O Ministério Público Federal (MPF) abriu inquérito para investigar se houve crime na entrega de leite em pó vencido na aldeia Bororó, em Dourados, a 225 quilômetros de Campo Grande. Na quinta-feira (7), a coordenadora da Fundação Nacional do Índio (Funai), Maria Aparecida Mendes, havia admitido o problema, depois da reclamação de algumas famílias.
O procurador federal Marco Antônio Delfino aguarda o resultado da perícia que irá atestar a qualidade do leite e os riscos do consumo. “É necessário que seja comprovado que esse leite faria mal à saúde” disse. O MPF também vai averiguar se houve improbidade administrativa. ““Serão expedidos ofícios para a Conab e Funai para rastrear como que foi feito esse processo de aquisição, armazenagem e, consequentemente, entrega desse produto vencido”, explicou Delfino.
O carimbo da embalagem do produto comprova que o leite em pó entregue às famílias da aldeia Bororó está vencido. A preocupação agora é com relação ao consumo do produto. Por enquanto não há notícia de indígenas que tomaram o leite, de acordo com os agentes de saúde da aldeia.
A agente Geise Rodrigues Nunes avalia que o cuidado precisa ser grande. “Um dos riscos de consumir o leite vencido é a diarréia, as crianças acabam perdendo peso e podem ficar desnutridas. Podem até morrer se a mãe não cuidar”.
Depois da denúncia e constatação de que o leite estava vencido, a Polícia Federal (PF) apreendeu 721 pacotes do produto. Tudo está armazenado na sede da Funai.
A coordenadora regional da Funai em Dourados, Maria Aparecida Mendes, disse que 1,9 tonelada de produtos já foi entregue nas aldeias. “Dada algumas dificuldades que o órgão vem enfrentando de logística, houve um atraso de quase um mês na entrega, e essas cestas já vinham sendo embaladas”, disse.
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