quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Indigenas se deparam com fogo subterraneo na aldeia Panambizinho/MS

Fenômeno conhecido pelos indígenas de Panambizinho como Ivy-Kay (fogo na terra) deixou preocupada a população naquela aldeia. Ontem, um menino pescava tranquilamente, quando ouviu uivos de um cão que tinha acabado de sofrer queimaduras graves.
O garoto acionou lideranças, que se depararam com uma pequena área onde surgiram várias rachaduras que soltam uma fumaça esbranquiçada com alta temperatura. O cão não foi o único a ficar ferido. Conforme informações, pessoas que estiveram ali para ver o que estava ocorrendo, também queimaram os pés e os calçados.
Segundo o agente de saúde daquela localidade, Reginaldo Aquino da Silva, fenômeno semelhante ocorreu ali há cerca de 40 anos. Ontem, alguns chegaram a suspeitar de que poderia haver uma válvula de escape de alguma fenda vulcânica, já que a região de Dourados está sob estrutura semelhante.
No entanto, segundo o geólogo e professor da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), José Daniel de Freitas Filho, que está com equipe no local do incidente e onde também se encontram repórteres do site Douradosagora, trata-se do chamado “fogo subterrâneo”.
O fenômeno ocorre em zona de turfa (emaranhado de raízes e restos de vegetação que queima mesmo se houver umidade), de lençol freático rebaixado mediante técnica de agricultura conhecida como “espinha de peixe”. No local, há cerca de uma semana, indígenas teriam ateado fogo para limpar a área.
O incêndio continuou abaixo da superfície, não encontrou água e, devido ao tempo seco, passou a consumir o material orgânico que, conforme o geólogo, vem se depositando há cerca de dez mil anos naquela localidade.
Com a queima deste ‘humus’, sobra espaço na terra que acaba rachando e liberando os gases. O geólogo diz que eles estão, no momento, em uma área de risco e que, se alguém pisar ali, pode sofrer queimaduras.
Na superfície da terra, em contato com o oxigênio, o fogo pode ainda se alastrar. Agora é esperar a chuva, para molhar a terra e apagar o fogo subterrâneo que consome aquela área agrícola, em Panambizinho.
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