quinta-feira, 21 de maio de 2009

Movimento pacifico, em busca de melhoria.


















Para que as liderança membros da comunidade sejam ouvidos atendidos foi mobilizado um movimento Social pacifico na cidade de Caarapó com uma rápida parada no transito na Rodovia MS_280 que liga a cidade de caarapã.


As comunidade Indígenas e liderança da cidade de Caarapó da aldeia té yikue sofrem, por mas qualidade de espaço físico, onde são leccionados as aulas ,principalmente os alunos do EJA e ensino médio.


reivindicam mais construção de salas de aulas ,mais contratação de funcionário e seguranças, cobram o Governo do Estado de não atender suas reivindicação,vários documento foram enviados até ao responsável e nada foi feito,também sendo uma forma deixar claro que a Educação Indígena não está boa.

fonte: Jornal progresso
foto:Rodrigo Queiroz

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Futuras batalhas dos povos no reconhecimento de suas terras e de seus direitos estarão em risco


AINDA QUE A demarcação contínua da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, seja considerada uma vitória para os povos indígenas, as condicionantes impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do dia 19 podem representar uma ameaça aos direitos indígenas já conquistados.
Válidas não somente para a Raposa Serra do Sol, mas também para futuros processos demarcatórios ou para aqueles já em andamento, as 19 condicionantes determinam, entre outros pontos, a impossibilidade de ampliação de áreas indígenas demarcadas e a liberação da implementação de projetos de infraestrutura sem consultar as comunidades.
Na avaliação do líder indígena Júlio Macuxi, do Conselho Indígena de Roraima (CIR), várias dessas condições descumprem os direitos dos povos indígenas expressos na Constituição brasileira. Ele recorda, porém, que o desrespeito do poder público às nações originárias existe desde que a Carta Magna está em vigor.
Macuxi lembra que a Constituição brasileira prevê a demarcação de todas as terras indígenas brasileiras em até cinco anos após sua promulgação. “Isso foi dito, mas o poder público, o Ministério Público, o governo, o Congresso, o Supremo e a Justiça não obedeceram esse prazo”, avalia.
Na entrevista a seguir, Macuxi fala sobre
as consequências das restrições impostas pelo STF aos indígenas brasileiros e as futuras batalhas dos povos no reconhecimento de suas terras e de seus direitos.
Brasil de Fato – Qual o significado da demarcação contínua da reserva Raposa Serra do Sol?
Júlio Macuxi – A demarcação contínua abrange e garante a cultura dos povos da Raposa Serra do Sol e também de outras terras indígenas. Ela garante não só a cultura, mas a sobrevivência física dos povos indígenas e também a possibilidade de crescimento em relação à pecuária, à produção agrícola, de hortaliças, sítios, pomares, e com a possibilidade de colocar seus produtos 100% naturais no mercado. Por exemplo, no município de Normandia, em Roraima, a economia funciona com recursos das comunidades indígenas. Esses investimentos geram um crescimento econômico e contribuem com o Estado. Lamentavelmente, o governo estadual se colocou na posição de anti-indígena e aí, consequentemente, excluiu os povos indígenas de Roraima, não só da Raposa Serra do Sol, de seu plano de desenvolvimento econômico, social e ecológico.

Junto com a decisão sobre a reserva, o STF estabeleceu 19 condicionantes válidas não só para esse caso, mas para processos demarcatórios futuros ou já em andamento. De que forma essas condicionantes podem ser um entrave às conquistas indígenas?
O primeiro ponto é a decisão da demarcação das terras indígenas ser contínua, e não em ilhas. Mas, ao mesmo tempo em que ele define que deve ser contínua, veta a ampliação de terras indígenas. O que será feito com demarcações que já foram feitas em ilhas? Como vai ficar a situação delas, uma vez que o Supremo decidiu que o formato das terras indígenas tem que ser contínuo? Como as comunidades vão viver, se há ausência do poder público, de políticas públicas tanto no Congresso como nos governos estadual e municipal? Falta essa política pública.

