Na
próxima quarta-feira (29), a aldeia Pirajuí, que fica no município de
Paranhos, em Mato Grosso do Sul, receberá um grupo de professores e
convidados a participar da defesa de dissertação do indígena, da etnia
Guarani, Cajetano Vera. Esta será a segunda vez que uma comunidade
indígena tem oportunidade de assistir o resultado de estudo acadêmico
voltado para seus saberes tradicionais.
Cajetano formou-se em Ciências Biológicas e no
mestrado em Desenvolvimento Local da Universidade Católica Dom Bosco
(UCDB) conta com apoio do Programa de Bolsas da Fundação Ford e do
projeto Rede de Saberes, financiado pela mesma. Ele trouxe para a
universidade a questão do hábito do consumo de larvas de besouros entre
os Guarani Ñandéva, da aldeia Pirajuí. A banca examinadora conta com os
professores Drª Nádia Heusi (UFSC), Drº Eraldo Costa Neto (UEFS) e o
orientador Dr. Antonio Brand (UCDB).
O mestrando desenvolveu o estudo com foco na
segurança alimentar, nutricional e sustentabilidade social. Segundo suas
constatações, o hábito alimentar dos indígenas mudou muito com o passar
dos anos. “Em paralelo à perda de seus territórios, ocorreu o
assoreamento cultural, com mudanças nos hábitos alimentares
tradicionais”, explicou. No entanto, Cajetano traz em sua dissertação
perspectivas para que o consumo de insetos, que são ricos em proteínas,
venha a ocorrer com a mesma frequência de antes.
Em 2010, por iniciativa do Mestrado em Educação da
UCDB, houve as primeiras defesas de dissertação em comunidade indígena.
Os professores da etnia Terena, Maria de Lourdes e Celinho Belizário
encantaram ao apresentar os trabalhos, que durante dois anos, desafiaram
a eles mesmos e também aos professores do programa, por conta de sua
característica intercultural. A educação escolar e a língua materna
foram os temas, que os mestrandos apresentaram, usando a própria língua
Terena para expor suas conclusões, na aldeia Cachoeirinha, no município
de Miranda.
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