segunda-feira, 11 de maio de 2009

Acampamento Terra Livre




JAQUELINE GONÇALVES PORTO – 19 ANOS

KAIOWÁ


O acampamento terra livre ocorreu nos dias 04 a 08 de maio na esplanada dos ministérios em Brasilia, onde teve 130 povos, totalizando em aproximadamente 1.000 indígenas.

A AJI esteve presente com as jovens: Graciela Pereira de Sousa – Guarani, Diana Davila – Terena, Indianara Ramires Machado - Guarani e Jaqueline Gonçalves – Kaiowá, essas jovens foram juntamente com o CONDISI (Conselho distrital de saúde indígena) e mais representantes da aldeia de Aquidauana, Sidrolândia, Douradina e Campo Grande.

Um dos principais foco do acampamento foi o estatuto dos povos indígenas. Este debate resultou das oficinas realizadas pela CNPI(Conselho indigenista de politicas publicas) na qual levantaram nova propostas para o estatuto dos povos indígenas e reavaliaram o que já estava no
estatuto.
Essas propostas então foram levadas até o acampamento terra livre, na qual as lideranças, professores, jovens , profissionais indígenas e outros puderam avaliar, aprovar, opinar e contribuir.

Foram 20 temas distribuídos em 20 grupos, levando assim as propostas finais para a plenária na quarta-feira de manha e assim aprovadas as propostas para o estatuto dos povos
indígenas.

os indigenas acreditam e muito na aprovação do estatuto , porém os temas

que equentaram a plenária foram a educação, e principalmente a saúde .

Também foi discutido as 19 condicionantes que foram usadas para a demarcação continua da reserva indígena Raposa Serra do Sol. Na quinta-feira o dia foi agitado, mas muito emocionante, a audiência publica que só tinha espaço para 100 pessoas ao mesmo tempo o senado não tinha outra opção diante de vários povos deu jeito e então arrumou o local onde acolheu mais de 700 indígenas

Seis horas de audiência pública especial na Comissão de Direitos Humanos do Se

nado. Muita indignação e momentos de muita lucidez, consciência crítica e sabedoria nas falas e manifestações. Quem agüentou as seis horas ali no plenário certamente jamais esquecerá um dos mais bonitos, nas cores e diversidade, cenários. Não será possível esquecer as expressões da dor e luta de mais de uma centena de povos indígenas do país.

O acampamento terra livre foi muito produtivo, e muito lindo em meio as


lonas pretas cobertas com algumas folhas de palmeiras, estavam dezenas de fa

ixas dando o seu recado. Marcam a presença e desejos dos povos das diversas regiões do país. Mas várias faixas também anunciam a disposição de contribuir na construção de um outro Brasil possível, fortalecendo a união e organização e ampliando as alianças. Como : “Ecologia não é moda é necessidade, demarque nossa terra Kayabi (MT).

Só de estar lá foi muito emocionante e saber que estamos todos unidos por uma causa só.

E é nesse sentido de cobrar e construir novos caminhos, políticas coerentes e respeitadora

s da autonomia e protagonismo dos povos indígenas que passarão dias embaixo das lonas pretas, nas barbas dos três poderes.



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