HÁNAITI Ho’ únevo têrenoe
(Grande assembleia do povo terena)
I Encontro da juventude terena
Hánaiti Ho’únevohiko Inámati xâne têrenoe
Aldeia Bananal, 27, 28 e 29 de julho de 2012
Na
abertura, a juventude presente (Terena, Kadiwéu e Guarani – Kaiowá),
presta suas homenagens ao Professor Antônio Brand (in memorian). Pela
sua brilhante passagem aqui na terra e pelo legado que deixou para os
povos indígenas, em especial os acadêmicos indígenas. "Professor Brand
nos ensinou a não ter vergonha de ser índio e sim nos orgulhar disso, em
qualquer lugar" (...)
Nós,
Juventude Terena, reunidos na Aldeia Bananal, T.I. Taunay/Ipegue nos
dias 27, 28, e 29 de julho, com jovens representantes da Aldeia Bananal,
Aldeia Ipegue, Aldeia Água Branca, Aldeia Lagoinha, Aldeia Passarinho,
Aldeia Lalima, Aldeia Cachoeirinha, Aldeia Mãe Terra, Aldeia Buriti,
Aldeinha – Anastácio e Aldeia Limão Verde; juntamente com jovens
representantes do Povo Kadiwéu e Conselho da Aty Guasu Jovens –
Guarani/Kaiowá. E também, nossas lideranças, nossos anciões, nossos
professores e comunidade, após refletir sobre a temática do encontro “O Despertar da juventude indígena terena” (Iyúkeovohiko isóneuhiko kali kopénotihiko têrenoe), viemos a público expor:
O Conselho da Juventude Terena faz parte da HÁNAITI Ho’ únevo têrenoe (Grande assembleia do povo terena), e
nesse intuito se junta com o movimento indígena na luta pelos seus
direitos. Tendo por objetivo sempre defender os princípios do bem viver
de nossas comunidades. O I Encontro da Juventude Terena, nasceu no bojo
da discussão na HÁNAITI Ho’ únevo têrenoe (Grande assembleia do povo terena), realizado na aldeia Imbirussú em junho de 2012.
Em
primeiro lugar, ressaltamos que não iremos negociar nossos direitos já
conquistados e consagrados pela Constituição Federal. Repudiamos
novamente a Portaria n. 303 da AGU, que flagrantemente afronta a
autonomia de nossas lideranças e comunidades. Denunciamos o ato do
Advogado Geral da União, quando da publicação da referida portaria,
ignorou o que reza a convenção 169 da OIT. E ainda, exigimos a revogação
da Portaria 303 da AGU, e não apenas a sua suspensão. Nossas lideranças
não irão sentar-se a mesa com o governo para negociar nossos direitos.
Tendo
esse encontro o objetivo de despertar da juventude terena para o
movimento indígena, queremos a partir de então, juntamente com nossas
lideranças tradicionais, professores e anciões, agregar a juventude
terena, sejam aqueles que estejam na universidade estudando, sejam
aqueles que estão na aldeia nas escolas e igrejas, unindo forças em
torno do bem comum de nossa comunidade.
Nossa
língua, expressão máxima de nossa cultura, deve ser valorizada. Nesse
sentido, reconhecemos a necessidade de valorizar nossas tradições,
nossos anciãos e lideranças tradicionais. Recorremos a nossos pais, avós
e professores que unam seus esforços no sentido de reavivar a nossa
língua materna e nossa história.
Queremos
uma escola indígena que se apóie em nossa cultura e cosmovisão. Tendo
como princípio fundamental um regime de acordo com a sistemática de
nossa comunidade.
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