Preocupado com o impasse que envolve os produtores rurais e índios
Guarani-Kaiowá no município de Paranhos, a 477 quilômetros de Campo
Grande, o deputado estadual e presidente regional do Democratas, Zé
Teixeira, subiu à tribuna da Assembleia Legislativa para discursar sobre
o problema em questão.
Desde o dia 10 de agosto deste ano, um grupo de aproximadamente 200
índios, incluindo mulheres e crianças, ocupou a fazenda Campina, na
cidade de Paranhos. A partir daí o clima de guerra se instalou na
região, onde os produtores rurais ameaçam retirar a população indígena
que, por sua vez, conta com o apoio da força nacional para permanecer na
propriedade.
Em seu discurso na tribuna da Casa de Leis, o deputado Zé Teixeira
afirmou que existe um jeito de evitar os conflitos na região. “A Funai
deveria pedir aos indígenas para que eles não invadissem as fazendas.
Isto não é Constitucional, fere o direito das propriedades e ainda por
cima atrapalha todo o seu funcionamento” ressaltou Teixeira.
Em aparte ao discurso do parlamentar, o deputado estadual Cabo Almi
(PT) fez duras críticas ao pronunciamento de Zé Teixeira. “Nós não
podemos construir um debate do extermínio do índio. Eles são seres
humanos e merecem um lugar na sociedade. Respeito muito vossa excelência
que defende seu segmento, o latifúndio, pois ele tem seus valores para a
sociedade, mas não é certo excluirmos os índios que fazem parte da
nossa história. Eles são os primeiros nativos do Brasil” enfatizou o
deputado.
Teixeira rebateu as críticas de Almi. “Vossa Excelência deputado Cabo
Almi, inverteu todo o meu discurso. Eu não vim aqui para advogar por
“a” e nem “b”, muito menos em causa própria. Eu venho aqui solicitar o
respeito à Lei, respeito a propriedades centenárias que são passadas de
geração em geração e que estão sendo invadidas. Busco resolver de uma
maneira simples, rápida e justa, todo este impasse que envolve índios e
produtores rurais”.
Zé Teixeira cobrou uma ação direta das autoridades competentes para
resolver a situação. “Imagina só, Vossa Excelência (deputado Cabo Almo)
tem uma casa que está com o quarto vago, chega uma pessoa e se instala
neste aposento, automaticamente, Vossa Execelência terá seu direito
violado e consequentemente se sentirá mal e inconformado com isso. É o
que está acontecendo, os produtores estão insatisfeitos e com o direito
ferido perante a invasão. O Governo Federal, a Funai e outros órgãos
competentes precisam tomar o controle da situação, coibir qualquer tipo
de desrespeito à Constituição e proibir as invasões, para resolver o impasse da forma como tem que ser resolvido, dentro da Lei”, conclui Zé Teixeira.
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