segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Jovens de Dourados estão em 2º no ranking de suicídios

Dourados é o segundo município do país com o maior número de jovens, entre 15 e 24 anos, que morreram cometendo suicídio, sendo a maioria dos casos entre indígenas. A cidade só fica atrás de Tabatinga, no Amazonas, de acordo com os dados apontados pelo Mapa da Violência 2011, divulgado pelo Ministério da Justiça.
Outras duas cidades sul-mato-grossenses estão no topo da lista deste tipo de morte no país, quando considerada a população total dos municípios, são elas Paranhos, seguida de Amambai. “No Brasil, não existe uma tradição ou cultura suicida como em outros países. Mas podemos observar a existência de municípios com índices exageradamente elevados não só para o contexto nacional, mas também no plano internacional. Nos primeiros lugares temos alguns municípios com taxas acima dos 30 suicídios em 100 mil casos, que é a marca dos países como Lituânia e Rússia, que encabeçam a listagem no nível internacional”, indica o relatório do Mapa.
Os altos índices de suicídio no Mato Grosso o Sul e no Amazonas, levaram os pesquisadores a criar uma nova tabela para análise, observando a presença de terras indígenas nas localidades. Mais uma vez, as maiores taxas são nas cidades sul-mato-grossenses.
Em Amambai, 60% dos suicídios foram cometidos por indígenas, já entre os jovens amambaienses, todos os que tiraram a própria vida eram índios. Em Dourados, 66,7% dos jovens que se suicidaram eram indígenas, o que representa 61,5% se comparado ao número total de pessoas que tiveram este tipo de morte na cidade.
Os dados usam como período de referência os anos de 2006 a 2008. “Esse ano teve poucas ocorrências de suicídio. Dos que vem acontecendo é por conta de que não tem ações e projetos que ocupem os jovens, e eles vem como única opção usarem drogas, e bebidas alcoólicas. Existem muitos jovens não usam e passam a usar, por conta do preconceito que sofrem dentro e fora de casa. Isso também acontece por causa da falta de estrutura familiar, mãe que abandona o filho, mãe e pai que também são alcoólatras, tudo contribui”, acredita Jaqueline Gonçalves, indígena Kaiowá de 20 anos e integrante da AJI (Ação Jovens Indígenas).
Para a entidade, a única saída para diminuir estes casos é através da educação. “A gente da AJI sempre apostou que tenha uma escola integral na aldeia, aí o jovem vai estar aprendendo cada vez mais, o dia todo, e não vai ter tempo de ficar correndo atrás de drogas e bebida alcoólica. Com a educação, ele vai ser valorizado, e ele precisa se sentir importante”, acrescenta Jaqueline.

HOMICÍDIOS
No ranking das 100 cidades com maior número de casos de homicídio envolvendo jovens no Brasil, Dourados é a única sul-mato-grossense que aparece, ocupando a 89ª posição. A segunda com mais casos de homicídios em MS é Campo Grade, a 175ª do país. As cidades que encabeçam a lista são Maceió, em Alagoas, seguido de Serra, no Espírito Santo.
Já entre os casos considerando o número total da população, a mais violenta do MS é Coronel Sapucaia, na 12ª posição nacional, seguida de Amambai, que é a 19ª do Brasil. Nesta contagem geral, Dourados aparece em 10º no número de pessoas que morrem vítimas de homicídio em Mato Grosso do Sul.

Fabiane Dorta

AJI

Eu não conhecia aji, mas aos pouco fui conhecendo, é uma grupo do jovens que trabalha junto. AJI trás conhecimento de tudo das coisa boa que ninguém sabia, como aula de fotografia aprendendo escrever jornal da aji,o livros, mexendo câmera, fazendo desenho, aula de computador , parecido com a escola mais não igual , jovens faz coisa boa dos trabalho mostrado o que é bom o que é ruim ,que não deve fazer. Aji é isso fazendo atividade com as criança, com outro jovens , é agora tem oficina de radio, está sendo muito legal. AJI faz parte de tudo, aji ensina bom caminho.

O jovens da AJI veio pela luta pelo caminho, enfrentamos muitos caminho da escuridão, é agora estamos indo muito bem AJI é isso.

Será que estou vendo de Fora ou de Dentro!!!???



