quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Superintendência da PF quer agentes nas aldeias

A Superintendência Regional da Polícia Federal em Campo Grande e a Coordenação Geral de Defesa Institucional de Brasília, determinaram que agentes da PF, de Dourados, coordenem os trabalhos de visitas itinerantes nas aldeias indígenas da Reserva de Dourados, com o apoio da Força Nacional. Os agentes da PF do município terão que realizar os trabalhos até a chegada de uma equipe de policiais federais, que serão recrutados em outros Estados. Eles novos agentes darão continuidade a Operação Tekohá, em Dourados. O Chefe da Delegacia de Dourados, delegado Chang Fan, informou que a presença dos policiais federais, lotados no município, na Operação Tekohá, só poderá ser feito em caráter temporário, para que não haja prejuízo nos demais trabalhos desenvolvidos pela Delegacia. A primeira etapa da Operação Tekohá encerrou no dia 2 de outubro desse ano.
TEKOHÁ
A Polícia Federal de Brasília, em conjunto com a Força Nacional, desencadearam em junho deste ano a Operação Tekoha (lugar físico) na Reserva Indígena de Dourados.
Durante as vistorias, a PF apreendeu drogas, arma, cigarros, bebidas, CDs, DVDs piratas, eletrônicos, veículos, cartões benefícios e várias carteiras de trabalho de indígenas que estavam sob posse dos acusados de tráfico.
ESQUEMA
Conforme vem denunciando o site Douradosagora, ao todo a Reserva indígena conta atualmente com 40 pontos de venda de drogas. A droga chega através da entrega dos revendedores ou da busca via bicicleta que indígenas fazem. Um grupo chegaria de Ponta Porã e em determinado ponto da BR ou de estradas vicinais entrega a droga para outro grupo. O crack ou a cocaína pura chegam na reserva em pequenas quantidades. São distribuídas e vendidas aos usuários.
O dinheiro fácil, com venda rentável e sem fiscalização, virou uma forma de “fazer a vida” na aldeia. Segundo lideranças, até mesmo as crianças são usadas pelos traficantes. “Elas pegam a droga em pontos escondidos na reserva com sinalização em fita vermelha e já sabem para quem entregar”, comentou uma liderança, observando que alguns dos traficantes nem índios seriam, e sim refugiados vindos do Paraguai, especialmente para manter o comércio. Outros, abastecem a reserva com carros adulterados e com placas frias; veículos que são objeto do crime, vendidos com a finalidade de facilitar o transporte do tráfico dentro da Reserva.
Os traficantes instalados na reserva tomam tudo o que os viciados têm. Segundolideranças indígenas, mais de 18 casas populares destinadas a famílias indígenas carentes já estariam na posse de dois principais traficantes da aldeia. “Eles expulsam o viciado da casa e alugam para outro”, explicou, observando que para manter o vício, até mesmo a cesta básica é moeda de troca por drogas. “Quando não resta mais nada para trocar os índios começam a roubar, e matar por causa da droga”, diz.

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