segunda-feira, 10 de março de 2008

RAMÃO MACHADO

O caso do indígena Ramão Machado chocou todo mundo, o indígena era uma liderança, e foi capitão da aldeia e foi morto na cidade de Naviraí por policiais, e hoje a família clama por justiça. Segundo o major José Maidana, vários disparos foram efetuados e agora as armas estão sendo periciadas para saber quem atirou contra Machado. Ontem foi apresentado na delegacia de Polícia Civil o policial Timóteo Moreira dos Santos como o autor dos disparos. O caso está sob investigação e Timóteo depois de ouvido foi liberado para responder ao inquérito em liberdade. Segundo o major José Maidana, vários disparos foram efetuados e agora as armas estão sendo periciadas para saber quem atirou contra Machado.
O filho de Ramão Machado disse que a comunidade indígena confia nas autoridades e espera por justiça, porém "a comunidade vai atrás, para não deixar que prevaleça a impunidade".
A PM está com medo de represália indígena, o advogado da família da vítima pede que o soldado Timóteo seja apresentado à sociedade e afastado de suas obrigação.
A Polícia Militar de Naviraí está em uma situação delicada no caso Ramão Machado. Que a cada dia fica mais tensa no município. Tanto é que policiais militares que estariam de plantão no dia e que estão sendo ouvidos, não escondem que estão com medo. Segundo o Portal MS, eles estão temendo uma represália por parte dos indígenas que se encontram na cidade acompanhando passo a passo os fatos desde a madrugada de domingo, dia 2, quando o líder indígena foi morto por dois tiros disparados pelo policial Timóteo dos Santos, que é apontado por testemunhas como o autor da morte de Ramão.
A soldado da PM de Naviraí, Ivânia, disse por telefone à reportagem do Portal MS, que os policiais temem por suas vidas e seus familiares. "Eles têm famílias, tem filhos. Eles estão com medo", disse o soldado.E o jogo de empurra-empurra, ao que tudo indica, só irá terminar após o laudo técnico. O major José Maidana, que responde pelo Comando do 12º Batalhão de Naviraí, através de nota oficial, ressaltou "que havia quatro policiais na guarnição e que foram efetuados outros disparos, que podem ter atingido Ramão. As armas utilizadas durante a ocorrência estão sendo periciadas para levantamento exato dos fatos, não sendo possível, até então, afirmar com certeza, a verdadeira autoria dos disparos que causaram a morte do indígena," destaca a nota.
Outros três indígenas foram baleados na ação da PM: Alexandre Ferreira, 19 anos, Ronildo Gonçalves, 21 anos e um adolescente de 16 anos. Apenas Ronildo permanece internado na Santa Casa de Naviraí.
Defesa
O presidente do Comitê de Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Mato Grosso do Sul, Wilson Matos, disse que tecnicamente os fatos da morte do líder indígena Ramão Machado estão evidenciando que houve uma execução e não um ato em legítima defesa do policial militar Timóteo dos Santos.
Wilson achou estranho o fato de haver 11 policiais (sendo sete em serviço – com arma e mais quatro como testemunhas) e eles não terem conseguido conter um senhor de 62 anos, desarmado.
O advogado perguntou – "Será que não daria para conter o Ramão apenas com uma algema, já que ele era um agressor, ou que na pior das hipóteses, com um tiro contra uma perna?".
Wilson acredita que houve excesso policial e afirmou que está pedindo uma reconstituição dos fatos. "Os policiais são preparados para defender a sociedade, não para matar os membros dela. E da PM, uma instituição centenária, de nome e relevantes serviços prestados para a população, e o que se pode esperar dela é que entregue este policial (se referindo a Timóteo dos Santos) para a Justiça, além de afastá-lo definitivamente de suas funções"

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