terça-feira, 7 de maio de 2013

Prefeitos querem parar estudos antropológicos de terras demarcadas

Em reunião na manhã de hoje, realizada na Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande, na qual foi discutida a situação atual dos municípios que respondem ao CAC (Compromisso de Ajustamento de Conduta), prefeitos e deputados elaboraram uma proposta de paralisação dos estudos antropológicos de terras demarcadas para encaminhar ao Senado.
De acordo com o prefeito de Iguatemi, José Roberto Felipe Arcoverde (PSDB), a proposta é de definir os processos demarcatórios que ainda não foram feitos antes de prosseguir com os estudos de outras áreas. Ainda conforme o prefeito, de seis bacias que estão sendo analisadas, somente uma foi publicada no Diário Oficial.
“Não queremos que nossos municípios sejam palco de massacre, e se prosseguirem com esses estudos antes de definir as demarcações já feitas, isso irá gerar ainda mais insegurança no Estado”, pontua José Arcoverde.
Iguatemi Peguá I, II e III ocupa o território de uma das seis bacias que estão em estudo antropológico.
Outra problemática apontada pelo prefeito é o desenvolvimento dos municípios com áreas demarcadas. “Já estamos perdendo investimento, se o governador trouxer indústrias para o Estado, com certeza não se instalará em nenhum município demarcado, isso impede o crescimento, vamos nos tornar um corredor da miséria, ou seja, isso gera um impacto social que a gente nem consegue mensurar”, acredita José Arcoverde.
Para o prefeito de Iguatemi, o clima de insegurança gerado nos 26 municípios do Conesul foi criado pela Funai (Fundação Nacional do Índio), Cimi (Conselho Indigenista Missionário), MPF (Ministério Público Federal) e pelos antropológicos, que fomentam a guerra entre produtores rurais e indígenas.
“O índio hoje não quer somente a terra para ter a cultura de volta, pois ele quer ter qualidade de vida, inclusão social, então não adianta dar a terra se não der infraestrutura”, comenta José Paulo.
Em Iguatemi, cidade distante 466 quilômetros de Campo Grande, 2 hectares de terra do município estão invadidos por aproximadamente 60 indígenas, área que possuí 40 mil cabeças de gado.
Para o prefeito de Tacurú, Paulo Pedra, o maior problema são os índios paraguaios, que migram para o Brasil em busca de melhores condições de vida. “Com isso, diminui o espaço de terras e aumenta a demanda indígena a ser atendida”, explica.
Porém, no município, a 332 quilômetros de distancia de Campo Grande, a situação é mais pacífica, apesar de a cidade estar com chances de ter 50% do território urbano tomado pelos índios. “Mas isso ainda não gera insegurança, sabemos que é um problema da União, todos os produtores rurais são titulados, se forem retirados de suas áreas, terão que ser indenizados”, aponta Pedra.


Campo Grande News

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