A
Fundação Nacional do Índio (Funai) vai ajudar a Câmara a promover uma
consulta aos povos indígenas brasileiros sobre a mineração em suas
terras. O relator da proposta (PL 1610/96) que trata do tema, deputado Édio Lopes (PMDB-RR), explicou que o Brasil é signatário da Convenção 169
da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que obriga a consulta
quando o Legislativo estiver produzindo leis que digam respeito às
populações indígenas.
“Não
nos resta dúvidas de que o trabalho legislativo terá de ser precedido
de uma consulta às populações nativas, sob pena de qualquer legislação
que aprovemos aqui cair no primeiro tribunal”, disse a presidente da
Funai, nesta terça-feira, durante audiência da Comissão Especial sobre
Exploração de Recursos em Terras Indígenas.
Na
semana passada, o relator se reuniu com o Ministério da Justiça e a
Funai, e hoje a presidente da instituição, Marta Maria do Amaral
Azevedo, trouxe uma proposta para que as reuniões ocorram em todo o País
entre fevereiro e junho de 2013. As datas e locais ainda serão
negociados, mas a Funai espera utilizar as sedes de coordenações
regionais espalhadas pelas áreas onde estão distribuídas as populações
indígenas brasileiras.
Logística da Funai
“Pensamos as reuniões para que sejam o mais rápido possível, usando a logística que a Funai já tem preparada para isso”, disse Marta. Segundo ela, é preciso reunir representantes dos povos indígenas, mas também buscar metodologias para tradução e explicação da questão. Tanto o que é a mineração como o que ocorre em outros países deve ser explicado, além dos pontos da proposta que está sendo discutida na Câmara.
“Pensamos as reuniões para que sejam o mais rápido possível, usando a logística que a Funai já tem preparada para isso”, disse Marta. Segundo ela, é preciso reunir representantes dos povos indígenas, mas também buscar metodologias para tradução e explicação da questão. Tanto o que é a mineração como o que ocorre em outros países deve ser explicado, além dos pontos da proposta que está sendo discutida na Câmara.
O
deputado Édio Lopes lembrou que, pela Convenção, é papel do Executivo
organizar esse tipo de consulta, e a comissão vai participar para
fornecer informações e debater com as lideranças indígenas. “Precisamos
encontrar uma forma legal para participarmos oficialmente, mas não resta
dúvida de que é papel da Funai organizar os encontros”, disse.
Demarcação de terras
Na reunião com os integrantes da Comissão Especial sobre Exploração de Recursos em Terras Indígenas, os deputados aproveitaram para questionar a presidente da Funai sobre processos em andamento para demarcação de terras indígenas.
Os
deputados Paulo César Quartiero (DEM-RR) e Asdrúbal Bentes (PMDB-PA)
criticaram a política de demarcações do órgão. Quartiero chegou a dizer
que os índios da Terra Indígena Raposa Serra-do-Sol, caso emblemático
porque o processo de demarcação chegou a ser questionado no Supremo
Tribunal Federal, foram deixados à mingua após a repercussão do caso na
mídia.Na reunião com os integrantes da Comissão Especial sobre Exploração de Recursos em Terras Indígenas, os deputados aproveitaram para questionar a presidente da Funai sobre processos em andamento para demarcação de terras indígenas.
Desocupação
O deputado Nilson Leitão (PSDB-MT) também questionou a presidente sobre a demarcação de uma reserva na área da fazenda Suiá-Missú, localizada na região do Alto Boa Vista, em Mato Grosso. Ele pediu providências, porque uma liminar obriga a desocupação no início de dezembro, e pode haver conflitos na região.
O deputado Nilson Leitão (PSDB-MT) também questionou a presidente sobre a demarcação de uma reserva na área da fazenda Suiá-Missú, localizada na região do Alto Boa Vista, em Mato Grosso. Ele pediu providências, porque uma liminar obriga a desocupação no início de dezembro, e pode haver conflitos na região.
A
presidente da Funai disse aos deputados que as demarcações estão sendo
estudadas pelo Ministério da Justiça, e o ministro já esteve na Câmara
para explicar o que está sendo feito. Marta disse que está a par da
situação no Mato Grosso e vai dar atenção ao problema, que está sendo
resolvido por vários órgãos do governo federal.
O
presidente da comissão, deputado Padre Ton (PT-RO), marcou para a
próxima terça-feira uma decisão sobre o calendário das reuniões com os
representantes indígenas.
FONTE : ‘Agência Câmara Notícias‘
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