Notando diferenças... tudo tem passado tão mais de pressa para mim inclusive o tempo as coisas para mim foi tudo tão mais difícil eu fiquei só e aprendi as coisas tão mais cedo que tanta gente, meus caminhos se duplicaram de dificuldades quando pensei que veria portas abertas onde poderia escolher uma para entrar a separação de meus país foi tão mais dolorosa para mim o meu sofrimento parecia tão mais maior que o de todos, a dor das saudades que eu sentia parecia tão mais grande que qualquer coisa as minhas loucuras parecia tão mais doidas que de todos no entanto eu encontarava soluções momentanêas, e eu fazia eu fazia as coisas acontecerem, na maioria das vezes coisas ruins mas de que importa se eu estava fazendo coisas acontecer, eu estava sózinha isso doia de uma forma que parecia que ia me matar... mas eu procurava soluções... sabia que o que ia preencher isso estava longe do meu alcance mas eu tentava alcançar hoje eu me sinto bem por isso eu não fiquei de braços cruzados, minha família havia acabado mais eu tentava reconstruí-la da minha forma, uma forma que eu encontrei de amenizar minha dor. Hoje eu vejo as coisas acontecerem tão diferente, as pessoas parecem sentir tão mais pouco aquilo que causa estragos maiores na vida, as pessoas mudaram muito e perecem sofrer tão mais pouco por aquilo que conquistam com mais dificuldades, ou parecem sofrer tão pouco por aquilo que tanto amam. Que tal amor é esse que dizem ser tão e não fazerem absolutamente nada para manter o que ama por perto, e pelo contrário quanto mais longe tiver mais você o-afasta sem mostrar sofrimento algum.Hoje as pessoas parecem tão mais insensível ou tão mais ignorantes, mesquinhas e orgulhosas, elas parecem ter perdido o amor próprio, não enxergam á um passo além do próprio nariz, na marra consegue olhar para o próprio umbigo, tanta falsidades e mediocridades que tais mudanças fizeram com que as coisas acontecerem de forma tão triste, perdendo respeito pelos parentes , perdendo a solidariedade para com as pessoas e com elas a vergonha na cara, gerando mais violência, com a companhia de drogas e bebidas alcoólicas, estou falando tráfico de drogas dentro da aldeia, no ultimo domingo desse fim de semana, foi triste o que presenciei na manhã de sábado fazendo o trajeto nas ruas da aldeia Jaguapiru, avistei um menino que logo passou de mim de bicicleta e parou logo na primeira esquina que ele chegou … já em um bar nesta ,mesma esquina pude ver que ele estava em uma casa e aguardava alguma coisa, quando eu chegava já bem perto da casa saiu uma mulher que vendia para o menino que aparentava ter pouco mais de uns 11 anos, e contava na mão dele... um… dois... três, papelotes de crack ... e aí onde eu me sinto totalmente indignada, a pessoa que vende crack tem filhos da idade desse mesmo menino, e até menores... será que ela não pensa que poderia ser os filhos dala..quantos meninos como esse não teve a vida destruída por essa mesma pessoa que faz quaetão de escolher a forma mais fácil de ganhar dinheiro, pois se tivesse um pingo de solidariedade estaria trabalhando e não vendendo um veneno tão mortal para crianças... Onde vamos parar com tamanha falta de humanidade.

Ana Cláudia de Souza

23 Anos

Guarani ñ ndeva

Violências nas ruas da Aldeias de Dourados

Na Aldeia de Dourados a violência está mais presente e ninguém faz nada por nós Indígenas que vivência a vida dos meninos e meninas que estão no mundo do crime.

Há muito o que fazer para nossa Aldeia melhor,as lideranças que diz que pode tudo não resolve absolutamente nada dentro da aldeia,apenas quando se trata de confusões de mulheres eles tomam providência,mas quando é brigas entre homens eles não ligam para absolutamente fazer nada.

E porem a venda de bebidas alcoólicas esta sendo a mais vendida no momento lá dentro,não só na aldeia mas como no mundo inteiro, como também a venda de drogas isso sim as lideranças da aldeia tem que tomar uma providência. E com isso a violência acaba se multiplicando,as ruas estão cada vez mais perigosa,são adolescente que estão cada vez mais perigosos por conta do consumo de bebidas alcoólicas e drogas. Precisamos de uma luz no meio do caminho para poder ajudar esses adolescentes a sair desse mal caminho.


Dhenelis

O SOM DE VIDA, PRAZER DE VIVER NA ALDEIA.

Vivemos em dias de muita alegria temos o prazer de pisar na terra vermelha de ver a poeira vermelha subindo pro CÉU, ouvir a fala do vizinho a conversar com suas crianças ao mesmo tempo ouvir o som do vizinho sem ter seu próprio aparelho de som.




Ver a criança brincando subindo na árvore outros andando de bicicleta, outros com seu computador de brinquedo rodeado de outro amiguinhos endereçado a ver o que tem em seu computador de brinquedo.




As 4:00 horas da manhã temos o som dos ónibus parando nós pontos estratégico na aldeia, assim embarcam os trabalhadores rurais afim de buscar sua




sobrevivencia através de seu esforço de trabalho braçal, são eles os que movimenta também a aldeia e da vida para suas famílias trazendo a alegria e garantindo a permanência de seus filhos nas Escolas Indigenas.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Aji

NA Aji eu quero aprender muitas coisas, a Aji é muito legal. Eu quero ler melhor, desenhar, quero aprender a fazer filmagem, dançar, brincar com meus amigos e amigas.
Conversar com minhas professoras e aprender a fotografar. Tenho certeza que a Aji vai me ajudar.


