Wellington Dias (PT-PI) e Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) defenderam em
Plenário a indicação de um indígena para a presidência da Fundação
Nacional do Índio (Funai).
Além deles, João Capiberibe (PSB-AP) e Anibal Diniz (PT-AC) também
lembraram em seus pronunciamentos a passagem do Dia do Índio, comemorado
em 19 de abril.
Hoje temos mais de três mil índios graduados; temos cerca de 800
índios com pós-graduação. Por que não ter alguém legitimado para lidar
com esse tema? — questionou Wellington.
Para ele, é inaceitável que a Funai nunca tenha tido um índio entre
as 32 pessoas que já a presidiram. Salientando sua origem indígena —
descendente da nação Jê
o senador cobrou a integração desses povos às políticas públicas do país. Ele disse que os índios não querem ser peças de museu.
Mozarildo pediu que a Funai tenha uma atuação mais voltada à
assistência aos povos e menos à demarcação de terras. Segundo ele, a
“política equivocada” do órgão demarcou mais de 14% do território
nacional para que sejam ocupados por 813 mil índios, ou 0,3% da
população.
Em Roraima, 57% do território, segundo o senador, está demarcado como
terra indígena, enquanto os índios representam 11% da população.
Enquanto isso, enfatizou, os índios vivem marginalizados, sem
assistência de saúde e sem educação adequada.
João Capiberibe apontou, no entanto, que a redução da mortalidade
infantil, a erradicação de doenças e a adoção de políticas públicas de
valorização impulsionaram o avanço demográfico entre indígenas, a partir
da segunda metade do século 20.
O senador citou dados do IBGE pelos quais a população indígena
brasileira cresceu cinco vezes e meia entre 1955 e 2010. Em 2010, havia
817 mil índios no país, distribuídos por 220 etnias que falam 180
idiomas e ocupam 688 reservas.
Por sua vez, Anibal Diniz chamou a atenção para o alerta feito pela
Funai sobre o risco de genocídio de populações nativas isoladas no Acre.
Ele citou reportagem do UOL que apresenta o avanço da exploração
econômica na fronteira entre o Brasil e o Peru como uma ameaça à
sobrevivência das tribos da região.(Jornal do Senado)
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