quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Depultado Zé Teixeira diz que indíos usam a morte trágica de adolescente como pano de fundo para invadir uma propriedade legítima

Presidente do Sindicato Rural de Caarapó, Antônio Maran, alerta que o episódio não pode ser usado como justificativa para invasão da propriedade e lembra que o produtor já está à disposição da Justiça

O presidente do Sindicato Rural de Caarapó, Antônio Maram, disse ontem que o setor produtivo do município está preocupado com a politização do episódio em que o adolescente indígena Denílson Barbosa acabou morto por um tiro disparado pelo produtor rural Orlandino Carneiro Gonçalves, 61 anos, no interior de uma propriedade rural que faz divisa com a Reserva Indígena de Caarapó. “Estão usando esse episódio como pano de fundo para invadir uma propriedade legitimamente escriturada e que não fazia parte de nenhum grupo de estudo da Fundação Nacional do Índio”, alerta Maram.
Ele entende que o episódio deve ser tratado como um crime de homicídio e não como uma disputa fundiária no município. “Parte da imprensa, talvez influenciada por informações distorcidas de ONGs ligadas às causas indígenas, acaba passando para a sociedade a impressão que a morte do adolescente tem relação com a disputa pela terra, o que é um grande equívoco”, ressalta. “O produtor, que já teria confessado a autoria do disparo, deve responder pelo crime de forma culposa ou dolosa na forma do Código Penal, mas essa tragédia não pode servir como desculpa para a violação do direito de propriedade”, argumenta.
Para o deputado Zé Teixeira, presidente da Comissão de Agricultura e Pecuária da Assembleia Legislativa, algumas pessoas e organismos ligados à causa indígena estão dando mais valor à invasão da propriedade particular do que, verdadeiramente, em esclarecer a morte do adolescente. “Ora, o senhor Orlandino já se apresentou à Polícia Civil e confessou que foi o autor do disparo que acabou tirando a vida do adolescente, então que ele responda pelos atos sem que isso sirva como justificativa para invadir a propriedade dele”, analisa.
Zé Teixeira também repudia a iniciativa da ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que se deslocou de Brasília até Campo Grande para cobrar do governador André Puccinelli proteção às testemunhas envolvidas na investigação da morte do adolescente em Caarapó. “Não existe necessidade de proteger testemunha porque o crime já está esclarecido, o produtor se apresentou espontaneamente e está à disposição da Justiça”, desabafa Zé Teixeira.
Ele ressalta que a lei penal deve ser a mesma para todos, mas não é o que acontece no Brasil. “Não vi a dona Maria do Rosário ou qualquer outro membro do governo federal cobrar proteção, celeridade ou punição exemplar aos índios que mataram dois policiais civis e deixaram outro gravemente ferido no Porto Cambira, em Dourados”, ressalta. O deputado repudia ainda as informações plantadas por ONGs sobre a suposta presença de “jagunços ou pistoleiros” na região. “Isso é ficção daqueles que tentam politizar esse episódio, de forma que estão querendo usar a morte trágica desse adolescente como pano de fundo para invadir uma propriedade legítima”, desabafa. “Não podemos aceitar esse tipo de manobra que afronta o direito de propriedade”, finaliza.
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