Durante
processo de retomada pacífica de área indígena invadida por
fazendeiros, no último sábado, 23, em Miranda, Mato Grosso do Sul, um
grupo do povo Terena, composto por 120 adultos e 40 crianças, foi
impedido de entrar nas terras de ocupação tradicional por cerca de 20
jagunços fortemente armados.
A comunidade indígena fica a cerca de 50 metros
da área invadida e durante a noite bombas e foguetes foram lançados
pelos jagunços, contratados pelos fazendeiros, conforme os Terena, na
comunidade. Não houve nenhum ferido.
“Estamos
preocupados com a possibilidade de um conflito direto. Eu mesmo já
recebi várias ameaças de morte”, afirma Joelson Terena.
A
terra reivindicada pelos Terena sofre com a morosidade no processo de
demarcação pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Desde os tempos de
Serviço de Proteção ao Índio (SPI) o território é reclamado pelos
indígenas.
Estudo
antropológico e relatório cartográfico da área estão prontos, mas a
falta da análise jurídica impede o reconhecimento. Uma visita da
presidente da Funai, Marta Azevedo, está agendada para o próximo mês.
“Quando
a presidente vier faço questão que ela anda de casa em casa para ver a
situação. Somos genuinamente agricultores e não temos terra para
cultivar. A comunidade produz o suficiente só para se manter, não usamos
a terra como meio de obter lucro”, reitera Joelson Terena.
Por Luana Luizy,
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