. Ontem mesmo, dezenas deles estiveram na Delegacia da Policia Federal para retirar os documentos. Conforme a PF, as carteiras de trabalho estavam nas mãos "cabeçantes" que arregimentavam trabalhadores indígenas para prestarem serviço nas usinas. A prática é comum entre as empresas e o "contratado”, uma vez que este fica com a responsabilidade de conseguir a quantidade de indígenas necessária para executar determinadas tarefas, como o corte de cana. O “cabeçante" ganha comissão pelo trabalho dos índios, mas em contrapartida fica responsável por eles no período em que estes prestarem os serviços para a usina.

O delegado está ouvindo os indígenas que comparecem para retirar a documentação para dar continuidade às investigações.


MÁFIA DOS CARTÕES


De acordo com lideranças dos indígenas, o fato é que a maioria das famílias, com pouca instrução, são facilmente exploradas. Segundo eles, os índios se tornam presas fáceis para golpistas que se aproveitam da fragilidade das vítimas para os negócios e práticas comerciais. Os cartões bancários de aposentados, pensionistas ou beneficiários de programas do governo federal como o Bolsa Família, seriam utilizados para garantir o pagamento de compras.

Segundo ainda as lideranças, o comerciante vende a prazo para o indígena, mas retém o cartão dele e no dia do pagamento do beneficio o próprio comerciante ou um funcionário do estabelecimento vai até o caixa eletrônico e faz o saque da conta do indígena. Em outras situações há denúncias de que no dia de receber o pagamento os comerciantes levam grupos de indígenas para o interior dos bancos para sacarem o benefício. O dinheiro recebido serve para quitar a dívida junto ao comércio, que abre novo “crédito” para as compras do mês seguinte.


A prática, realizada sem nenhuma fiscalização, abre margem para verdadeiros “roubos”, já que alguns indígenas não sabem quais foram o valores sacados e se estas quantias são, de fato, o que eles tinham consumido nos estabelecimentos.

De acordo ainda com as lideranças, a retenção do cartão, por parte de comerciantes, gera o que eles chamam de “escravidão financeira” do indígena, já que ele sempre vai permanecer endividado naquele estabelecimento e conseqüentemente perde a liberdade de procurar atendimento em outras mercearias e buscar melhores preços.


MPF

As denúncias de retenção de cartões por comerciantes de Dourados chegaram ao conhecimento do Ministério Público Federal. De acordo com o procurador da república, Marco Antônio Delfino de Almeida, duas operações foram realizadas no ano passado para coibir a prática. Na ocasião, comerciantes foram denunciados à Justiça e respondem a processo.

Conforme o procurador, diante das novas denúncias o MPF pode iniciar novo arrastão no município para combater a irregularidade. O ideal para evitar este tipo de crime, segundo o procurador seria uma fiscalização policial permanente, o que ele está tentando viabilizar. O Procurador alerta que o comerciante flagrado pode responder por crime de estelionato e se condenado ser obrigado a cumprir penas que chegam até quatro anos de prisão.


PF usa caminhão como delegacia em reserva indígena de Dourados


A Polícia Federal iniciou nesta terça-feira (14) a estratégia de usar uma delegacia móvel na aldeia Jaguapiru, em Dourados, a maior do estado. A equipe usou um caminhão, que foi estacionado em frente da escola Tengatui, posto que deve ficar em funcionamento durante quatro meses.

“Agora a gente está mais tranquila. Estamos dormindo mais, porque a gente sabe que eles estão aí”, disse a indígena da etnia terena Terezinha Mamed.

Por dentro, o caminhão vai funcionar como uma espécie de delegacia. Foi montado um escritório com energia elétrica, ar condicionado e computadores. No local serão registrados os boletins de ocorrência e os índios serão ouvidos sem que seja necessário sair da aldeia.

A Polícia Civil também vai trabalhar no veículo. Na aldeia Bororó não haverá um ponto fixo. A segurança será feita com viaturas. Os horários das rondas são estabelecidos com base nas denúncias que chegam. O policiamento não está de plantão 24 horas.

“Eu não sei se teremos condições (de permanecer) 24 horas, mas alternaremos os horários das atividades de acordo com a demanda“, disse o delegado da Polícia Federal, Vinícius Binda.

