quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Parteiras tradicionais compartilham experiências em seminário


Parteiras tradicionais indígenas e não indígenas do Tocantins compartilharam experiências nesta última segunda-feira, 1º de setembro, no auditório do Palácio Araguaia, no “Seminário de Parteiras Tradicionais do Tocantins: avanços e desafios”. O evento teve a presença de gestores, acadêmicos, profissionais da área de saúde e a participação das parteiras da etnia Pankararu do Estado do Pernambuco, parteiras indígenas do Tocantins das etnias Apinajé, Xerente e Krahô, além das parteiras não indígenas dos municípios de Barra do Ouro, Campos Lindos e Santa Tereza do Tocantins.
Além da socialização das experiências das parteiras, o seminário teve o objetivo de divulgar a situação do parto domiciliar no Tocantins e divulgar resultado de pesquisa sobre o tema. A média de partos domiciliares no Estado é de 250 partos/ano, um número subnotificado. A expectativa da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) é que este número seja bem maior, visto que a maior parte dos municípios tocantinenses não possui uma estrutura hospitalar para a realização de partos. 

Durante o evento a coordenadora do Grupo Curumim e parceira do projeto, Paula Viana, ressaltou a importância do trabalho junto às parteiras. “O mais importante que as técnicas da Secretaria de Estado da Saúde tem feito é o trabalho com gestores, orientando que as parteiras existem e devem ser incorporadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). Isso é o diferencial daqui do Tocantins, há esse investimento na parteira. Mas elas têm suas práticas, seus saberes. As parteiras se utilizam de práticas que são recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS)”, disse. O Grupo Curumim atua com parteiras tradicionais em diversas regiões do Brasil, sendo uma referência no trabalho junto a este grupo de mulheres. 

Segundo a parteira de Campos Lindos Maria Neusa Moraes, o evento foi muito importante para todas parteiras, é uma troca de conhecimento para aprimorar o seu dom. “O trabalho de parteira é um dom que tenho que agradecer a Deus e a minha mãe que me ensinou. Faço pela consideração e pelo amor. E com livro e os materiais que recebi aprendi muitas coisas que não sabia”, disse. 

O evento foi realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), por meio da Área Técnica de Saúde da Mulher e da Criança, em parceria com o Ministério da Saúde (MS), Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), Universidade Federal do Tocantins (UFT) e Grupo Curumim. Ao final do evento o Secretário Executivo da Sesau, José Gastão Neder, entregou para as parteiras certificados de menções honrosas pelo trabalho desenvolvido no Estado e também para a coordenadora do Grupo Curumim e parceira do projeto, Paula Viana. (Ascom Sesau)

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