Nome: Claudineia Jenuario
Etnia:Guarani
Idade:16 anos
Aluna do Crás de 2011,esse foi um texto realizado no Crás,com o tema: AJI

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Espctativas dos jovens das oficina do CRÁS

A AJI nos ensina tirar fotos é ter mais conhecimento. A AJI tem uma programação que ensina-nos em todas as coisas boas, uma delas é tirar fotos, é um incentivo contra as drogas na aldeia.
Aprendo muitas coisa, gosto muito também de assistir, escrever, andar, pesquisar coisas novas, praticar esportes e tirar muitas fotos de vários tipos.
O CRAS (Centro de referência de assistência Social) tem como objetivo ajudar a as pessoas em qualquer coisa que queremos, principalmente as pessoas que precisam muito, a AJI vai me ajuda muito nas coisa que preciso até o fim do ano.


Nome: MOISES Eleíte Almeirão
etnia : Tereno
serie:6º anos
aluno do crás.

Estradas da aldeia continuam esburacadas


A comunidade indígena da aldeia de Dourados vem reclamando das estradas que cortam as aldeias de Dourados, cada dia está piorando, impossível de se transitar, agora que iniciou-se as aulas alunos precisam se deslocar até a escola de ônibus mas com as condições da estradas está cada vez mais difícil, trabalhadores rurais também estão na mesma situação, encontra se em estado de emergência, e até agora a FUNAI nem a prefeitura tem eito nada para as melhorias das estradas. Nem mesmo na cidade a prefeitura tem dado conta das ruas esburacadas.


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Centro para combate a dependência de drogas na aldeia de Dourados

O Ministro Alexandre Padilha (Saúde) garantiu a implantação de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) nas aldeias indígenas de Dourados. O CAPS - AD atende pacientes com transtornos decorrentes do uso e dependência de drogas.

“Rememorando à matéria que foi exibida no ‘Fantástico’ no dia 30 de janeiro, me pronunciei na Câmara Federal sobre a tragédia anunciada do consumo de álcool e drogas nas aldeias do sul de Mato Grosso do Sul”, citou Geraldo Resende (Deputado Federal) ao comentar a audiência com o ministro da Saúde. Em 2009, o parlamentar protocolou a solicitação de implantação do CAPS indígena, ao negar, a Pasta da Saúde alegou o critério de implantação apenas em municípios com mais de 200 mil habitantes.

As aldeias indígenas Jaguapiru e Bororó enfrentam o crescimento da violência que tem como causa principal os altos índices do consumo de drogas e a comercialização ilegal de álcool para os povos tradicionais.

Outro problema enfrentado nas aldeias é o trafico de seres humanos, “além da luta pela implantação do CAPS, estamos trabalhando para o lançamento da primeira Vila Olímpica Indígena do país, um investimento de mais de R$ 1,4 milhão, que será inaugurada no dia 19 de abril, dia do Índio. Acredito que o lazer é uma alternativa para os jovens marginalizados e entregues às drogas e a prostituição”, lembrou Geraldo.


Da Assessoria


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O Povo Guarani




O Povo Guarani é um dos maiores povos indígenas do Brasil, situado na América Latina. Atualmente somam cerca de trinta mil pessoas, distribuídos nos Estados do Mato-Grosso-do Sul, Espírito Santo, Rio de Janeiro, S. Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, comportados nas Regiões Oeste, Leste e Sul do Brasil. Os países vizinhos ao Brasil, como Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia possuem também, essa tão espiritualizada etnia indígena. Nos séculos XVII e XVIII somavam para mais de dois milhões de indígenas, só no Brasil.

Os indígenas Guarani de todos esses países possuem cultura milenar, baseada em sua ancestralidade histórica, política e organizativa: "ñanderekó, nanderekó, arandu" é sua visão de mundo, sua cosmologia, seu jeito de ser. Dotados de extrema espiritualidade, usufruem dela como sua autêntica religião que séculos e séculos, o sistema político por um lado, e jesuítico por outro, tentou deflagrar, apesar das boas intenções. Povo "combativo e guerreiro", nas suas convicções culturais, detém conhecimentos ancestrais da mais elevada categoria, baseados na língua indígena, também chamada Guarani, preservada até os dias de hoje, após sofrer milhares de pressões, políticas, econômicas e ético-culturais.

O Guarani tem como essência de vida, isto é, sua marca étnica, a grande prática do "caminhar" que significa em língua guarani "guata". O caminhar significa também evoluir e fortalecer-se espiritualmente. Essa prática do caminhar, faz parte do movimento migratório dos guarani desde o tempo da colonização. Esse caminhar constante é justificado pelo yvý opa, a busca da terra sem males, que aqui definimos como uma terra que os permita viver com dignidade, sem interferências paternalistas, enfim, um paraíso mítico de sua ascendência. Esse caminhar cobre uma grande extensão, que vai do norte da Argentina (no caso do sub-grupo Mbyá) e da Serra de Mbaracaju (no caso do sub-grupo Xiriá ou Nhandeva) até o litoral do Estado do Espírito Santo, passando por todos os Estados citados no início do texto.