A operação Tekoha começou na sexta-feira (10) quando os policiais entraram nas terras indígenas. Três pessoas foram presas apontadas pela polícia como chefes do tráfico de drogas na reserva. A ação, agora, é voltada à prevenção contra criminalidade.

A indígena da etnia guarani Mônica Aquino nasceu na aldeia Jaguapiru e, aos 56 anos, já presenciou muita violência. “Moro sozinha, sou viúva, não aguentava mais. A gurizada andava com facão, foice revólver e até invadiram minha casa”, disse a moradora da aldeia.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Saúde intensifica detecção de doenças em população indígena do Tocantins

O Ministério da Saúde promove até o próximo dia 17 as ações para detecção e tratamento de doenças transmissíveis por vetores como chagas, malária e leishmaniose em população indígena do Tocantins. O trabalho iniciado na última segunda-feira (06) fará o atendimento de aproximadamente 2 mil indígenas de nove aldeias. A ação também inclui a realização de testes de hepatites A, B e C.

A iniciativa é promovida pelo Distrito Sanitário Especial Indígena de Tocantins (DSEI-TO), ligada a Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, em parceria com Secretaria de Saúde do Estado. A execução do trabalho ocorrerá em duas fases. A primeira será realizada nas aldeias Riachinho, Mariazinha, Girassol, Prata e Serrinha. As ações serão coordenadas pela a equipe multidisciplinar de saúde indígena do Pólo-base de Tocantinópolis, e contará com a ajuda de técnicos da Secretaria Estadual e Municipal de Saúde do Estado, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz e da Universidade Federal de Tocantins, além de técnicos do Laboratório Central de Tocantins.

A segunda fase consistirá no atendimento de outras aldeias prioritárias da região: São José, Botica, Bonito e Patizal. Essa fase será realizada pela equipe de saúde do pólo-base de Tocantinópolis, com apoio técnico e logístico do DSEI-TO, e atendimento médico do DSEI-Araguaia.


CAPACITAÇÃO – Até amanhã (09) os enfermeiros de todos os Pólos do DSEI-TO estarão na sede do distrito para participarem de Seminário e Oficina para implantação do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Básica (Sisvan). A capacitação é promovida pela Secretaria de Estado da Saúde do estado com o apoio da UNICEF.

O Sisvan é um sistema do SUS que tem como principal objetivo diagnosticar a situação alimentar e nutricional da população, identificando segmentos sociais e grupos populacionais de maior risco aos agravos nutricionais, sejam eles de baixo peso ou obesidade.

O DSEI aproveitará a oportunidade do curso, para reunir todas as áreas técnicas do Distrito para discutirem as práticas de saúde executadas e propor a reorganização do serviço. Segundo a chefe do DSEI Tocantins, Ivaneizilia Noleto, a promoção de eventos desse tipo tem como objetivo elevar o nível técnico dos profissionais de saúde e complementar a rotina executada pelas equipes multidisciplinares nas aldeias.


COMO FUNCIONA A ASSISTÊNCIA – Os 751 postos de saúde das comunidades indígenas de todo o país são as bases da atuação das equipes multidisciplinares de saúde indígena, composta por médico, enfermeiro, odontólogo e auxiliares, além dos Agentes Indígenas de Saúde (AIS) e dos Agentes Indígenas de Saneamento (AISAN). Os agentes moram nas aldeias e são indicados pelos Conselhos Locais de Saúde Indígena. A eles competem ações de atenção primária, saneamento e educação em saúde. (Informações da Agência Saúde)

Policia Federal cumpre mandados nas aldeias de Dourados


Polícia Federal e Força Nacional deflagram operação conjunta na Reserva Indígena de Dourados contra o tráfico de drogas e armas. Segundo noticiaram, ontem, o Douradosagora e O Progresso, foram identificados pelo menos 40 pontos de venda de entorpecente nas aldeias Bororó e Jaguapiru. A informação foi confirmada pelo Observatório Indígena.

Na manhã desta sexta-feira, agentes federais se posicionaram em vários pontos da Bororó e Jaguapiru. Doze equipes policiais cumprem mandados de busca e apreensão e de prisões. Já nas primeiras horas de hoje foram apreendidas drogas e armas. Pontos de venda de droga foram fechados. O clima é tenso entre indígenas que temem um confronto entre traficantes e policiais. O Douradosagora e jornal O Progresso acompanham o andamento dos trabalhos.

