quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Guarani/Kaiowá de MS ameaçam suícidio coletivo se forem despejados

“Decidimos integralmente a não sairmos daqui com vida e nem mortos”. É o que conclui a carta escrita pela comunidade indígena guarani-kaiowá divulgada pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI). Os índios ameaçam cometer suicídio coletivo caso sejam obrigados a sair da fazenda Cambará, no município de Iguatemi, Mato Grosso do Sul, onde estão acampados.
O juiz federal Henrique Bonachela foi favorável ao pedido de liminar feito pelo proprietário da fazenda, que pedia a posse da área. A Justiça Federal fixou multa diário de R$ 500, a ser suportada pela FUNAI, caso haja descumprimento da liminar.
Os 170 Guarani-Kaiowás – 50 homens, 50 mulheres e 70 crianças – afirmam que não aceitarão a decisão da justiça. Para eles, a região é um “tekoha”, um cemitério de seus antepassados, e por isso, não sairão do local. De acordo com a CIMI, o processo de retirada da comunidade da área “não se trata de um fato isolado, mas de excepcional gravidade, diante de uma decisão de morte coletiva”.
Confira trecho da carta redigida pelos indígenas: “Cientes desse fato histórico, nós já vamos e queremos ser mortos e enterrados junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje, por isso, pedimos ao Governo e Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui. Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação e extinção total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar os nossos corpos. Esse é nosso pedido aos juízes federais. Já aguardamos esta decisão da Justiça Federal. Decretem a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay e enterrem-nos aqui. Visto que decidimos integralmente a não sairmos daqui com vida e nem mortos”.
Com informações do Jornal Agora MS

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