Em relação à condicionante que prevê que áreas já demarcadas não podem mais ser ampliadas, inclusive aquelas que tiveram demarcação antes da Constituição de 1988, como essa restrição prejudica os direitos indígenas?
Ela prejudica bem concretamente. No início das demarcações, o próprio órgão indigenista foi, em certos momentos, contra os povos indígenas. Ou seja, na época em que estavam demarcando, os povos não tinham instrução para lutar pelos seus direitos. Assim, demarcaram terras pequenas. E hoje essas terras pequenas são um agravante, como no caso dos povos Guarani, pois entra a questão da cultura, da sobrevivência cultural, que não existe mais. Essas terras indígenas têm que ser ampliadas, é um direito originário das comunidades.

O caso dos Guaranikaiowá, no Mato Grosso do Sul, é um exemplo disso?
Isso, essas terras têm que ser ampliadas. Agora, se há outro mecanismo de ampliação, deve ser colocado claro para se seguir essas regras. Essas terras que foram demarcadas em áreas pequenas tem que ser ampliadas. A não ser que queiram, de fato, acabar com aquele povo.

O STF também estabeleceu um marco temporal para processos de demarcação que determina que devem ser reconhecidas as ocupações indígenas que ocorriam em outubro de 1988, quando foi promulgada a atual Constituição. Mas como fica a situação dos povos que, por alguma razão, não puderam mais continuar em suas terras tradicionais?
O Supremo e o próprio poder público não cumpriram com a Constituição, porque ela prevê que, a partir de sua promulgação, todas as terras indígenas do Brasil têm que ser demarcadas em até cinco anos. Isso foi dito, mas o poder público, o Ministério Público, o governo, o Congresso, o Supremo e a Justiça não obedeceram esse prazo. O segundo ponto é que os povos indígenas já habitavam e habitam o Brasil há muito tempo. Culturalmente, eles foram nômades, e só pararam porque o Brasil foi invadido, não descoberto. Esses povos têm seu direito, e nós vamos lutar por ele, para que seja de fato respeitado. E a Constituição, quando diz que é o direito originário, tem que ser respeitada.

Uma das condicionantes, a de número 17, determina que a implantação de projetos de infraestrutura, como alternativas energéticas e de malha viária, não precisarão mais da consulta das comunidades indígenas envolvidas – o que contraria uma convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Isso não compromete os direitos indígenas?
Isso contraria a própria Constituição e outras leis brasileiras. Por exemplo, os povos indígenas não têm direito a consulta, mas outros cidadãos brasileiros têm direito. Vai construir uma hidrelétrica, ocorrem consultas, audiências públicas, tem tudo isso. E para os povos indígenas? Não? É um absurdo. É um direito de livre expressão que os povos indígenas têm, mas, se não for respeitado, nós vamos questionar essa decisão.

Há mais alguma condicionante considerada prejudicial aos povos indígenas?
Tem a questão das Forças Armadas, a construção de bases militares. Nós nunca fomos contra as Forças Armadas, principalmente o Exército Nacional. Acontece que o próprio Exército está errando muito, e ele ignora as comunidades. Vai lá e constrói uma base próximo ou dentro de uma comunidade indígena e acha que está tudo legal. Isso é um ponto. O outro é que [o Exército] vai contra suas atribuições, porque sua atribuição não é abusar de mulheres indígenas, não é invadir comunidades. E por que hoje o Brasil tem a ausência do poder público na fiscalização de drogas e armas na nossa fronteira? Porque o Exército está ausente.

Na sua opinião, como essa demarcação deveria ter sido feita? Haveria necessidade, por exemplo, dessas condicionantes?
Foram abertos novos precedentes que não estavam dentro do pedido da ação, e colocaram alguns pedidos que nenhuma das partes fez. Acho que isso é uma ilegalidade. A Raposa Serra do Sol foi julgada contínua, trabalhamos para isso e conseguimos, mas acho que o Supremo, nesse sentido, teria que esperar a manifestação do Congresso, que estaria discutindo as leis que dizem direito aos povos indígenas, no caso do Estatuto. Então, o STF legislou e atropelou o poder no Brasil.

O que deve ser feito em relação a essas condicionantes contrárias aos interesses indígenas?
Nós estamos estudando. Se houver algo grave, vamos recorrer para reverter questões que não condizem com a realidade ou que atropelam as comunidades indígenas.

brasildefato.com.br

quinta-feira, 14 de maio de 2009

E essa nossa casa?.