Conforme levantamentos a ausência de policiamento ostensivo nas aldeias favoreceu a instalação do tráfico em dezenas de casas, muitas das quais foram tomadas das famílias como pagamento a dívida com traficantes. Por conta da facilidade em atuar na Reserva, nem mesmo as escolas e estudantes escapam das garras do narcotrárico.

As drogas chegam facilmente às salas de aula na Reserva indígena de Dourados. Na escola Tengatui Marangatú, professores convivem com o medo devido a falta de segurança.

Conforme o diretor da escola, Josias Aeda Marques, os alunos falam muito sobre uso de maconha e o estado de “nóia” que o entorpecente causa. Ele acredita que o ingresso dos adolescentes no mundo do crime, através dos traficantes que se refugiam nas aldeias, é evidente. “A venda das drogas é tão fácil nas aldeias que há relatos de alunos e pais sobre o envolvimento de adolescentes em esquema de disk entrega da droga”, lembra.

Foi preciso uma força-tarefa entre os educadores e direção da escola para evitar que o “mal” das drogas se espalhasse entre os alunos. O diretor da escola, Josias, contou à reportagem que logo que assumiu o comado da escola, em 2009, a situação era de caos. Alunos andavam livremente, segundo ele, com armas brancas e entorpecentes. Na época um aluno de 17 anos, viciado em drogas, teve que ser retirado da escola para tratamento médico, mesmo contra vontade.

Ele agredia com socos e tapas as crianças menores. Além disso, tentou agredir um coordenador”, conta. Segundo ele, a mãe informou na época que ele passou por tratamento, esteve internado, mas voltou ao mundo do vício e consequentemente ao crime. Segundo ele, outros casos foram registrados. “Os alunos são vítimas os pais alcoólatras ou viciados em drogas.

Fazendeiros entram com reintegração de posse

Proprietários de terra que tiveram área ocupada por índios em Dourados, ingressaram com pedido de reitegração de posse.

De acordo com o ruralista Darci Decian, a ação na justiça foi necessária porque até o momento nenhum órgão representante dos indígenas se manifestou acerca do assunto ou procurou os fazendeiros para negociar.

Desde o último dia 29, dezenas de índios ocuparam área de 26 hectares às margens do Anel Viário, nas imediações do residencial Monte Carlo e aos fundos da Aldeia Bororó em Dourados. Barracos de lona estão sendo montados aos poucos e a expectativa da comunidade é de reunir 120 famílias nos próximos dias.

De acordo com a coordenadora da Fundação Nacional do Índio, Maria Aparecida Mendes de Oliveira, em 1920 o governo Federal declarou uma área de 3.6 mil hectares para os indígenas, mas eles estariam ocupando apenas 3.5 mil hectares; área que foi demarcada. Por causa disso, um estudo será realizado para identificar os 100 hectares supostamente remanescentes. Os trabalhos vão se concentrar na localização de marcos e placas no interior da Reserva, que limitavam a área destinada aos nativos.

O grupo justifica a ocupação alegando que as terras são indígenas, já que os antepassados guaranis teriam residido no local. Eles citam o indígena guaraní Sapriano Gonçalves, avô de uma das lideranças. “Ele era dono destas terras. Arrendou para um branco plantar, que por sua vez vendeu as terras, sem que fossem dele”, explica.

“Saberes tradicionais e formação acadêmica”

“Saberes tradicionais e formação acadêmica” é o tema do IV Seminário Povos Indígenas e Sustentabilidade, que será realizado nos dias 15, 16, 17 e 18 de agosto na Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Realizado pelo Projeto Rede de Saberes, neste ano o seminário aceitará trabalhos em texto, banner e vídeo. A abertura será às 19h com apresentação cultural e mesa redonda “Acadêmicos indígenas no Brasil: avanços e perspectivas”. Durante o dia 15, o Rede de Saberes realizará também o V Encontro de Acadêmicos Indígenas de Mato Grosso do Sul, com o tema “O indígena no ensino superior: formação, apoio e profissionalização”.

