O confronto ocorreu no último dia 7, o índio Adenilson Kirixi Munduruku foi assassinado com três tiros. Além disso, dois policiais e seis indígenas ficaram feridos. Leia mais AQUI.
Na semana passada o MPF, no Pará, recebeu uma representação assinada por 116 organizações e entidades da sociedade civil, que denunciavam supostos abuso de poder e uso de violência contra os índios.
Os procuradores da República Márcia Brandão Zollinger, do MPF em Cuiabá, e Felipe Bogado, que atua em Santarém (PA), determinaram o envio de ofício à Polícia Federal em Mato Grosso com uma série de questionamentos.
O MPF quer saber se foi feita necrópsia, no corpo de Adenilson, para apurar a causa da morte, e se houve a identificação, apreensão e o exame pericial na arma que teria efetuado o disparo contra o indígena.
No ofício, os procuradores da República também solicitam que a PF forneça cópia dos áudios e vídeos que tenham sido gravados nos dias da ação policial e que seja apresentada a relação detalhada de todos os participantes da operação, sejam eles da PF, da Força Nacional de Segurança, do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), da Funai (Fundação Nacional do Índio) ou de quaisquer outros órgãos.
O MPF também quer informações sobre os nomes e contatos das lideranças indígenas com quem no dia 6 teria sido combinada a realização da ação policial.
Boletins médicos
Os procuradores da República também determinaram o envio de ofício ao Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) de Cuiabá para solicitar cópias dos boletins médicos dos dois indígenas hospitalizados no Pronto-socorro de Cuiabá.
O MPF vai realizar oitiva dos agentes públicos que participaram da organização logística da operação e dos que executaram a atividade.
Adonias Kaba
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Mundurukus mostram cápsulas de balas que teriam sido disparadas por policiais
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Operação Eldorado PF desmantelou esquema de extração e comércio ilegal de ouro no Norte de MT.
A Operação Eldorado, deflagrada na terça-feira (6), em Mato Grosso, Pará, Rondônia, São Paulo, Rio Grande do Sul, Amazonas e Rio de Janeiro, teve o objetivo de desarticular uma rede de exploração de garimpos ilegais na região do rio Teles Pires.
O esquema funcionava há cinco anos. Durante a primeira etapa da operação, foram cumpridos 17 dos 28 mandados de prisão temporária, 64 de busca e apreensão e oito de condução coercitiva expedidos pela Justiça Federal.
No esquema, eram usadas notas frias de cooperativas de garimpeiros para legalizar a produção de garimpos, que funcionavam de forma ilegal.
Conforme as investigações, boa parte dos garimpos ficava nas terras dos índios mundurukus e kayabis.
O esquema também contava com a participação de índios, que, segundo a PF, facilitavam o acesso às áreas de extração.
Uma das empresas investigadas, com sede em Cuiabá, movimentou cerca de R$ 150 milhões nos últimos dois anos.
A companhia também operava na Bolsa de Valores, para comercializar o ouro como ativo de investimento financeiro.
Na operação, agentes da PF apreenderam 23 quilos de ouro, avaliados em R$ 2 milhões, com o empresário Valdemir Melo, dono da empresa Parmetal, com sede em Cuiabá, e com o filho dele, Artur Melo. Os dois foram presos na manhã de terça-feira.
Também foi preso na operação um oficial da Marinha do Brasil, lotado no Norte de Mato Grosso, que seria encarregado de legalizar o transporte do produto em embarcações, com o uso de notas fiscais falsas.
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