Sepé Tiaraju, uma das maiores lideranças do século XVIII, foi assassinado por um português pela frente e um espanhol pelas costas, simultaneamente, na batalha de 7 de fevereiro de 1756, em Bagé, no Rio grande do Sul, Brasil, depois de CAMINHAR com seus guerreiros, dias, meses e anos a pé, fazendo negociações entre os países que cobriam as Bacias dos Rios Paraguai, Paraná e Uruguai, objetivando os Direitos Indígenas daquele povo que estava sendo massacrado, pela escravidão, pela imposição de uma política européia que já vivia desde o século XVI, a decadência moral, política e econômica, principalmente Portugal e Espanha que impuseram o Tratado de Tordesilhas (1494) e o Tratado de Madri (1750),Tratados esses que dividia e entregava o Brasil entre eles e que só trouxe, durante um século e meio, o desrespeito à cultura Guarani.

Tanto no passado, quanto no presente vemos ainda as mesmas denúncias que afetam a cosmologia dos povos indígenas tais como: "Quando o branco chegou na nossa terra, índio pensava que branco era do lado de Deus, índio pensava que Deus tinha vindo visitar".

De fato, branco tem tudo e índio não tem nada: branco tem arame farpado, nós não temos; branco tem livro, nós não temos; branco tem machado de ferro, nós não temos; branco tem carro, nós não temos; branco tem avião, nós não temos (...). Mas branco veio e roubou as nossas terras e índio não podia mais caçar. Falou que as terras boas eram dele, falou que os peixes dos rios e dos lagos eram deles. Depois trouxe as doenças. Depois se aproveitou de nossas mulheres. E o índio se revoltou. Então o branco matou os nossos avós, matou-os, massacrou-os muito e o índio fugia tão rápido como a coisa mais rápida. Então o índio entendeu que o Deus do branco era ruim ". UM CHEFE DA NAÇÃO MACUXI, Jornal do Brasil, 10/07/1980".

De dois milhões que eram os guarani, hoje somam 30 mil pessoas. Realmente foram exterminados, mas ficaram filhos e filhas de líderes assassinados na atualidade como Marçal Tupã-y, o pequeno DEUS (líder indígena Guarani assassinado em 25 de novembro de 1983, por defender o seu povo), que pensava como o Chefe Maxuxi e que, como outros, criaram consciência para as próximas gerações: " Já não podemos nós, os guarani, calar-nos agora, diante dos estrangeiros"(Marçal Tupã-Y /1982);"Eu não fico quieto não, eu reclamo... Eu falo... Eu denuncio...; " A bomba atômica é uma ameaça constante. Quem a programou? Quem deseja realmente a paz mundial? Porque os covardes ameaçam com seus aparatos bélicos": E nós éramos...E nós somos ainda uma nação espoliada, explorada;esfolada"( Marçal Tupã-Y/discurso em reunião do movimento indígena brasileiro nas Ruínas de S.Miguel, no Estado do Rio Grande do Sul, aldeamento indígena criado pelos jesuítas para apoiar o povo de Sepé Tiaraju, destruído no período da colonização. De uns anos para cá a consciência indígena guarani tem-se sobre-elevado e sua auto-estima começa a despontar como a ponta de um iceberg, assim como para mais de 400 mil indígenas que ressurgiram _ COMO QUE UM SONHO_ dos cantões das cidades, justamente como índios desaldeados, da maneira como revelou o CENSO do IBGE (Instituto Brasileiro Geográfico e Estatístico), em pesquisa feita em 2000. Surgirão muito mais, neste século, os índios descendentes, com caras e histórias de índios e índias e ignorados pela ciência burguesa, pois esse contingente indígena nunca mais terá vergonha e medo de assumir sua identidade indígena por sofrer a discriminação social, racial e a intolerância cultural e religiosa sobre sua cosmovisão de vida.

Menos de 50% das terras Guarani estão demarcadas e asseguradas juridicamente e muitas delas estão ameaçadas pela sobreposição de Unidades de Conservação Ambiental em seu território, projetos governamentais planejados sem passar pela consulta aos guarani.

Os Guarani desde o passado, quando o Projeto Jesuítico chamado de "REPÚBLICA DOS GUARANI", foi implantado como um projeto assistencial, de defesa e de desenvolvimento aos moldes da Igreja católica contra os colonizadores chamados de "Entradas e Bandeiras" , _ até hoje, plantam a erva-mate, que constitui-se numa planta que produz um chá bem quente denominado chimarrão ou um chá bem frio, denominado tererê, e que ficou como marca cultural de todo o povo não indígena do Sul do Brasil, nos dias atuais.

Utilizam a agricultura de subsistência (mel do mato, palmito, banana, mandioca, milho e feijão) e a conservam de forma tradicional, assim como sua língua, religião, educação e organização social. Utilizam com muita ênfase a prática da medicina tradicional e a valorização dos cânticos e dos pajés. Produzem e vendem artesanatos, cerâmicas, tecelagens, arcos e flechas para a caça e pesca.

Os guarani do passado junto com o padre alemão Sepp, no século XVII, no citado Projeto República Guarani, descobriram o ferro e passaram a produzir sinos para Igrejas e aldeamentos, com mão-de-obra indígena, assim como centenas de atividades faziam parte do cotidiano daqueles guarani, como aprendizagem de línguas estrangeiras, matemática, astrologia, artes, etc. Depois do massacre imposto pelo Marquês de Pombal, grande parte da população guarani foi exterminada e conduzida à escravidão. Quando iam pra lavoura, cabisbaixos realizavam suas tarefas com muita dor, muitos se suicidavam. E a melancolia surgia como uma centelha de esperança para um novo momento. A luta dois guarani foi muito sacrificada ardorosa, mas hoje esse povo canta a alegria de sua identidade e dignidade reconstruídas. As crianças e adolescentes guarani já têm um patrimônio cultural registrado mecanicamente, através de CDs, para a posteridade.

