terça-feira, 27 de março de 2007

Audiência Pública na Câmara Municipal de Dourados

No dia 23 de março foi realizada na Câmara Municipal de Dourados , uma Audiência Pública, para discutir os problemas que afetam a comunidade indígena.
Esteve presente várias lideranças indígenas. Tiveram como principal motivo(assunto) de discussão: A desnutrição indígena, que vem deixando tristezas no coracão de familias matando algumas de nossas crianças.
Só este ano já foram 4 vitímas da desnutrição. Na audiência foi discutido desde o início da mortalidade infantil até os acontecimentos de agora.
O Dr.Zelik Trajber disse que estavam ali para mostrar a realidade da saúde nas aldeias da região, ele tambem disse que para poder melhorar o quadro tinham que avaliar melhor sobre o quadro da desnutrição, violência, sobre o consumo de álcool, a divisão de terras, e que se não trabalhassemos com essa questão, não iriamos avançar.
O Fernando disse que é preciso chamar a atenção de todos os segmentos, e não simplismente falar de saúde, e disse ainda mas , que só falar e falar não resolve nada, é preciso responsabilidade dos demais que assumiram compromisso com os indígenas. E que eles não tem o compromisso só de ouvir, e sim de agir em favor da gente.
Também complementou com a falta de terra entre os povos indígenas, que se parar para pensar, os problemas que afetam a comunidade: a desnutrição, mortes violentas, consumo de álcool e doenças, o resultado final sempre seria por conta da falta de terra na comunidade indígena.
O mais legal de tudo foi que nós ,Representantes da Aji, só iriamos para registrar o momento, mas assim que chegamos lá encontramos oportunidade de participar de outra maneira, muito mais interesante. Tivemos a oportunidade de falar pelos jovens, e todos os problemas que nos afetam.

ANA CLAUDIA DE SOUZA , GUARANI.

quinta-feira, 22 de março de 2007

Desnutrição

É lamentável ver que a desnutrição esta sendo usada mais como um motivo para alguns meios de comunicação banalizar ainda mais a comunidade indigena. Será que algum dia, já relataram as coisas boas que a comunidade indígena tem? Alguma vez já publicaram uma mátéria falando do índice de crianças que não estão em estado de desnutrição?Não só da questão da saúde, mas da educação, do esporte.É so aparecer uma notícia negativa para a imprensa "cair em cima"da comunidade indígena, a mesma já não é bem vista por parte da sociedade, ainda enfatizam mais os pontos negativos.
A questão da desnutrição é muito mais ampla do que se parece, a maioria diz que a causa da desnutrição é so pela ausência de alimentos, mas na verdade esta causa é muito mais complexa do que parece, é um conjunto de fatores desde a falta de conhecimento até a organização do meio em que vivem as respectivas familias.
Outras deduções absurdas que se houve, é que isto acontece devido a cultura indigena, como se isto fosse algo da cultura. É importante frizar que a desnutriçãonão não esta acontecendo em massa como muitos meios de comunicação querem passar, mas o que acontece é a distribuição de informações distorcidas que banalizam cada vez mais a comunidade indigena. Há caso de desnutriçao sim, mas este ano ainda é pouco os casos registrados.
Não é a distribuição de cestas básicas que irá acabar com a desnutrição, ela contribui sim, mas não é o unico fator. O emergencial esta se tornando pemanente, o que falta são as tão faladas medidas estruturais que sempre são prometidas, mas quase nunca são cumpridas.
E preciso que se dê "nomes aos bois",os orgãos responsáveis por esta estruturação deixem de lado o descaso e encarem esta luta junto com a comunidade indígena, pois só uma ação conjunta minimizará este mal ou até exclui-lo.


Graciela Pereira de Souza, 20 anos
etnia - guarani

sexta-feira, 16 de março de 2007

Oficina de fotografia

No dia 5 de março estivemos no NAM, situado na aldeia Jaguapiru, para participar de uma oficina de fotografia que foi dada pelo professor Octávio. Ele não mediu esforços e veio de Belém até aqui no MS, na aldeia de Dourados para nos dar essa linda e inesquecivel oficina de fotografia .
Para mim foi uma experiência muito boa , nunca imaginava que podia fabricar minha própria máquina fotográfica. Nossa é uma coisa muito louca e muito bacana , ele nos ensinou muitas coisas . Fabricamos nossa própria máquina, quem nos via tirando fotos com aquela máquina dizia que estávamos pirados. Eles duvidavam da nossa máquina, nem mesmo eu acreditava que ela fosse funcionar.Também fomos nós quem revelavamos as fotos e isso foi feito em um laboratório feito por nós mesmos, um trabalho que exige muito cuidado , muita concentração, mas nada era difícil .
Essa oficina durou uma semana, haviam duas turmas: uma no periodo matutino e outra no periodo vespertino. Foi muito legal a oficina, durou uma semana mas não para por ai. Ela vai continuar , pois ainda é só o começo , assim como eu adorei , com certeza os outros também adoraram.
Isso é mais uma das novidades da AJI e é claro que eu quero continuar nessa oficina, pois a gente vai se descobrindo e todos são capazes,só basta querer .


Jaqueline Gonçalves,17 anos
Kaiowá

terça-feira, 13 de março de 2007

PRAGAS

A mosca branca é muito pequena,só dá para ver com o microscópio e luneta.
Ela faz um estrago muito grande nas plantas porque ataca as folhas e elas morrem.
Atinge muitas plantas como por exemplo: mandioca,tomate,batata,abóbora etc,quase todo tipo de espécies; as que ela não atinge é o milho e a cana.
Não existe solução,existe prevenção, se não passar o veneno,perde 100% da plantação e com veneno perde 50% da plantação, metade,é um veneno de poder pequeno.
Ela veio da Europa, passou pelos Estados Unidos e está no Brasil, na Europa não existe mais mandioca porque as moscas não deixam mais, matam todas.
E se elas continuarem assim irão acabar com todas as platação e ninguém mais irá ter suas hortas e plantações.
Temos que ir na Funai, Prefeitura e Embrapa para conseguir veneno e mobilizar as pessoas da região e das aldeias, para todos passarem nas suas plantações. Se todos passarem existem mais possibilidades das moscas diminuirem.



Diana Davilã da Silva
Terena

Impunidade na Aldeia

A impunidade além de ser um dos casos que mais tem dentro da aldeia,também é o principal motivo de mortes entre a população indígena.
A população indígena tem se sentido muito insegura, não só por falta de justiça, mas em relação à própria comunidade, que já não tem segurança alguma e por conta disso a impunidade corre solta dentro da aldeia, deixando familias, amigos, parentes ou talvez até a comunidade inteira super revoltada.
Existem casos lá dentro de brigas e até mortes, que os responsáveis sabem que a segurança não atua o tempo todo dentro da aldeia, e por isso cometem crimes gravissimos sabendo que não vão ser punidos.
Acontecendo assim os parentes e amigos das vítimas se revoltam e ambos vão em busca da vingança que gera uma violência muito maior, que faz com que ela não chegue à ter fim.



ANA CLAUDIA DE SOUZA
GUARANI