A moradora na aldeia Jaguapiru, foi contemplada com umas das casas feito pelo Estado nas aldeia de Dourados. Mas está preocupada com a construção da casa.
" estou com medo de morar dentro porque vai cair" .


Estivemos no local para verificar como está sendo construída, ao chegar no local constatamos varias irregularidade na construção.



A casa esta fora do esquadro e do nível,qualquer pessoa que não entende tem a visão do erro, "qualidade do material que estão usando não tem segurança". Afirma ex- pedreiro da obra.



A massa de cimento feito para dar segurança na casa se desmancha quando arrasta o dedo nas linhas,
a senhora com qual conversamos é mãe de cinco filhos pequenos .

Acampamento Terra Livre


















Algumas fotos do Acampamento Terra Livre...

terça-feira, 12 de maio de 2009

Mato Grosso do Sul, em discussão

Durante os dois primeiros dias do acampamento emergiu claramente a nova prioridade de luta pelos direitos indígenas no Brasil – os povos indígenas do Mato Grosso do Sul. Na verdade foi a confirmação do que já se vinha anunciando desde a confirmação da vitória dos povos indígenas da Raposa Serra do Sol, em Roraima. Os políticos deste estado logo falaram da “bola da vez”. E imediatamente entraram em ação. Capitaneados pelo governador, senadores, deputados e representantes do agronegócio começaram sua peregrinação a Brasília, sendo o alvo a Casa Civil e o Ministério da Justiça. A intenção era uma só: paralisar imediatamente a demarcação das terras indígenas, suspender os Grupos de Trabalho que estão realizando a identificação das terras indígenas Kaiowá Guarani e Terena. Consideraram-se vitoriosos, conforme a mídia local.

Em carta entre ao Ministro da Justiça e presidente da Funai os povos indígenas do Mato Grosso do Sul destacam as principais situação de violência, apontando como causa principal a falta de terra, exigindo imediatas medidas para conter esse genocídio, principalmente contra o povo Kaiowá Guarani. No documento endereçado também ao presidente da República, Supremo Tribunal Federal, Congresso Nacional e Polícia Federal, “O Grito dos Povos Indígenas do Mato Grosso do Sul pela demarcação de nossas terras – contra a violência e o racismo”, destacam:

“Nós, povos Guarani e Terena de Mato Grosso do Sul, somos mais de 70 mil pessoas e vivemos, de fato, em 50 mil hectares de terra, aproximadamente. Tiraram nossas terras, nos confinaram. Destruíram nossas riquezas naturais e nossos rios - mas não conseguiram nos calar ou fazer com que abandonássemos nossa resistência e luta pela retomada de nossas terras!

Nos últimos anos nossa situação veio piorando com toda a fome e violência, principalmente pela falta de nossas terras tradicionais, que para nós são sagradas, nossa mãe.

Assassinaram vários de nossos líderes e nenhum assassino está preso. Por outro lado, várias de nossas lideranças têm sido presas, perseguidas e criminalizadas por reivindicarem os direitos assegurados pela Constituição Federal Brasileira.”

A este cenário desumano, somam-se os piores índices de violência contra os povos indígenas do Brasil. O Mato Grosso do Sul, hoje, é o estado com o menor índice de terras demarcadas do Brasil e, em contraponto, tem a segunda maior população indígena do país. Além disso, possui os maiores índices de assassinatos, suicídios, prisões e desnutrição infantil, entre os povos indígenas. No documento denunciam o terrorismo de que estão sendo vítimas, em campanha declarada de guerra contra seus direitos e suas vidas, especialmente pelo agronegócio, governo estadual e políticos.

“Acabou nossa paciência. Quando voltamos para nossas terras tradicionais-tekoha somos recebidos à bala, matando, prendendo ou ferindo nossas lideranças. Estamos ameaçados de sermos expulsos por decisões concedidas pelo Judiciário Federal em beneficio de fazendeiros, como o caso da Terra Indígena “Laranjeira Ñande Rú”. Para piorar ainda mais essa situação estão plantando cana até perto de aldeias como é o caso de Jatawari, município de Ponta Porã dentre outros. Se querem entregar nossas terras a estrangeiros e grandes grupos para produzir álcool, exigimos que antes demarquem e respeitem nossas terras.”

