Último levantamento do programa DST/Aids esta semana, mostra que Dourados tem 26 casos confirmados de Aids nas aldeias. A doença atinge homens e mulheres adultos e idosos, além de gestantes. Para a coordenadora do programa, Berenice Souza, os principais desafios para conter a doença vem sendo a resistência ao uso de preservativos, por parte da comunidade, além das barreiras de comunicação causadas pelo idioma e tradição, que ainda resiste ao tratamento médico em algumas situações. Segundo ela, não há casos de óbitos entre pacientes com a doença.
De acordo com o médico coordenador técnico de equipes multidisciplinares da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), Zelik Trajber, a proximidade das aldeias com a cidade, a exemplo dos trabalhadores em usinas, além da promiscuidade e drogas, vem sendo fatores facilitadores da doença. A demora por auxílio médico é entrave. “Em alguns casos, a paciente só descobre a Aids porque teve que passar pelo pré-natal, em que são feitos vários exames”, disse, observando que na maioria dos casos, os pacientes têm vida itinerante. A situação, segundo ele, é tranquila nas aldeias. “Temos poucos casos; alguns esporádicos que acabaram contraindo a doença devido ao modo de vida fora das aldeias”.
Para Zelik, assim como nas comunidades não-indígenas, a falta de conscientização estimula o surgimento da doença nas aldeias. Apesar disso, segundo ele, a resistência ao tratamento médico vem diminuindo. Há pouco tempo, segundo o médico, o costume de se levar o paciente apenas para os caciques rezadores era predominante. “Antes, era uma luta convencer o paciente a tomar uma vacina para prevenção ou tratamento de doenças. Hoje há maior facilidade nestes trabalhos”, disse.
CAMPANHA
Em parceria com a Funasa, o programa DST/Aids realiza a partir de março a campanha “Fique Sabendo”, com palestras, coletas de sangue e conscientização sobre as doenças sexualmente transmissíveis na aldeia Bororó.
De acordo com a coordenadora Berenice, a ação tem o objetivo de tirar as dúvidas dos indígenas com relação às doenças, promovendo um trabalho de conscientização e orientando sobre os meios de prevenção.
Ela destaca a importância dessa parceria com o município, lembrando que muitos indígenas adquirem as doenças por falta de informação. “Serão feitas testagens, coleta de sangue, diagnósticos e tratamento”, frisa a profissional. Além das orientações através das palestras, serão distribuídos panfletos e preservativos
Um comentário:
Me encontro nesse exato momento impressionada e maravilhada com a ousadia de vocês jovens indigenas prodigios.Me chamo Quelle Carina sou academica de psicologia da UFMS e faço parte de vários grupos de estudos voltados para o povo indigena e estou sem palavras. Parabéns pela coragem,pela vontade de fazer ouvir o voz do seu povo.
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