As orações dos guarani consideradas demoníacas para os jesuítas, eram na realidade o que são hoje, a verdadeira expressão das crenças e espiritualidades indígenas. As orações são dirigidas ao sol, ao criador, aos espíritos, aos ancestrais. A alma é universal e Deus é supremo, um grande ancestral. Nas danças, embebidos pela erva-mate ou uma bebida tradicional oriunda do Kurupá que causa uma excitação, divertem-se e entram em contato com os espíritos. O pajé, costumeiramente, toma bebida para prever o futuro ou curar. Os espíritos dos mortos permanecem por algum tempo em suas moradas. Esses espíritos têm grande poder sobre os vivos. Esse povo desconhece castigos, punições ou coações às crianças ou ao seu semelhante.

Organização Social, Política e Econômica dos guarani do passado

Segundo o Dr. Bevilaqua no Congresso de História Nacional (1915), os guarani antes da colonização estrangeira possuíam organização política definida. Se havia defeitos, vícios, deve-se ao fato de o domínio guarani ser extenso demais e também deve-se relevar as diferenças climáticas, os meios distintos, as diferentes necessidades de cada grupo.

Aos Guarani não se cabia o termo "clãs" e sim nações, pátrias, como é o conceito atual do Movimento Indígena Internacional, termo esse designado ""Povos Indígenas", conquistado nas lutas em várias instâncias para que tal termo fosse efetivamente substituído na Declaração Universal dos Direitos Indígenas, Declaração essa que foi trabalhada durante vinte anos, pelos PRÓPRIOS POVOS INDÍGENAS, ao lado dos governos, no Grupo de Trabalho sobre Povos Indígenas, na Sub-Comissão contra a Discriminação e Proteção de Minorias, na Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU), de 1981 até 2001, culminando na vitória da constituição de um Fórum Permanente para Povos Indígenas, ocupados por indígenas dentro do Sistema da ONU.

O passado Guarani significava total liberdade de ação e pensamentos. Eram independentes e autônomos. A liberdade individual de cada um era por demais respeitada e se não estavam satisfeitos com a sua organização tinham a total liberdade de emigrar. Reinava o interesse comum e a igualdade absoluta dos direitos. Desconheciam a disciplina convencional. Existia o diálogo e respeito mútuo e possuíam forma de falar direta, sem rodeios. Não havia poder central, devido a independência individual. Caciques, líderes, anciãos não eram posições que denotavam poder. Esses elementos formavam sim, um CONSELHO , onde discutiam as questões sociais e políticas e deliberavam juntos em uníssono a resolução de um determinado assunto. Davam títulos ás leis de organização: "TEKOMONÃNGAVA", literalmente significa " o que faz a vida ".

Lamentavelmente os livros do passado e do presente não registram as formas de vida do povo Guarani. Temos muitos conceitos determinados pelos antropólogos, estudiosos da questão, dos padres, mas conceitos dos próprios guarani tem sido difícil encontrar, designados pelos próprios guarani, com exceção de Bertoni, um dos primeiros antropólogos indígenas e guarani que escreveu sobre a mulher indígena, verdadeiramente colocando-a num patamar muito digno, onde o matriarcado predominava. Esse estudioso, autêntico sociólogo guarani, pesquisou durante vinte anos a cultura de seu povo e criticou veementemente a maioria dos estudos feitos pelos cientistas que se dedicaram ao estudo desse povo. O índio guarani e sociólogo Bertoni acreditou que os antropólogos distanciavam-se demais da realidade guarani, por não poder, na prática, internalizar a identidade indígena. Só um índio Guarani ou uma outra pessoa indígena detém esse conhecimento tradicional até ancestral por ter uma visão cosmológica real oriunda de sua própria história, tradições e cultura.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Questões raciais e de gênero: BRASIL II - Miscigenação não explica tudo

Nos anos 1930, o sociólogo e antropólogo Gilberto Freyre revolucionou o pensamento brasileiro ao defender radicalmente a miscigenação. Freyre, cuja formação ocorreu em grande parte nos Estados Unidos, comparou a situação racial tensa desse pais com o que enxergava como relativa paz no Brasil. Para Freyre, a imensa miscigenação do Brasil, que atingia também os imigrantes europeus recentes, era prova de que o pais não era racista como os Estados Unidos - éramos, enfim, uma "democracia racial', em que ninguém se achava mais puro do que ninguém.

A idéia de democracia racial pegou, e por claros motivos - afinal, ela restabeleceu o orgulho nacional e mostrava um ponto em que o Brasil era superior à Europa e aos Estados Unidos. Mas os números e a realidade dizem que há algo fora do lugar nesse suposto paraíso racial: segundo uma pesquisa do IBGE publicada em 2010, famílias chefiadas por pessoas brancas consomem 89% a mais do que famílias negras e 79% a mais do que pardas. Comerciais, novelas e séries de TV apresentam uma clara desproporção de brancos em relação à realidade da população.