Terminam o documento cobrando decisão política e ações firmes “Exigimos que o prazo para identificação de todas as terras Guarani, que está previsto para dia 30 de julho seja rigorosamente cumprido. Igualmente exigimos que todas as terras indígenas do Mato Grosso do Sul sejam demarcadas até o final do próximo ano. O governo Lula prometeu demarcar todas as terras indígenas até o final de seu primeiro mandato. Nossas comunidades e organizações indígenas estarão cobrando a todo o momento o cumprimento desse prazo. Que as autoridades do estado brasileiro compreendam que no mato grosso do sul a demarcação acabará com as incertezas e injustiças! que o povo Kaiowá-Guarani , Terena e Kinikinawa quer a paz, para isso existem muitas terras para todos e todas, índios e não-índios!”

No final do documento entregue ao Ministro da Justiça, lembram que não estão sós nesta luta e agradecem a solidariedade nacional e internacional à suas lutas e em especial aos povos indígenas presentes no acampamento “Queremos também mostrar, para todas e todos os presentes, a nossa força, resistência, espiritualidade e esperança, marcadas pela busca incessante da “Terra Sem Males” (Yvÿ Marã Eÿ).


Documento Final do VI Acampamento Terra Livre


Nós, lideranças de 130 povos indígenas diferentes, reunidos em mais de mil, em Brasília-DF, no nosso VI Acampamento Terra Livre, de 4 a 8 de maio de 2009, com o objetivo de consolidar propostas para um novo Estatuto que por fim regulamente os nossos direitos assegurados pela Constituição Federal, e ainda para tomarmos conhecimento da situação dos direitos dos nossos povos nas distintas regiões do país, no intuito de construirmos perspectivas comuns para a defesa desses direitos, aos distintos poderes do Estado Brasileiro e à opinião pública, nacional e internacional, manifestamos.

Ao Poder Executivo

1.É lamentável a demora que caracterizou a gestão do Governo Lula em criar as condições que possibilitassem tornar realidade as proposições construídas com a nossa participação e materializadas no seu Programa de Governo para os Povos Indígenas, desde 2002, que dentre outras demandas apontava a criação do “Conselho Superior de Política Indigenista” e a demarcação de todas as Terras Indígenas. Passados seis anos e meio, o saldo devedor é grande, e o governo tem o desafio de cumprir, em um ano e meio, esses compromissos, da mesma forma com que tem atendido as reivindicações de outros segmentos sociais, como no caso da bancada ruralista no Congresso Nacional. Contudo, atendendo as nossas reivindicações, reconhecemos os esforços que possibilitaram a criação da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI), em cujo âmbito conseguimos negociar os termos do Projeto de Lei que cria o Conselho Nacional de Política Indigenista e o processo de construção de um Novo Estatuto, coerente com os nossos interesses e aspirações, e que há mais de 14 anos aguarda ser votado pelo Congresso Nacional.

2. Acreditamos e reivindicamos que, por coerência e na perspectiva de compensar os seus atrasos, o Governo Lula se empenhe de fato, através de sua base de sustentação no Congresso Nacional, na tramitação e aprovação do Novo Estatuto dos Povos Indígenas, para que passe à história como o Governo que rompeu com o indigenismo tutelar, autoritoritário e integracionista que norteou a Lei 6.001, de 1973, o atual “Estatuto do Índio”.

3. Enquanto isso reivindicamos do Governo Lula o cumprimento do mandato constitucional de demarcar todas as Terras Indígenas do Brasil, mas de forma urgentíssima dos nossos irmãos Guarani Kaiowá, em Mato Grosso do Sul, submetidos há décadas a um processo vil e criminoso de marginalização, etnocídio e genocídio, nas mãos de latifundiários e distintos entes do Estado brasileiro, seja por ação ou omissão. Nossos povos jamais aceitarão permanecer expulsos de seus territórios tradicionais nem ser confinados a terras diminutas. Daí que exigimos, além da demarcação, a desintrusão de terras indígenas como Marawaitzedé, do Povo Xavante em Mato Grosso, e a terra do Povo Pataxó Hã-Ha-Hãe, no sul da Bahia.

