quinta-feira, 12 de março de 2009

Um outro ponto de vista


"É comum ouvir dizer que os índios recebem vários benefícios e não pagam nada de impostos e serviços. Mas a população indígena possui fontes de renda e grande parte do que recebem é investida no comércio de Dourados"

O índio kaiowá Euzébio Garcia, morador da aldeia Bororó, fazia economia há algum tempo para comprar uma moto. Com o acerto do pagamento da usina, ele conseguiu completar e fez a compra em dezembro de 2008. Euzébio investiu R$ 3 mil à vista. Esse é apenas um exemplo de como os indígenas da Reserva de Dourados têm aplicado seu dinheiro. Os salários dos trabalhadores das usinas e da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), os benefícios e os programas sociais geram renda para os índios e se convertem em lucro para o comércio de Dourados. A população indígena contribui e muito com a economia da cidade de Dourados. A imagem que se tem dos índios é que eles recebem vários benefícios, não pagam nada de impostos, nem serviços como água, luz e outros, mas ninguém se lembra que eles investem tudo o que ganham no comércio de Dourados. Em dezembro de 2008, muitos indígenas fizeram compras de Natal. Móveis, eletrodomésticos, bicicletas, motocicletas: no fim do ano na Reserva, era uma fileira de táxis trazendo-os com suas compras. Pôde-se perceber que os indígenas passaram da média do quanto costumam gastar. “No fim de 2008 a freqüência de indígenas na loja foi enorme. Não há como precisar um número exato, mas a loja vendeu muito”, confirma o vendedor de uma grande loja de eletrodomésticos da cidade. Fontes de Renda Através do Programa Bolsa Família, o valor total recebido pelos indígenas da Reserva de Dourados é de aproximadamente R$ 180 mil por mês. Como funcionários da Funasa, muitos indígenas garantem seu sustento: o órgão emprega 59 funcionários indígenas nas aldeias Jaguapiru e Bororó. Os salários deles somam cerca de R$ 43 mil por mês. Outra importante fonte de renda são as usinas. Segundo informações da Comissão Permanente de Investigação das Condições de Trabalho, estima-se que cerca de 2.500 indígenas da Reserva de Dourados trabalhem nesse ramo. Cada um recebe mensalmente em média R$ 500, sem os descontos legais, caso que corresponde a grande parte desses trabalhadores. No total, seriam mais de R$ 1 milhão mensais provenientes dos empregos nas usinas. O auxílio maternidade também pode ser considerado uma fonte de renda. Mães com mais de 18 anos têm direito ao auxílio durante 4 meses; o valor recebido pela mãe é de um salário mínimo por mês. De acordo com dados da Funasa, nascem na Reserva Indígena de Dourados aproximadamente 400 crianças por ano. Se estimarmos que, dessas 400 crianças, 300 são filhas de mães com mais de 18 anos, pode-se contar 100 salários por auxílio maternidade por mês. Tomando por base o valor do salário mínimo em 2008 (R$ 415), pode-se estimar que são repassados, por mês, R$ 41.500 para mães indígenas em amparo maternidade. Em relação aos benefícios governamentais para pessoas com deficiência física e aposentados, o Ministério da Previdência não teria como disponibilizar os dados, pois não há separação de beneficiados indígenas. Outra fonte que não foi pesquisada é a bolsa universitária. Algumas fontes de renda não puderam ser contabilizadas, mas com esse levantamento do jornal AJIndo, estima-se que só no ano de 2008 os indígenas da Reserva de Dourados receberam um valor aproximado de R$ 20 milhões. E grande parte desse dinheiro foi gasto no comércio da cidade.
Assinatura: Jaqueline Gonçalves

2 comentários:

Otto Bernardo Polanco disse...

Hola Jake.. Interesante el tema que trataste...
Te felicito

Otto Bernardo Polanco
Colombia

Unknown disse...

Enquanto isso num blog distante...

a hipocresia rola solta! Vamos defender o negros e chamar os índios de ignorantes!

Link da hipocrita:

http://sindromedeestocolmo.com/archives/2009/11/helena_vai_pro_tronco.html/#comments

Palavras da dona do blog:

Ah, pra terminar, eu sou politicamente correta ou tento ser, ao máximo. Acho completamente idiota essa idéia de que “o mundo ficou muito chato depois que a gente passou a se preocupar com o que diz”. Chato pra quem, cara-pálida?