quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Conflito entre policiais federais e indígenas

O Ministério Público Federal (MPF) abriu na segunda-feira (19) uma investigação para apurar o conflito entre policiais federais e índios Munduruku da aldeia Teles Pires, na divisa dos estados do Pará e Mato Grosso.

O confronto ocorreu no último dia 7, o índio Adenilson Kirixi Munduruku foi assassinado com três tiros. Além disso, dois policiais e seis indígenas ficaram feridos. Leia mais AQUI.

Na semana passada o MPF, no Pará, recebeu uma representação assinada por 116 organizações e entidades da sociedade civil, que denunciavam supostos abuso de poder e uso de violência contra os índios.

Os procuradores da República Márcia Brandão Zollinger, do MPF em Cuiabá, e Felipe Bogado, que atua em Santarém (PA), determinaram o envio de ofício à Polícia Federal em Mato Grosso com uma série de questionamentos.

O MPF quer saber se foi feita necrópsia, no corpo de Adenilson, para apurar a causa da morte, e se houve a identificação, apreensão e o exame pericial na arma que teria efetuado o disparo contra o indígena.

No ofício, os procuradores da República também solicitam que a PF forneça cópia dos áudios e vídeos que tenham sido gravados nos dias da ação policial e que seja apresentada a relação detalhada de todos os participantes da operação, sejam eles da PF, da Força Nacional de Segurança, do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), da Funai (Fundação Nacional do Índio) ou de quaisquer outros órgãos.

O MPF também quer informações sobre os nomes e contatos das lideranças indígenas com quem no dia 6 teria sido combinada a realização da ação policial.

Boletins médicos
Os procuradores da República também determinaram o envio de ofício ao Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) de Cuiabá para solicitar cópias dos boletins médicos dos dois indígenas hospitalizados no Pronto-socorro de Cuiabá.

O MPF vai realizar oitiva dos agentes públicos que participaram da organização logística da operação e dos que executaram a atividade. 





Adonias Kaba
Mundurukus mostram cápsulas de balas que teriam sido disparadas por policiais


Operação Eldorado PF desmantelou esquema de extração e comércio ilegal de ouro no Norte de MT.

A Operação Eldorado, deflagrada na terça-feira (6), em Mato Grosso, Pará, Rondônia, São Paulo, Rio Grande do Sul, Amazonas e Rio de Janeiro, teve o objetivo de desarticular uma rede de exploração de garimpos ilegais na região do rio Teles Pires.

O esquema funcionava há cinco anos. Durante a primeira etapa da operação, foram cumpridos 17 dos 28 mandados de prisão temporária, 64 de busca e apreensão e oito de condução coercitiva expedidos pela Justiça Federal.

No esquema, eram usadas notas frias de cooperativas de garimpeiros para legalizar a produção de garimpos, que funcionavam de forma ilegal.

Conforme as investigações, boa parte dos garimpos ficava nas terras dos índios mundurukus e kayabis.

O esquema também contava com a participação de índios, que, segundo a PF, facilitavam o acesso às áreas de extração.

Uma das empresas investigadas, com sede em Cuiabá, movimentou cerca de R$ 150 milhões nos últimos dois anos.

A companhia também operava na Bolsa de Valores, para comercializar o ouro como ativo de investimento financeiro.

Na operação, agentes da PF apreenderam 23 quilos de ouro, avaliados em R$ 2 milhões, com o empresário Valdemir Melo, dono da empresa Parmetal, com sede em Cuiabá, e com o filho dele, Artur Melo. Os dois foram presos na manhã de terça-feira.

Também foi preso na operação um oficial da Marinha do Brasil, lotado no Norte de Mato Grosso, que seria encarregado de legalizar o transporte do produto em embarcações, com o uso de notas fiscais falsas.
FONTE

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