4. Reivindicamos do Governo Lula que não ceda às pressões e à voracidade de setores e representantes do coronelismo, agronegócio e remanescentes da ditadura, que em nome do desenvolvimento, e até da democracia e do povo brasileiro, declaram publicamente, de forma aberta ou camuflada, que somos uma ameaça para o país, seu desenvolvimento e unidade política e territorial, visando no entanto, a usurpação e destruição dos nossos territórios e dos recursos naturais, hídricos e da biodiversidade existentes neles, para por fim, conseguir a nossa total integração à dita comunhão nacional, senão, a nossa extinção enquanto povos étnica e culturalmente diferentes. Como dissera o nosso líder Davi Kopenawa Yanomami, a Natureza vale mais que o dinheiro, e não admitiremos que seja arrancada de nós a nossa Mãe Terra e tudo o que nela até hoje, milenarmente, preservamos, com o qual continuamos contribuindo para o equilíbrio global, a mitigação das mudanças climáticas e, por tanto, ao bem-estar da humanidade.

5. Por isso somos contra a decisão do Governo de implantar a qualquer custo grandes projetos que poderão impactar as nossas terras e a nossa sobrevivência física e cultural, sem sequer se preocupar em nos consultar, conforme garante a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que hoje é Lei no país. Repudiamos a flexibilização da legislação ambiental e as artimanhas que possibilitam a liberação de licenciamentos e a conseqüente execução de obras como Pequenas Centrais Hidrelétricas e de projetos como a Transposição do Rio São Francisco.

6. Na área da saúde, em situação crítica e de calamidade para os nossos povos, tendo em conta o não cumprimento das resoluções e deliberações da 4ª. Conferência Nacional de Saúde Indígena, realizada em março de 2006, ratificadas pela 13ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em novembro de 2007, reivindicamos do Governo Federal:

* encaminhar imediatamente através de Decreto Presidencial a Autonomia Administrativa, Financeira e Política dos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI`s), no prazo de 90 dias;

* garantir a criação de uma conta especial-Fundo Distrital de Saúde Indígena, para os 34 Distritos, para o financiamento da atenção à Saúde Indígena;

* garantir que o Saneamento Básico em áreas indígenas sejam transferido e vinculado aos Distritos Sanitários ou que seja criado no âmbito dos Distritos o departamento de saneamento básico indígena;
* criar em caráter emergencial e garantir o funcionamento efetivo de um Grupo de Trabalho (GT) composto por representantes do Acampamento Terra Livre, da bancada indígena na Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI), do Governo, do Ministério Público Federal (MPF), do Conselho Nacional de Saúde (CNS), do Fórum de Presidentes de Conselhos Distritais e da Coordenação Interinstitucional de Saúde Indígena (CISI), para realizar os seminários macro regionais nas 05 regiões do país, visando a construção e implantação da proposta da Secretaria Especial de Saúde Indígena”.
* que o Governo Federal encaminhe ao Congresso Nacional requerimento, solicitando a retirada do item 05 (saúde indígena) do Projeto de Lei No. 3.598/2008.
* Implantar de imediato a portaria GM-MS, No. 1235/08, que cria GT para definir o quadro de pessoal necessário para executar as ações de saúde indígena, para cumprir o Termo de Conciliação Judicial.

Ao poder Judiciário

1. Mesmo com os avanços consagrados na Constituição Federal de 1988, que reconheceu o caráter multiétnico e pluricultural do Estado Brasileiro, pondo fim ás políticas homogeneizantes e integracionistas, para garantir o nosso direito à diferença, e ainda apesar de importantes decisões como a garantia, pelo Supremo Tribunal Federal, de que as nossas terras sejam demarcadas em forma contínua, nos preocupa gravemente a permanência de compreensões limitadas sobre a aplicação das normas constitucionais, processuais e de proteção e promoção dos direitos dos nossos povos.

2. Repudiamos a tentativa de nos silenciar a respeito do direito de nos manifestarmos sobre quaisquer medidas jurídicas ou administrativas que possam afetar as nossas terras, a nossa integridade sociocultural e o destino das nossas gerações futuras. A determinação da Suprema Corte nas condicionantes de números 5 e 7, segundo as quais, respectivamente, “o usufruto dos índios não se sobrepõe ao interesse da Política de Defesa Nacional” e “não impede a instalação de equipamentos públicos”, liberando portanto, a implantação “independentemente de consulta a comunidades indígenas envolvidas”, poderá ressuscitar condutas e práticas autoritárias, colonialistas, etnocidas, genocidas e ecocidas. Não abriremos mão de opinar sobre o destino dos nossos povos.

