Uma temática bastante atual que vem sendo crescente dentro da Antropologia ou da própria Etnologia Indígena é sobre: A descaracterização indígena.
A população indígena em si tem as suas próprias peculiaridades nativas, características que vem passando de geração a geração, mas algo de muito grave está ocorrendo desde o século passado, a demanda de igrejas católicas e protestantes nas aldeias vem crescendo de forma avassaladora. E a pergunta que nós fazemos é: até quando os índios irão viver numa coesão social, inibidos muitas vezes de viver suas vidas de modo natural como seus costumes lhes é propício?
De fato o crescimento dessas igrejas é um número bem significativo, mas não é só por conta desse agente que os índios estão perdendo a sua caracterização há também outros agentes, mas nesse breve artigo, vamos focar na questão do crescimento de igrejas nos aldeamentos indígenas.
Quando lemos nos livros de história, a história do "Descobrimento do Brasil", vemos qua já no século XV e XVI os povos nativos sofreram grandes pressões impostas pela coroa portuguesa (Carta a El Rei D. Manuel, Dominus : São Paulo, 1963), a Carta de Pero Vaz de Caminha, explicita com propriedade essa afirmativa, assim como o relato dos cronistas (navegadores, missionários, diplomatas, etc) mesmo que alguns relatos sejam romantizados conhecemos bem a nossa história!De fato o crescimento dessas igrejas é um número bem significativo, mas não é só por conta desse agente que os índios estão perdendo a sua caracterização há também outros agentes, mas nesse breve artigo, vamos focar na questão do crescimento de igrejas nos aldeamentos indígenas.
Falando especificamente das comunidades indígenas de Alagoas, vemos que essa problemática da descaracterização indígena vem sendo crescente no âmbito de nossas pesquisas. O índice de igrejas protestantes, neopentencostais em sua maioria, tem trazido alguns transtornos dentro das aldeias. Muitos índios sentem-se atraídos pelas oratórias dos representantes evangélicos, principalmente através do discusso da TEORIA DA PROSPERIDADE, até mesmo porque a maioria das aldeias localizadas em Alagoas sofre por conta de seu modo de subsistência que em sua maioria é caótico, dependendo primordialmente da agricultura, caça e pesca.
A FUNAI (Fundação Nacional do Índio) - é um órgão responsável pela promoção de educação básica dos índios e por estimular o desenvolvimento de estudos sobre os grupos indígenas. A fundação tem ainda a responsabilidade de defender as comunidades indígenas e de despertar o interesse da sociedade nacional à cerca de suas causas e tais incubências vem desde a constituição de 1988. De todo modo nem sempre essas incubências são realizadas pela FUNAI. Nos aldeamentos em Alagoas podemos visualizar algumas problemáticas, tais como: ações predatórias de garimpeiros, posseiros, madeireiros etc. E por que não falar sobre a penetração, em sua maioria irregular, das igrejas protestantes e católicas?
O crescimento de tais igrejas tem trazido pontos negativos, sobretudo não podemos negar alguns feitos positivos, trabalhos beneficentes fazendo com que supra as necessidades básicas das comunidades. Por outro lado, quando entramos em contato com os índios podemos constatar que por trás dos trabalhos beneficentes há um interesse maior que por vezes se resume na conversão dos índios ao cristianismo (falando de uma forma mais abrangente).
Segundo dados atuais da FUNAI, os índios sobrevivem do ponto de vista das tradições culturais, os quais demonstram que a população indígena vem aumentando rapidamente nas últimas décadas. Hoje, as 215 diferentes sociedades somam cerca de 358 mil pessoas. Os índios vivem nos mais diversos pontos do território brasileiro e representam, em termos demográficos, um pequeno percentual da população de 150 milhões de habitantes do Brasil. Todavia são um exemplo concreto e significativo da grande diversidade cultural existente no País.
E a pergunta que fazemos é: até que ponto essa diversidade cultural irá subsistir a tantos bombardeios sociais?
É de extrema importância a preservação da cultura das comunidades indígenas e o seu reconhecimento como tal, não apenas no papel, mas no exercício prático e efetivo.
Jessica Daniele dos Santos Pereira
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