terça-feira, 18 de outubro de 2011

Param as obras do PAC nas aldeias

As duas obras de captação de água iniciadas no ano passado através do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) nas aldeias Jaguapurú e Bororó em Dourados estão paralisadas. O PROGRESSO e Douradosagora apuraram que há um ano os trabalhos foram suspensos por falta de pagamento, que deveria ser liberado pela presidência da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Brasília. Enquanto isso, o problema da falta d’água é constante na comunidade. Há 15 dias os indígenas, principalmente da aldeia Bororó, sofrem com o desabastecimento.
Na casa de Valdemar Vieira, da etnia Caiuá, a situação é de calamidade. Não sobrou água nem para beber. A mãe dele, a dona Ramona da Silva, de 70 anos, busca água numa pequena mina, tomada por larvas de insetos e lama. Depois de disputar espaço com os animais que também matam a sede na mina, o pouco líquido que conseguiu pegar ajuda no preparo das refeições. “Se não for assim, não almoçamos e nem jantamos”, diz a indígena.
A mesma realidade é vivido, segundo Valdemar, por outras três mil famílias residentes na aldeia Bororó. O resultado disso é um surto de diarréia que está atacando as crianças indígenas. De acordo com o indígena Denis Figueiredo, que atua em posto de saúde dentro da aldeia, é crescente o número de casos. Segundo ele, a situação é tão crítica, que as mães não conseguem ao menos preparar o soro caseiro em casa devido a falta de água. O coordenador-médico Zelik Trabjer, responsável pela saúde indígena, nega um surto de diarréia, mas admite que os casos estão aumentando, devido ao consumo impróprio de água. Segundo Zelik, o problema da diarréia e outras doenças mais graves, é comum quando há falta de água.
SESAI
O Chefe do Distrito Sanitário Especial Indígena da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) em Mato Grosso do Sul, Nelson Olazar, vai estar hoje em Dourados. O motivo da visita é verificar in loco os problemas enfrentados nas aldeias de Dourados. Segundo Olazar, a Sesai está há menos de um ano com a responsabilidade dos atendimentos as comunidades, que antes eram feitas pela Funasa.
 Questionado sobre o problema do desabastecimento, Olazar disse que na Reserva existem sete cisternas de água com capacidade para 100 metros cúbicos. “O sistema é desenvolvido para sobrar água nas aldeias. O problema é que estamos enfrentando dificuldades como o desligamento de uma ou outra para eventuais manutenções e quando o reservatório se esgota existe uma dificuldade para ele ser normalizado”, disse.
Sobre a paralisação das obras do PAC, Olazar disse que vai reunir a equipe técnica em Dourados para verificar o problema e buscar uma solução para o impasse. Ele admitiu a paralisação das obras.
ACAMPAMENTO
No acampamento indígena as margens da Perimetral Norte, dez famílias indígenas sofrem sem água. “As crianças bebem água quando bebemos, ou comem quando dá para comer. Estamos querendo a presença de agentes de saúde aqui para cuidar das nossas crianças”, destaca o líder da comunidade Chatalin Benites.
A noticia foi retirado, de Dourados agora.

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