sexta-feira, 3 de junho de 2011

Ruralistas pedem apoio contra invasões em Douradina

Produtores rurais de Douradina estão preocupados com a possibilidade de novas ocupações indígenas. Ontem (1º), um grupo de ruralistas esteve na sede da PF (Polícia Federal), em Dourados, para pedir apoio ao órgão na tentativa de impedir novas invasões. No sábado passado, os indígenas ocuparam um dos seis lotes provenientes da antiga colônia agrícola no município.

O local fica bem próximo de uma área de 100 hectares, ocupada pelos índios em 2005 e, posteriormente, em novembro do ano passado. “Na época foi feito um acordo para que os índios desocupassem as terras, porém, desde novembro começaram novas invasões”, relatou Cícero Bastos, um dos produtores que teve o lote invadido no sábado.

De acordo com o presidente do sindicato rural de Douradina, Cláudio Pradella, os agricultores prometem se mobilizar contra novas invasões no município. “O primeiro passo é de informar ao delegado da Polícia Federal sobre a situação em que se encontram estes produtores, diante a ação dos indígenas no local. Após isso, se não houver acordo vamos entrar com pedido de reintegração de posse, sendo que até o momento não existe a intenção de confronto com os índios”, afirmou.

Para o produtor rural, Valdir Pedro Piesanti, as ocupações prejudicam a economia do Mato Grosso do Sul, além de trazer prejuízos para os agricultores que tem as terras invadidas. “A imagem econômica do Estado fica desgastada com este impasse entre produtores e índios. Quem vai investir em lugar onde existe instabilidade produtiva?”, questionou.

Ele ainda acusou a Funai (Fundação Nacional do Índio) de incentivar novas ocupações no município. “Pelo que consta a própria Funai é um dos principais incentivadores dessas invasões. A sociedade precisa entender a gravidade da situação, cobramos soluções”, enfatizou.

Funai

Segundo a coordenadora regional da Funai, Maria Aparecida Mendes de Oliveira, as áreas ocupadas em Douradina fazem parte de estudos para demarcações no Estado. Ela afirma que na década de 1970 estas terras foram consideradas terras indígenas, porém, não foram homologadas oficialmente.

Quanto à afirmação dos produtores de que a Funai estaria incentivando novas ocupações, a coordenadora afirmou que foi surpreendida pela ocupação ocorrida no sábado passado e que o órgão não tem controle sobre as ações dos índios. “A Funai está acompanhando de perto toda esta questão agrária que envolve produtores rurais e indígenas, porém, não compete a nós, impedir ou incentivar ocupações”, disse.

Ela afirmou ainda que na terça-feira passada técnicos da Funai já foram até a cidade de Douradina para avaliar a real situação do local e que as medidas cabíveis ao órgão serão tomadas somente após o recebimento do relatório encaminhado pelos antropólogos.

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