Nas comunidades indígenas ervas medicinais tradicionais são muito usadas, porém em aldeias de Dourados isso reverteu-se. Principalmente devido a influência de culturas não indígenas. Em algumas aldeias de Mato Grosso do Sul, para cada doença havia sempre uma erva que as mães das famílias indicavam, esse conhecimento era adquirido há algum tempo pelos “Nhanderu ou Nahde'sy”.
Um exemplo de erva mais usada para diarréia é folha de goiaba fervida, quando o doente tivesse sede em vez de água que tomasse chá de folha de goiaba. A cura dava-se com tempo em média de 1 dia ou menos. Também indicavam que o indivíduo comece a goiaba verde. Para vômito era chá de folha de abacate. Para dor de cabeça, indicam lavar a cabeça com a folha ou a casca de uma árvore chamada “siedro”. E geralmente a pessoa teria pesadelo ao dormir, segundo eles era o remédio fazendo o efeito, a folha ou a casca devia ser fervida. A babosa usada para cicatrização e para queimaduras.
Outros como preventivos de gravidez, a planta “menbỹ' ỹijá” o chá devia ser tomado na primeira mestruação, a mulher tornava-se estéril, ela corria o risco de ter cólicas forte. Para gripe fazemos chá de limão com mel ou chupamos laranja assada, para dor de garganta “wvyrá pỹtã” é usado para fazer gargarejo. Esses são apenas alguns remédios tradicionais citados, dentre vários que existem. Alguns conhecimentos de plantas medicinais tradicionais perderam-se com o tempo e essas ervas tornaram-se escassas, o fácil acesso agora de remédios industrializados para alguns, nos postos de saúde e outros locais facilita para o uso do mesmo.
Com as mudanças, hoje as mães das famílias indicam remédios industrializados, tomamos Dicoflenaco como anti-inflamatório, também usado para febre e dores no corpo. Quando não há Diclofenaco usamos Paracetamol como anti-térmico.
Quando estamos com tosse ingerimos xarope, tomamos soro para hidratar, usamos pomada para feridas, as mulheres usam anti-concepcionais e outros para evitar gravidez.
Esses fatos estão se tornando freqüente nas aldeias do sul de MS, é preciso ter a consciência e não deixar que conhecimentos de medicamentos tradicionais de Guarani/kaiowá se perca com o tempo, mesmo que passamos a usar medicamentos industrializados.
Indianara Ramires
kunha Rory Poty Hendy'i ou kunha Poty mi
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