Índio quer microfone, quer diploma, quer se socializar e ser feliz!

Chega de comemorar o Dia do Índio somente na escola com a cara pintada, com dancinhas e falso cocar. Semana passada houve reivindicações em busca de leis que tragam reconhecimento, respeito e proteção aos índios. Seja através das cotas nas universidades, nas empresas ou nas facilidades para incluí-los no mercado de trabalho ou ainda na educação.

Na cidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul, nasceu o primeiro grupo indígena de rap do Brasil. Eles querem falar de suas vidas na aldeia e mostrar o que pensam do mundo. Esse é o grupo BRÔ MC´S, que canta música rap e se encantou pelo hip-hop, fazendo dele um refúgio pra sugerir soluções dos seus problemas. Os quatro jovens que pertencem à aldeia Jaguapirú criaram suas letras que misturam o português com o guarani, na vontade de fazer uma música para mostrar a realidade da aldeia com o olhar de dentro. Com este discurso eles cantaram na posse da presidente Dilma, foram em programas de TV, em comemorações do dia do índio em vários eventos no Brasil e vão lançar um disco e continuar a fazer shows pelo mundo.
Estas manifestações provam que os índios querem ter voz, querem ter o poder de opinar nas políticas criadas em seu favor. No Brasil, existem várias etnias, com certeza elas pensam e vivem diferente umas das outras. Por isso, é importante ouvi-los pra entender e assimilar suas reivindicações. Alguns riem e não aceitam dividir a cadeira da universidade com eles e muito menos as ruas, maltratando e até mesmo cometendo crimes bárbaros contra eles, como já vimos muitas vezes neste país.
O que os índios querem, o que eles precisam? O que as leis e o povo brasileiro querem dar aos índios? Os índios do passado queriam ficar nas suas aldeias, seguir suas tradições e preservar suas raízes, os dias de hoje mudaram e eles buscam um espaço dentro da sociedade, tentando uma chance de se urbanizar e ter novos espaços além de sua origem. Eu gosto de vê-los lutando e anunciando a todos que sim, os índios têm direitos, o que muitos cidadãos absurdamente não sabem.

Celso Athaide e Nega Gizza