Desde os anos 1970, o movimento negro brasileiro busca desconstruir essa idéia de democracia racial. Ainda que a miscigenação seja inegável, ela não apagou a idéia de que "branco é melhor" Se há um degrade de cores no Brasil, há uma preferência clara para uma ponta desse espectro. O racismo brasileiro é diferente do norte-americano (nos Estados Unidos, existiam leis de segregação racial até os anos 1960), mas nem por isso é algo menor ou menos nocivo.

Nem todos os militantes negros concordam na questão de cotas para universidades, mas há uma tendência geral de valorizar a parte africana da cultura brasileira e a identidade negra. Desde 2003, a cultura afro-brasileira tornou-se obrigatória no currículo escolar, e o Programa Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH-3), em processo de aprovação, prevê a obrigatoriedade de uma proporção realista de pardos e negros na televisão.

Interessa também ao movimento negro a questão dos quilombolas, comunidades rurais remanescentes de escravos fugidos. Os quilombolas são cristãos e falam português, mas mantêm várias tradições de uma cultura africana antiga, ameaçada de desaparecer por êxodo rural e influência cultural, principalmente pela televisão. A demarcação de terras quilombolas provoca certa polêmica, porque isso às vezes afeta as propriedades rurais.

Em 2008, o IBGE anunciou que 50,6% da população brasileira se identifica como parda ou negra - pela primeira vez, a maioria não se declarava como branca. Em parte, isso pode ser explicado por questões demográficas - a população de menor renda, majoritariamente parda ou negra, tem mais filhos que a classe média e alta. Mas também é um indicio da mudança de percepção racial no Brasil.



Drama entre índios em Mato Grosso do Sul

Taxa de suicídio dos Kaiowá é a maior entre os povos indígenas


Relatório sobre as condições de vida dos povos indígenas da Organização das Nações Unidas (ONU) aponta os Kaiowá, de Mato Grosso do Sul, entre as comunidades nativas que nos últimos anos mais registraram suicídio em massa de jovens índios no planeta. O trabalho State of lhe World's Indigenous Peoples ("Situação dos Povos Indígenas do Mundo") relaciona a ocorrência de mortes à luta dos cerca de 30 mil integrantes da comunidade contra fazendeiros e diz que "centenas" de índios já se mataram em 20 anos. O trabalho cita dados do Ministério da Saúde de 2000 a 2005, segundo os quais a taxa de Kaiowás que se suicidaram foi 19 vezes mais alta do que a média nacional, afetando desproporcionalmente adolescentes e jovens adultos.

"Isso acontece porque o lugar onde eles vivem se transformou em anexo de uma cidade em franco desenvolvimento", disse o ativista indígena Marcos Terena, membro da Cátedra Indígena Itinerante. Ele participou no Rio do lançamento mundial simultâneo do texto de 238 páginas, preparado por peritos do Fórum Permanente sobre Assuntos Indígenas da ONU e que revela ainda outros casos de altas taxas de suicídio indígena. Nos EUA, na faixa de 5 a 14 anos entre nativos americanos e do Alasca, ela é 2,6 vezes maior que a nacional, passando a 3,3 entre quem tem de 15 a 24 anos. No Canadá, as taxas de indígenas Inuit que se matam são 11 vezes maiores que a média total.


Atividades

7-O Serviço de Proteção ao Índio, que daria origem à atual FUNAI, foi fundado em 1910 com o intuito de preservar a identidade dos índios. Auxiliar os índios, entretanto, é um trabalho cheio de dilemas e controvérsias. Sobre o assunto, leia as afirmações abaixo:

I. As regiões onde vivem tribos ainda identificáveis são alvo do interesse econômico de mineradores, missionários cristãos, fazendeiros e mesmo cientistas e antropólogos.

Il. Manter a autonomia indígena significa tolerar costumes considerados crimes em nossa cultura - o caso mais marcante sendo o infanticídio, o hábito de diversas tribos de matar crianças com doenças de nascença ou filhos gêmeos.

III. Só existem índios em regiões muito distantes das cidades médias e grande do Brasil. A ajuda é sempre dificultada pela precariedade dos transportes.

 Podem ser consideradas reais dificuldades para ajudar as populações indígenas:

a) I e II, apenas. d) Todas as afirmações

b) I e III, apenas. e) Apenas uma dentre as afirmações.

c) II e III, apenas


8- Em 2004, a UnB instituiu um programa de política de ação afirmativa em seu vestibular. Posteriormente, também a UERJ inaugurou um programa semelhante e colocou este tema em evidência no debate nacional. Indique o item abaixo que melhor caracteriza uma política de ação afirmativa.

a) Política afirmativa consiste apenas na adoção de cotas de acesso a universidades, com o objetivo de eliminar a pobreza em determinadas regiões das áreas metropolitanas.