As inscrições para o seminário podem ser feitas à partir do dia 15 de junho até 5 de agosto, já os resumos devem ser enviados até o dia 30 de junho para o e-mail 4sustentabilidade@gmail.com. Até o dia 10 de julho estará no site do Projeto Rede de Saberes a publicação da avaliação dos resumos, então os autores poderão enviar o trabalho completo até 1º de agosto. Os valores das inscrições e outras informações estão no site www.neppi.org/eventos/4sustentabilidade.

Os seis Simpósios Temáticos enfocam os saberes tradicionais e formação acadêmica no âmbito das Ciências da Terra, Ciências da Saúde, Educação Básica, Educação Superior, Tecnologias da Informação e Comunicação e Gestão Territorial e Sustentabilidade. Além de buscar contribuir para a formação de profissionais indígenas que melhor atendam as demandas de suas comunidades o seminário possibilitará aos acadêmicos do Rede de Saberes trocar experiências sobre suas trajetórias nas universidades com pesquisadores, acadêmicos e profissionais indígenas e não-indígenas de outras regiões.

www.msnoticias.com.br

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Policia Federal monta Operação e entra na Reserva Indígena de Dourados

A Polícia Federal de Brasília está com tudo pronto para iniciar Operação na Reserva de Dourados. O objetivo é eliminar o tráfico de drogas através da prisão dos criminosos que se instalaram nas aldeias. São 120 dias de Operação em Mato Grosso do Sul. Depois de Dourados a operação seguirá para outras reservas no Estado.

Recentemente o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcio Meira, falou sobre segurança. Disse que ainda este ano será instalada na reserva de Dourados um policiamento efetivo com agentes da Polícia Federal e Funai.

Segundo informações apuradas pelo O PROGRESSO e o site Douradosagora, as aldeias estariam sem o policiamento permanente há mais de dois anos. Isto porque a Operação Sucuri, ligada à Funai, que realizava os trabalhos, foi desativada. “Estes profissionais não têm formação policial, o que os impede de realizar uma segurança mais eficaz.

A permanência dos agentes na reserva não estava resolvendo o problema da violência”, lembrou. Conforme relatório do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), o índice de mortes de indígenas vem aumentando substancialmente no decorrer dos anos, sendo certo que, entre 2003 (13 vítimas) e 2007 (53 vítimas), houve um aumento de mais de 300% no número de vítimas fatais nas aldeias de Mato Grosso do Sul, grande parte em Dourados, onde há maior concentração indígena do Estado.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Mulheres indígenas exigem respeito pelos seus direitos

Existe um grande desconhecimento da nossa realidade por parte das autoridades; por isso, pedimos-lhes que visitem as nossas comunidades, conversem connosco, com os nossos líderes e conheçam directamente os problemas económicos, de saúde e de educação que enfrentamos no dia-a-dia», afirma Andreas Campos, líder indígena da Amazónia. Andreas foi uma das centenas de indígenas que participaram numa audiência pública sobre a situação das mulheres e as mudanças a implementar, na capital peruana.
Os dirigentes nativos apontam para a falta de educação como um grave problema da Amazónia peruana. A taxa de analfabetismo entre as mulheres nativas situa-se entre os 38 e os 76,3 por cento. «Nós sempre fomos excluídas e discriminadas; temos direito a uma atenção intercultural bilingue», denuncia Maritza Rodríguez, do sudeste de Junín. «Os professores, na sua maioria, apenas falam castelhano», lamenta. As mulheres indígenas pedem uma educação intercultural bilingue que acabe com o racismo e a exclusão no Peru.
A saúde é outro sector problemático: apenas metade das comunidades contam com o apoio de um estabelecimento de saúde. A esperança média de vida é bastante inferior à média nacional; metade das mortes ocorrem antes dos 42 anos, 20 anos de diferença em relação ao resto da população. Também neste sector se verifica a necessidade de serviços multilingue. «É necessária a presença de tradutores nos hospitais para atender adequadamente a população indígena que não fala espanhol.


Fonte: http://www.fatimamissionaria.pt/artigo.php?cod=19462&sec=8

Funai vai identificar terra indígena em Dourados


A Fundação Nacional do Índio (Funai) de Brasília inicia nos próximos meses estudos para identificação de terras indígenas demarcadas em Dourados. Os trabalhos vão se concentrar na localização de marcos e placas no interior da Reserva, que limitavam a área da União de 3,6 mil hectares.

