segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Posseiros retirados de área indígena no Mato Grosso estão na miséria


Por iniciativa dos deputados federais Nilson Leitão (PSDB-MT) e Reinaldo Azambuja (PSDB-MS) foi realizada na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados audiência pública que discutiu as consequências da retirada de posseiros da área indígena Marãiwatsédé e a atual situação dos moradores do Posto da Mata, no nordeste mato-grossense.

O evento, segundo os parlamentares, é de suma importância, pois esta área “era a mais produtiva da região do Alto Boa Vista. Segundo a associação de produtores, destas terras saiam 73% da produção agrícola do município. Além de não produzir mais, boa parte dos agricultores e pecuaristas está endividada e sem condições de cobrir seus compromissos”, afirmaram em nota. Por este motivo, segue a nota, “faz-se necessário um maior debate sobre o tema em questão”.

Entendendo o caso – A reserva Marãiwatsédé foi homologada através de decreto presidencial em 1998 sem o devido debate com a sociedade diretamente envolvida e, por este motivo, muitos produtores de soja e arroz permaneceram dentro da gleba que fazia parte da nova reserva. Tudo piorou, segundo os deputados, quando há um ano o Ministério da Justiça obrigou a saída imediata dos colonos de suas casas e áreas cultivadas na gleba Suiá-Missú.

Em seu pronunciamento, Leitão destacou que, “recentemente a Secretaria de Direitos Humanos admitiu que a desocupação não foi feita da melhor forma e que houve violação dos direitos humanos” e disse ainda que, segundo a própria Secretaria “o caso Suiá-Missù deve servir de exemplo para que não ocorra em outros processos de demarcação de terras indígenas”.

Miséria - “Muitas famílias estão passando sérias necessidades, em estado de miséria, principalmente as que estão instaladas no projeto Casulo do governo federal. O local não possui infraestrutura e as famílias vivem em barracos de lona preta”, reforçou Azambuja, complementando: “Esse projeto é precário, mais conhecido como vila da miséria, um loteamento de diversas famílias que estão passando fome. Não tem como levar água, nem médico para o local por conta da localização geográfica”.

Em nota à imprensa, os deputados disseram acreditar firmemente “que a audiência contribuiu para o atendimento dos propósitos da sociedade brasileira, no sentido de buscar solução para o conflito permanente, ressaltando o estado de abandono e total descaso com os brasileiros que foram retirados de suas áreas de moradia e subsistência”.

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