b) Uma política de ação afirmativa consiste em um tipo de seleção apoiada em critérios não discriminatórios e especialmente baseada no mérito acadêmico ou no desempenho escolar

c) Política de ação afirmativa resume-se à adoção de cotas para o ingresso em universidades ou em outras instituições de ensino, com o objetivo de garantir o amplo acesso de jovens negros às escolas públicas ou privadas.

d) Política de ação afirmativa consiste na adoção de critérios de seleção para o ingresso a instituições de ensino e postos de trabalho, com a finalidade de promover maior diversidade entre os alunos, especialmente com respeito a gênero, raça, origem social, orientação sexual e deficiência física.

e) Política de ação afirmativa resume-se à adoção do sistema de cotas. Tal sistema refere-se à definição de 30% das vagas universitárias para minorias e grupos étnicos


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Carta do Povo Kaiowá e Guarani à Presidenta Dilma Rousseff

“Presidente Dilma, a questão das nossas terras já era para ter sido resolvido há décadas. Mas todos os governos lavaram as mãos e foram deixando a situação se agravar”.
O texto integra a carta do Povo Kaiowá e Guarani...

Eis a carta.

Que bom que a senhora assumiu a presidência do Brasil. É a primeira mãe que assume essa responsabilidade e poder. Mas nós Guarani Kaiowá queremos lembrar que para nós a primeira mãe é a mãe terra, da qual fazemos parte e que nos sustentou há milhares de anos. Presidenta Dilma, roubaram nossa mãe. A maltrataram, sangraram suas veias, rasgaram sua pele, quebraram seus ossos... rios, peixes, arvores, animais e aves... Tudo foi sacrificado em nome do que chamam de progresso. Para nós isso é destruição, é matança, é crueldade. Sem nossa mãe terra sagrada, nós também estamos morrendo aos poucos. Por isso estamos fazendo esse apelo no começo de seu governo. Devolvam nossas condições de vida que são nossos tekohá, nossos terras tradicionais. Não estamos pedindo nada demais, apenas os nossos direitos que estão nas leis do Brasil e internacionais.

No final do ano passado nossa organização Aty Guasu recebeu um premio. Um premio de reconhecimento de nossa luta. Agora, estamos repassando esse premio para as comunidades do nosso povo. Esperamos que não seja um premio de consolação, com o sabor amargo de uma cesta básica, sem a qual hoje não conseguimos sobreviver. O Premio de Direitos Humanos para nós significa uma força para continuarmos nossa luta, especialmente na reconquista de nossas terras. Vamos carregar a estatueta para todas as comunidades, para os acampamentos, para os confinamentos, para os refúgios, para as retomadas... Vamos fazer dela o símbolo de nossa luta e de nossos direitos.

Presidente Dilma, a questão das nossas terras já era para ter sido resolvido há décadas. Mas todos os governos lavaram as mãos e foram deixando a situação se agravar. Por último o ex-presidente Lula, prometeu, se comprometeu, mas não resolveu. Reconheceu que ficou com essa dívida para com nosso povo Guarani Kaiowá e passou a solução para suas mãos. E nós não podemos mais esperar. Não nos deixe sofrer e ficar chorando nossos mortos quase todos os dias. Não deixe que nossos filhos continuem enchendo as cadeias ou se suicidem por falta de esperança de futuro. Precisamos nossas terras para começar a resolver a situação que é tão grave que a procuradora Deborah Duprat, considerou que Dourados talvez seja a situação mais grave de uma comunidade indígena no mundo.

Sem as nossas terras sagradas estamos condenados. Sem nossos tekohá, a violência vai aumentar, vamos ficar ainda mais dependentes e fracos. Será que a senhora como mãe e presidente quer que nosso povo vai morrendo à míngua?. Acreditamos que não. Por isso, lhe dirigimos esse apelo exigindo nosso direito.

Conselho da Aty Guasu Kaiowá Guarani

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A A.J.I



A A.J.I ….... Um lugar de se aprender e viver. Um lugar para se estar e ficar, a minha vontade era de ficar para sempre neste lugar, mais um dia crescemos, um dia nos formamos, e um dia devemos buscar novos conhecimentos e com esses novos conhecimentos devemos criar uma nova forma de viver.

Agradeço muito a Deus por essa porta aberta, e agradeço o todos os integrantes e coordenadores da A.J.I, que me receberam muito bem, e sempre me apoiaram desde o primeiro dia que estive na A.J.I.

A A.J.I, para mim é uma nova opção de vida, um lugar de aprendizado, de interesse e de bem estar para todos os jovens indígenas existentes na Reserva Indígena de Dourados. Sou o Fernando da Silva Souza Junior, tenho 14 anos, sou Indígena da etnia terena, sou um dos novos colegiados da A.J.I, e tenho a honra e o orgulho de poder usar o uniforme desta equipe.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A Nossa Cultura

A nossa cultura é a nossa linguagem,é a dança de cada etnia. A nossa cultura é importante para todos nós ,faz parte de cada etnia guarani,kaiowa e terena,é muito bom preserva nossa linguagem materna e todas danças. As danças são muitos diferentes a dança do guarani,do terena e do kaiowa.

A chixa é a dança que representa a festa do milho,também tem as danças de reza e de batismo dos bebes.




