quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Famasul culpa o CIMI pelos conflitos em Paranhos




Após o conflito envolvendo pistoleiros e índios das etnias Guarani Kaiowá e Ñhandeva em Paranhos, na última sexta-feira (10), e a morte de uma criança indígena, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Eduardo Riedel, afirmou nesta quarta-feira (15) que os episódios são resultados do fomento à invasão e à violência por parte do Conselho


Presidente da Famasul,
 Eduardo Riedel diz que responsabilidade é da Famasul e do Cimi
Foto: Deurico/Arquivo Capital News
 



Indigenista Missionário (Cimi) e da Fundação Nacional do Índio (Funai).
“Essas instituições incitam a ocupação de áreas legalmente tituladas e dão guarida para que situações ilícitas sejam institucionalizadas”, disse.
Segundo Riedel, índios Guarani-Kaiowá invadiram as fazendas Shekinah e Campina, exigindo a criação da terra indígena Arroyo Kora.
O vice-presidente da Famasul, Nilton Pickler, concorda com essa tese. Ele afirmou que a responsabilidade maior sobre as consequências das invasões é de quem deveria zelar pelo bem estar dos indígenas.
“É a invasão de propriedades que gera a violência. Quem promove e executa a invasão é responsável por ela. No entanto, há uma inversão na repercussão do fato”, opinou Nilton Pickler. “A violência é decorrente da invasão, que é um ato ilegal, e sua causa não pode ser atribuída à defesa da propriedade por parte do produtor”, completou.
Ainda segundo a Famasul, nesta quarta-feira (15), advogados do proprietário da fazenda Shekinah obtiveram do superintendente da Polícia Federal em Campo Grande, Edgar Paulo Marcon, a garantia de proteção para retirada das cerca de 800 cabeças de gado da propriedade.
Paranhos possui 130,2 mil hectares. A Famasul afirma que as terras indígenas regularizadas e em processo de regularização já ocupam 24,5 mil hectares da área territorial do município - correspondendo a 18,82% do território.
Os índios da etnia Guarani-Kaiowá querem a criação da uma nova terra indígena denominada Arroyo Kora, com 7,1 mil hectares. Os estudos para a criação da nova área estão sendo contestados na Justiça pelos proprietários.
Mato Grosso do Sul tem atualmente 30 terras indígenas regularizadas, sendo que dessas, oito estão em fase de estudo para expansão. Outras 11 áreas estão em vários estágios de estudos para a criação de novas terras indígenas, sendo uma delas Arroyo Kora.
Também nesta quarta-feira, o Ministério Público Federal (MPF) em Mato Grosso do Sul solicitou a instauração, pela Polícia Federal de Ponta Porã, de inquérito policial para averiguar o ataque dos pistoleiros aos índios e a morte da criança.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Geni Centurião, de 2 anos, morreu depois de passar fome e medo. Os indígenas afirmam que sob fogo cerrado e sem acesso à alimentação, o susto e a fome teriam matado a pequena Guarani Kaiowá.
Fonte: Paulo Fernandes - Capital News (www.capitalnews.com.br)

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