3. Entendemos que a demarcação das terras indígenas,será conforme o texto constitucional, que reconhece o nosso direito originário às nossas terras tradicionais, considerando caso a caso, e respeitando plenamente a nossa diversidade étnica e cultural. Ao invés de vedar o nosso direito territorial, tal qual determina a condicionante 17 do STF, o judiciário tem que se preocupar em garantir o estado de direito, julgando e punindo os invasores que destroem a Mãe Natureza, desmatam e degradam os nossos territórios e contaminam os nossos rios, perseguem e assassinam os nossos líderes e comunidades.

4. Está na hora de o Judiciário, levar à prática o fim do preconceito e da discriminação contra os nossos povos, seguindo a perspectiva de respeito e valorização da riqueza da diversidade étnica e cultural do nosso país, destacada de forma justa pelo Ministro Carlos Brito, ao relatar o caso da Terra Indígena Raposa Serra do Sol.

Ao Legislativo

Sabemos que o Legislativo brasileiro é dominado por setores, que ao invés de regulamentar os nossos direitos, reconhecidos há 20 anos pela Constituição Federal, tem se articulado com o propósito de restringir nossos direitos.

Lembramos, no entanto, que a dívida do Estado Brasileiro para com os nossos povos é impagável, que o mínimo que exigimos é que nos seja garantido a posse e o usufruto exclusivo das nossas terras, o pouco que nos sobrou, e nos deixem viver, neste país, que já foi todo nosso, conforme os nossos usos e costumes. Somos, sim, brasileiros, mas com direitos específicos e diferenciados.

Dessa forma, reivindicamos ao poder legislativo que inviabilize a tramitação e aprovação de quaisquer iniciativas que afrontem e pretendam reverter os nossos direitos assegurados pela Constituição Federal de 88. Pedimos, outrossim, empenho na aprovação do Projeto de Lei que cria o Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI) e do novo Estatuto dos Povos Indígenas, conforme os nossos interesses e aspirações, evitando dessa forma a retaliação de todas as questões que dizem respeito aos nossos povos.

Ao povo brasileiro

Chamamos a todos os segmentos da sociedade civil brasileira a somar conosco nesta luta pelo respeito pleno aos nossos direitos, como parte da total democratização do nosso país, do qual nos orgulhamos de fazer parte, mas que lamentavelmente ainda nos discrimina e marginaliza, sob a pressão e o domínio de uns poucos, que só almejam os seus lucros e bem-estar, ignorando a nossa contribuição fundamental à preservação da Natureza, em benefício do equilíbrio global e do bem-estar de todos os brasileiros e da humanidade.

Aos nossos povos, reafirmamos a nossa determinação de avançar na nossa organização e luta, para garantir a vigência dos nossos direitos, hoje, e para o bem das nossas gerações futuras.

Brasília, 07 de maio de 2009.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Acampamento Terra Livre




JAQUELINE GONÇALVES PORTO – 19 ANOS

KAIOWÁ


O acampamento terra livre ocorreu nos dias 04 a 08 de maio na esplanada dos ministérios em Brasilia, onde teve 130 povos, totalizando em aproximadamente 1.000 indígenas.

A AJI esteve presente com as jovens: Graciela Pereira de Sousa – Guarani, Diana Davila – Terena, Indianara Ramires Machado - Guarani e Jaqueline Gonçalves – Kaiowá, essas jovens foram juntamente com o CONDISI (Conselho distrital de saúde indígena) e mais representantes da aldeia de Aquidauana, Sidrolândia, Douradina e Campo Grande.

Um dos principais foco do acampamento foi o estatuto dos povos indígenas. Este debate resultou das oficinas realizadas pela CNPI(Conselho indigenista de politicas publicas) na qual levantaram nova propostas para o estatuto dos povos indígenas e reavaliaram o que já estava no
estatuto.
Essas propostas então foram levadas até o acampamento terra livre, na qual as lideranças, professores, jovens , profissionais indígenas e outros puderam avaliar, aprovar, opinar e contribuir.

Foram 20 temas distribuídos em 20 grupos, levando assim as propostas finais para a plenária na quarta-feira de manha e assim aprovadas as propostas para o estatuto dos povos
indígenas.

os indigenas acreditam e muito na aprovação do estatuto , porém os temas

que equentaram a plenária foram a educação, e principalmente a saúde .

