Familiares velam o corpo do bebê de 28 dias, que morreu ontem num acampamento na aldeia Bororó. O sepultamento está marcado para às 15h de hoje, no cemitério na Reserva de Dourados. Conforme noticiou ontem o Douradosagora, a criança foi encontrada morta numa rede.
Segundo informações colhidas pelo Douradosagora, esta manhã junto aos familiares da criança, a jovem mãe de 13 anos vinha amamentando o menino e também completava a alimentação na mamadeira.
Mas, conforme a família, o bebê estava com pneumonia, o que pode ter levado ao quadro de desnutrição severa, causa da morte segundo o laudo médico assinado pelo médico legista Raul Grigoletti.
A agente de saúde, a caiuá Sarita Gonçalves, disse ao Douradosagora que mãe e filho chegaram sábado no acampamento na Bororó. Segundo ela, no local onde moraram antes - 'na beira da pista' (na região de Ponta Porã), não há acompanhamento médico nem cesta básica.
"Esta mãe não teve pré-natal, a criança não foi vacinada e, depois de chegarem aqui, só fomos saber deles quando avisaram que o bebê estava morto", conta a agente que atua há 11 anos em unidade de Saúde da Aldeia Bororó onde, segundo ela, a população dispõe de todos os serviços, incluindo acompanhamento médico para parturientes e recém nascidos.
A DESNUTRIÇÃO
A desnutrição de crianças indígenas assombrou a população do estado na década passada. De 2005 a 2007 a desnutrição "assombrou" as aldeias Jaguapiru e Bororó na cidade e foram destaques no país pela mortandade de crianças. Em 2005 foram registrados pelo menos 27 mortes por desnutrição; 14 em 2006 e oito em 2007.CESTA BÁSICA
A entrega de cestas básicas é um problema sério nas aldeias da região sul do Estado. Muitas famílias não são cadastradas nos programas do governo federal e não recebem bolsas em dinheiro, dependendo exclusivamente das cestas básicas. A Fundação Nacional do Índio (Funai) e Governo do Estado são responsáveis pela aquisição dos alimentos, distribuídos pela Funai.Fonte
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