Fazendeiros do município de Paranhos, no sul do Mato Grosso do Sul,
prometem um confronto armado contra indígenas da região, que promovem a
retomada de suas terras tradicionais.
Em 10 de agosto, pistoleiros atacaram um acampamento erguido por
cerca de 400 Guarani Kaiowá no tekoha (território sagrado) Arroio Kora. A
homologação da área foi feita pelo governo federal, mas suspensa pelo
Supremo Tribunal Federal (STF). O processo ainda não foi votado por
todos os ministros, e os indígenas cobram rapidez na decisão.
Atualmente, os índios Guarani Kaiowá e Guarani-ñhandeva de Arroio
Kora vivem em situação precária e improvisada em barracos de lona na
beira de estradas e em reservas indígenas do Cone Sul do Mato Grosso do
Sul. Estima-se que 100 famílias sejam originárias da região.
Ameaça
Com o impasse, a terra permanece ocupada por
ruralistas, que se articulam contra os indígenas. Em entrevista ao
Portal Midiamax, o fazendeiro Luis Carlos da Silva Vieira, conhecido
como “Lenço Preto”, diz que está convocando os fazendeiros da região
para a “guerra”.
“Se o governo quer guerra, vai ter guerra. Se eles podem invadir,
então nós também podemos invadir. Não podemos ter medo de índio não. Nós
vamos partir pra guerra, e vai ser na semana que vem. Esses índios aí,
alguns perigam sobrar. O que não sobrar, nós vamos dar para os porcos
comerem”, dispara.
Ele conta que já houve conversas com outros produtores da região e
confirma que o conflito armado já é considerado uma opção, caso o
governo não intervenha em seu favor.
“A maioria dos fazendeiros está comigo. Arma aqui é só querer. Eu
armo esses fazendeiros da fronteira rapidinho, porque o Paraguai fica
logo ali, e na guerra não tem bandido”, avisa.
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