Uma
menina indígena de 16 anos da etnia sateré-mawé, natural da aldeia
Andirá Marau, localizada no município de Maués (a 276 quilômetros de
Manaus), está sob a custódia do Estado do Rio de Janeiro, depois de ter
sido encontrada perdida naquele Estado na semana passada.
A
menina teria saído grávida do Amazonas há um ano com destino a
Brasília, onde foi recebida por missionários da ong Atini. Após dar à
luz e ter seu filho dado para adoção, ela foi parar no Rio de Janeiro ao
ser levada por uma missionária de outra ong, a Jovens com uma Missão
(Jocum), mas teria fugido da residência.
A
indígena está alojada no Abrigo Municipal Casa Comunitária, de Caxias
(RJ), por determinação da Vara da Infância e da Juventude do município. A
reportagem entrou em contato nesta segunda-feira (04) com a direção do
abrigo e com a Vara e obteve apenas a confirmação de que a garota
indígena está no local, mas os responsáveis não quiseram dar mais
informações porque o caso corre sob segredo de Justiça.
Justiça
A
assessoria de imprensa do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro
disse ao acrítica.com que o caso já foi comunicado à Fundação Nacional
do Índio (Funai). O MPF está apurando os motivos que levaram a menina a
ir parar no Rio de Janeiro. Já o Ministério Público Estadual do Rio de
Janeiro está investigando as causas criminais.
A
confirmação de que a menina é da etnia sateré-mawé se deu após visita
de uma lingüista e uma antropóloga do Museu do Índio do Rio de Janeiro
na semana, cuja administração foi acionada pelo MPF/RJ.
Segundo
a assessoria de imprensa da Funai, o órgão já está sabendo da situação,
mas ainda vai decidir que providências tomar sobre o caso. A reportagem
tentou saber sobre permanência da garota no abrigo, mas a assessoria de
imprensa da Funai disse que teria essas informações no decorrer desta
semana.
Sem autorização
O
presidente das Organizações dos Tuxauas de Maués, Francisco Alencar,
contou ao portal que um homem identificado como “Zevaldo” seria o
responsável por levar a garota para Brasília sem autorização dos pais
dela. “Sim, soube desses missionários que levaram essa cunhantã grande.
Parece que os pais dela não autorizaram”, disse Alencar, que garantiu
repassar mais informações nesta terça-feira.
De
acordo com uma matéria publicada na imprensa do Rio de Janeiro, após
vagar durante um mês pela Baixada Fluminense a garota teria sido
encontrada por um caminhoneiro e encaminhada para o Conselho Tutelar de
Caxias. Exame de corpo de delito descartou a suspeita de estupro.
Missionários
A
voluntária da Atini que se identificou apenas como Simone disse ao
portal que “conhece a menina indígena, sua família e o caso”, mas que
não poderia dar mais informações. A Atini é uma organização conhecida
por realizar campanhas contra suposta prática de infanticídio indígena.
A
reportagem tentou falar com a Jocum Nacional e a Jocum do Rio de
Janeiro, mas não há informações sobre números de telefone em seus sites.
A entidade foi contatada por meio da seção Entre em Contato, mas os
coordenadores da Jocum não retornaram ao pedido de informações até a
conclusão desta matéria.
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