segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

12ª edição dos Jogos dos Povos Indígenas

Cuiabá será sede da 12ª edição dos Jogos dos Povos Indígenas. Esse evento faz parte das Olimpíadas Indígenas que ocorrerão esse ano no período de agosto e setembro, durante dez dias. O idealizador do evento é o Comitê Intertribal – Memória e Ciência Indígena que contará com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) como principal organizadora local, apoiada pelo Ministério dos Esportes, Governo do Estado e a Prefeitura Municipal de Cuiabá. Esta será a primeira vez em que uma universidade atua diretamente na organização dos jogos.
Os jogos têm como finalidade “promover o resgate da tradição desportiva, a identidade cultural e o congraçamento dos povos de distintas etnias”, segundo documento oficial do evento. Dessa forma, são mantidas e fomentadas as práticas desportivas de criação nacional. É importante destacar, como nos fala Marcos Terena, diretor do Comitê Intertribal, que o “Jogos dos Povos não é um ‘campeonato de índios’, mas um resgate de tradições”.
A UFMT terá papel essencial na inclusão de toda a comunidade científica e acadêmica. Com essa participação teremos diversas áreas do conhecimento envolvidas na concepção dos jogos, ressalta o vice-reitor da UFMT, João Carlos de Souza. Esse contato direto buscará mostrar o valor dos povos indígenas brasileiros e debater o perfil do índio do século 21.
Para a realização do evento será construído um ambiente indígena no Jardim Botânico para, aproximadamente, 40 etnias, com as mesmas características e formações dos ambientes que residem. São esperados cerca de 1600 indígenas brasileiros. Além dessas etnias, serão convidados dois representantes de 16 países diferentes.
Como uma forma de inovar, a edição deste ano terá, além das amostras culturais, um espaço para exposição da literatura indígena e um Fórum Social Indígena com o objetivo de discutir as mudanças climáticas e o desenvolvimento sustentável. Essa edição também será a primeira a convidar indígenas de outros países com o objetivo de executar os primeiros Jogos Mundiais Indígenas. Outra novidade é a montagem de uma “Oca Digital” que transmitirá os jogos ao vivo para todos os países que tiverem representantes.
O evento tem um maior destaque ao ser realizado em Mato Grosso, pois é o segundo Estado do país que tem maior concentração de índios de diversas etnias e com linguagens divergentes, tornando um desafio o convívio em um mesmo espaço, destacam os organizadores.
Em reunião realizada essa semana na Universidade Federal de Mato Grosso esteve presente um grupo de trabalho responsável pela elaboração do projeto referente às responsabilidades da UFMT. A mesma contou com a presença do diretor do Comitê Intertribal - Memoria e Ciência Indígena, Marcos Terena, que compartilhou suas experiências nos últimos 11 anos de jogos, destacando pontos positivos e negativos para um aperfeiçoamento na edição deste ano. Para Marcos, há um ponto crucial, que não podemos esquecer ao realizar esses jogos: ter o cuidado de alcançar uma articulação do que é desenvolvimento sustentável e quem é o índio do século 21.
O lançamento oficial das Olimpíadas será no dia 19 de abril (Dia do Índio). Para as olimpíadas são esperados não só os atletas e líderes indígenas, mas também suas famílias.

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