segunda-feira, 23 de abril de 2012

No Dia do Índio, senadores pedem presidente indígena para a Funai

Wellington Dias (PT-PI) e Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) defenderam em Plenário a indicação de um indígena para a presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Além deles, João Capiberibe (PSB-AP) e Anibal Diniz (PT-AC) também lembraram em seus pronunciamentos a passagem do Dia do Índio, comemorado em 19 de abril.
Hoje temos mais de três mil índios graduados; temos cerca de 800 índios com pós-graduação. Por que não ter alguém legitimado para lidar com esse tema? — ­questionou Wellington.
Para ele, é inaceitável que a Funai nunca tenha tido um índio entre as 32 pessoas que já a presidiram. Salientando sua origem indígena — descendente da nação Jê
o senador cobrou a integração desses povos às políticas públicas do país. Ele disse que os índios não querem ser peças de museu.
Mozarildo pediu que a Funai tenha uma atuação mais voltada à assistência aos povos e menos à demarcação de terras. Segundo ele, a “política equivocada” do órgão demarcou mais de 14% do território nacional para que sejam ocupados por 813 mil índios, ou 0,3% da população.
Em Roraima, 57% do território, segundo o senador, está demarcado como terra indígena, enquanto os índios representam 11% da população. Enquanto isso, enfatizou, os índios vivem marginalizados, sem assistência de saúde e sem educação adequada.
João Capiberibe apontou, no entanto, que a redução da mortalidade infantil, a erradicação de doenças e a adoção de políticas públicas de valorização impulsionaram o avanço demográfico entre indígenas, a partir da segunda metade do século 20.
O senador citou dados do IBGE pelos quais a população indígena brasileira cresceu cinco vezes e meia entre 1955 e 2010. Em 2010, havia 817 mil índios no país, distribuídos por 220 etnias que falam 180 idiomas e ocupam 688 reservas.
Por sua vez, Anibal Diniz chamou a atenção para o alerta feito pela Funai sobre o risco de genocídio de populações nativas isoladas no Acre.
Ele citou reportagem do UOL que apresenta o avanço da exploração econômica na fronteira entre o Brasil e o Peru como uma ameaça à sobrevivência das tribos da região.(Jornal do Senado)
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