De acordo com informações do antropólogo da Funai de Dourados, Diógenes Cariaga,algumas dessas placas desapareceram com o tempo e através de resgate desses pontos será possível identificar se a área ocupada pertence ou não aos indígenas.

Posteriormente ao resultado do levantamento dos pontos, a Funai em Dourados pretende solicitar a presidência em Brasília para que se necessário realize uma perícia para diagnosticar a área. Os trabalhos de identificação dos marcos devem acontecer em dois meses.

Os indígenas das etnias Caiuás e Guaranis das aldeias Bororó e Jaguapiru deram início a ocupação de uma área de 26 hectares às margens do anel viário, nas imediações do residencial Monte Carlo e aos fundos da Aldeia Bororó em Dourados.

Desde o último dia 29, dezenas deles se mudaram para o local. Barracos de lona estão sendo montados aos poucos e a expectativa da comunidade é de reunir 120 famílias nos próximos dias.

De acordo com o cacique guarani Shatalim Graito Benites, o grupo está pleiteando uma área total de 6 mil hectares. Algumas destas estão nas imediações de onde instalaram os barracos.

O grupo justifica a ocupação alegando que as terras são indígenas, já que os antepassados guaranis teriam residido no local. Eles citam o indígena guaraní Sapriano Gonçalves, avô de uma das lideranças. “Ele era dono destas terras. Arrendou para um branco plantar, que por sua vez vendeu as terras, sem que fossem dele”, explica.




Fonte: douradosagora

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Ruralistas pedem apoio contra invasões em Douradina

Produtores rurais de Douradina estão preocupados com a possibilidade de novas ocupações indígenas. Ontem (1º), um grupo de ruralistas esteve na sede da PF (Polícia Federal), em Dourados, para pedir apoio ao órgão na tentativa de impedir novas invasões. No sábado passado, os indígenas ocuparam um dos seis lotes provenientes da antiga colônia agrícola no município.

O local fica bem próximo de uma área de 100 hectares, ocupada pelos índios em 2005 e, posteriormente, em novembro do ano passado. “Na época foi feito um acordo para que os índios desocupassem as terras, porém, desde novembro começaram novas invasões”, relatou Cícero Bastos, um dos produtores que teve o lote invadido no sábado.

De acordo com o presidente do sindicato rural de Douradina, Cláudio Pradella, os agricultores prometem se mobilizar contra novas invasões no município. “O primeiro passo é de informar ao delegado da Polícia Federal sobre a situação em que se encontram estes produtores, diante a ação dos indígenas no local. Após isso, se não houver acordo vamos entrar com pedido de reintegração de posse, sendo que até o momento não existe a intenção de confronto com os índios”, afirmou.

Para o produtor rural, Valdir Pedro Piesanti, as ocupações prejudicam a economia do Mato Grosso do Sul, além de trazer prejuízos para os agricultores que tem as terras invadidas. “A imagem econômica do Estado fica desgastada com este impasse entre produtores e índios. Quem vai investir em lugar onde existe instabilidade produtiva?”, questionou.

Ele ainda acusou a Funai (Fundação Nacional do Índio) de incentivar novas ocupações no município. “Pelo que consta a própria Funai é um dos principais incentivadores dessas invasões. A sociedade precisa entender a gravidade da situação, cobramos soluções”, enfatizou.

Funai

Segundo a coordenadora regional da Funai, Maria Aparecida Mendes de Oliveira, as áreas ocupadas em Douradina fazem parte de estudos para demarcações no Estado. Ela afirma que na década de 1970 estas terras foram consideradas terras indígenas, porém, não foram homologadas oficialmente.

Quanto à afirmação dos produtores de que a Funai estaria incentivando novas ocupações, a coordenadora afirmou que foi surpreendida pela ocupação ocorrida no sábado passado e que o órgão não tem controle sobre as ações dos índios. “A Funai está acompanhando de perto toda esta questão agrária que envolve produtores rurais e indígenas, porém, não compete a nós, impedir ou incentivar ocupações”, disse.

Ela afirmou ainda que na terça-feira passada técnicos da Funai já foram até a cidade de Douradina para avaliar a real situação do local e que as medidas cabíveis ao órgão serão tomadas somente após o recebimento do relatório encaminhado pelos antropólogos.