Nome:Rosivania Espíndola Benites.


Esse texto é resultado da oficina realizado no Crás.



Um pensamento em relação ao futuro da aldeia

O jornal AJIndo, entrevista um jovem em relação ao futuro em meio a uma aldeia ameaçada

Jornal AJIndo:

Como é o seu nome?

Não gosto muito de falar do meu nome, não gosto de aparecer

Jornal AJIndo

Quantos anos você tem?

Eu tenho 14 anos.

Jornal AJIndo

Por que você usa drogas?

Não uso drogas por que eu gosto é por que não consigo viver sem ela.

Jornal AJIndo

O que você pensa para o seu futuro?

Eu quero ser um médico, quero muito sair dessa vida, vou conseguir, vou lutar, dar uma vida melhor para minha mãe, para os meus irmão pequenos. Não gosto da vida que levo as vezes uso drogas para não sentir fome, pois não tenho nada apara comer em casa.

Jornal AJIndo

O que gostaria de fazer neste momento?

Há sei lá, jogar um futebol, ir no açude pois estou de férias, mas aqui nessa aldeia quase não tem nada de lazer.

Jornal AJIndo

Qual o seu recado para outros jovens?

Quero que eles estudem, pois nós seremos o futuro de nossa aldeia, quero que eles sejam alguém na vida, não usem drogas, lutem para que o futuro de nossa aldeia seja para melhor e não para pior.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Aquecimento Global

Homem derrubando árvores
Homem jogando cigarro a beira de matas
As matas vão se acabando
O lixo na água
A queima do lixo
O mato acabado
O calor do sol
Os raios solares
A natureza
Não devemos derrubar a árvore
Vamos cuidar das plantas
Vamos cuidar a natureza
Vamos cuidar da nossa pele também!!!!


AJI: Este texto foi resultado da oficina realizada no CRAS da aldeia Bororó sobre o tema Aquecimento Global.

Pensamentos

"Quem sabe essa não seja a ultima tristeza que estou sentindo. Não sei o certo e nem poderia explicar mas não consigo deixar de sentir. E isso é tão grande que parece ter causado um buraco em meu coração. Mas como seria nossa vida se ela não fosse feita de passagens, resumindo tudo que nos acontece vai passar seja grande ou pequeno mas vai passar e novos acontecimentos verão.
E quem sabe amanhã eu não serei a pessoa mais feliz desse mundo!"



AJI: Este pensamento foi resultado de uma oficina realizada no CRAS da aldei Bororó pela oficineira Guarani Ana Cláudia de Souza.

Aldeia de Dourados

Jaqueline Gonçalves
Com as chuvas na aldeia de Dourados percebe se que o mato cresceu muito. Uma preocupação da comunidade em combater esse mato.
Com a chegada de Fevereiro o mês mais curto do ano, no dia sete de Fevereiro está previsto a voltas as aulas. Na saúde, nossos grandes funcionário da FUNASA (Fundação Nacional de Saúde) que não tiveram férias estão de parabéns, mesmo com as dificuldades, e outros estão atendendo a população indígena.
Aos fins de semana acontece os campeonatos de futebol masculino e feminino na aldeia, o campeonato feminino que trás uma novidade com a seleção de Lagoa Rica e Caarapó competindo com os times da reserva indígena de Dourados.
Com a reportagem do fantástico indo ao ar do fim de semana, não se fala em outro assunto na mídia local, estadual e nacional.
Tudo isso dá Ibope, mas também acontece coisas boas na aldeia de Dourados. Chamada pelo repartes de aldeia sem lei, isso já um fato tão antigo, a população branca é tão interessada na aldeia que só agora fica sabendo do cao que vive a aldeia de Dourados.
É o preconceito.
Nem se quer visitam nossa aldeia, mas por outro lado não podemos esconder a realidade de nossa aldeia, mas de fato também temos coisas boas. Ainda lutamos por uma melhora. Basta ter uma vontade do governo, da FUNAI para que isso aconteça, não adianta a gente lutar, levantar projetos se chegamos lá em cima e a bancada do governo, deputados, não estão nem ai para os indígenas. A culpa não é nossa, são consequências do abandono do governo, FUNAI e outros. Mas é a nossa imagem que aparece na mídia, uma imagem distorcida, que virou imagem nacional.
Até quando?
Se o governo não oferece empregos, cursos profissionalizantes, do que vamos viver, das cestas básicas que ele fornece, para se ter uma boa qualidade de vida precisamos de uma moradia de boa qualidade, emprego, educação e saúde e não de terra como disse o presidente da FUNAI Márcio Meira, isso é um dos fatos, que se o governo Lula, tivesse interesse ele demarcava as nossas terras mas em oito anos em Mato Grosso do Sul, nenhuma terra foi demarcada, um ponto a mais para a bancada ruralista.
Na nossa aldeia há sim coisas boas só não vai na mídia, por que eles preferem nos detonar, mais do que já somos detonados. Nossa imagem está lá em baixo.
Que o governo tome providência, ou vai ser só mais uma reportagem que vai ao ar, todos falam, comentam, concordam, discordam, e depois esquece e a gente continua na mesma situação.
É lamentável.