Em
protesto, no dia 19 de outubro, 5 mil cruzes foram colocadas no
gramado da Esplanada
Nas
redes sociais, usuários se uniram para impedir o suicídio coletivo
dos índios Guarani-Kaiowá. O Avaaz, um grupo de mobilização
online, criou uma campanha em sua sessão de "Petições da
Comunidade" para colher 7.500 assinaturas digitais contra a
decisão dos indígenas. O movimento já conseguiu alcançar mais de
13 mil.
"Decretem
a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay e
enterrem-nos aqui. Visto que decidimos integralmente a não sairmos
daqui com vida e nem mortos", declaram em carta ao Governo do
Mato Grosso do Sul e Justiça Federal, a comunidade indígena.
O
caso
Em
carta assinada por líderes indígenas da aldeia Guarani-Kaiowá, 50
homens, 50 mulheres e 70 crianças anunciam suicídio coletivo caso a
Justiça Federal mande retirar o grupo da Fazenda Cambará, onde
estão acampados, às margens do rio Hovy, no município de Naviraí.
"Nós
já avaliamos a nossa situação atual e concluímos que vamos morrer
todos mesmo em pouco tempo, não temos e nem teremos perspectiva de
vida digna e justa tanto aqui na margem do rio quanto longe daqui.
Estamos aqui acampados a 50 metros do rio Hovy onde já ocorreram
quatro mortes, sendo duas por meio de suicídio e duas em decorrência
de espancamento e tortura de pistoleiros das fazendas", afirmam
na carta.
Eles
contam que há anos estão pedindo pela demarcação das terras onde
viveram e estão enterrados seus antepassados e que hoje estão
ocupadas por fazendeiros e guardadas por pistoleiros. "Moramos
na margem do rio Hovy há mais de um ano e estamos sem nenhuma
assistência, isolados, cercado de pistoleiros e resistimos até
hoje. Comemos comida uma vez por dia. Passamos tudo isso para
recuperar o nosso território antigo Pyleito Kue/Mbarakay".
Entre
2003 e 2011, segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi),
entidade ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),
foram assassinados, no país, 503 índios. Do total, 279 são da
nação Guarani Kaiowá.
Protesto
No
dia 19 de outubro, cinco mil cruzes foram colocadas no gramado da
Esplanada dos Ministérios, próximo ao Congresso Nacional. O
protesto simbolizou índios mortos e ameaçados, especialmente os
guaranis kaiowás, que segundo organizadores da ação, é a etnia
que mais sofre com a violência fundiária. Os indígenas também
reivindicaram neste mesmo dia, a homologação e demarcação das
terras.
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