Também foi discutido as 19 condicionantes que foram usadas para a demarcação continua da reserva indígena Raposa Serra do Sol. Na quinta-feira o dia foi agitado, mas muito emocionante, a audiência publica que só tinha espaço para 100 pessoas ao mesmo tempo o senado não tinha outra opção diante de vários povos deu jeito e então arrumou o local onde acolheu mais de 700 indígenas

Seis horas de audiência pública especial na Comissão de Direitos Humanos do Se

nado. Muita indignação e momentos de muita lucidez, consciência crítica e sabedoria nas falas e manifestações. Quem agüentou as seis horas ali no plenário certamente jamais esquecerá um dos mais bonitos, nas cores e diversidade, cenários. Não será possível esquecer as expressões da dor e luta de mais de uma centena de povos indígenas do país.

O acampamento terra livre foi muito produtivo, e muito lindo em meio as


lonas pretas cobertas com algumas folhas de palmeiras, estavam dezenas de fa

ixas dando o seu recado. Marcam a presença e desejos dos povos das diversas regiões do país. Mas várias faixas também anunciam a disposição de contribuir na construção de um outro Brasil possível, fortalecendo a união e organização e ampliando as alianças. Como : “Ecologia não é moda é necessidade, demarque nossa terra Kayabi (MT).

Só de estar lá foi muito emocionante e saber que estamos todos unidos por uma causa só.

E é nesse sentido de cobrar e construir novos caminhos, políticas coerentes e respeitadora

s da autonomia e protagonismo dos povos indígenas que passarão dias embaixo das lonas pretas, nas barbas dos três poderes.



terça-feira, 5 de maio de 2009

Acampamento Terra Livre 2009


Em Brasilia, acontece o acampamnento Terra Livre 2009. O evento começou no Domingo dia 03 de maio e vai ate o dia 08 de maio de 2009.
Estão presentes parentes de varias regiões do Brasil. Durante o evento estão sendo desencadeadas varias questões, como terra, saude e principalmente a questão do Estatuto Indigena. E como sempre a AJI ( Ação dos Jovens Indigenas) Esta presente em mais este evento, agora credenciada como imprensa. Visto que eventos como este, e preciso que mais parentes se posicionem e assuma de fato este campo da midia.

Graciela Gurani
Diana Terena
Jaqueline Kaiowa

segunda-feira, 4 de maio de 2009

AINDA FALTA .. .





















"Uma das coisa que não deveria de maneira alguma,acontecer para as comunidades Indígenas de Mato Grosso do sul e a (falta de remédio) porque e sua vida que está em risco."declara liderança Indígenas .


Em quase todas as aldeias do Estado a reclamação pela falta de medicamento básicos e grande já causa indignação ão Indígenas.


Agentes de Saúde que trabalha na área indígenas e quem vem sofrendo com o povo ,um dos agentes relatou que sente muito quando vê o seu parente sendo atendido e ão mesmo tempo voltando para sua casa sem o medicamento indo de volta para seu lar do mesmo jeito em que chegou no posto de Saúde ,sem solução para seu problema de Saúde .

Nós posto de Saúde Jaguapiru ,bororo vem faltando a mais de um ano,o motivo de tudo isto estar acontecendo e pelo ma atuação dos órgão responsável pela Saúde Indígenas no Brasil ,,antes a compra deste medicamento era feito pelas ONGS,e FUNASA que administrava a entrada e saída da verba para a compra deste produto em cada Estado.


Mas pelo motivo de desvio de recurso pelos órgão responsável o Governo Federal pediu para que transferisse para o Ministério da Saúde em Brasília a fazer todo a compra dos medicamentos,onde prejudicou mais ainda as comunidades.principalmente aqui no Estado de MS.


Representante do conselho distrital Indígenas de Saúde de MS disse em uma reunião em publico "que o governo já liberou que os distrito fizessem a compra dos medicamento, mas que tem toda uma burocracia nisto e que vai levar dois messes para regulamentar para deixar no processo legal" nesta caso a comunidade fica sofrendo pela falta de medicamento básico , que e uma coisa que não deveria estar faltando por um Direito comum de qualquer cidadão Brasileiro.garantido em lei Nacional Internacional .