A edição 9 do Jornal AJIndo, publicada na semana passada, inspirou um jornal douradense. A matéria que serviu de inspiração foi esta:
PARE! CUIDADO COM ELAS...
Como na aldeia não há regras, os motociclistas aproveitam e
fazem até rachas nas estradas e nas rodovias
Na Reserva Indígena de Dourados o aumento da frota de motos tem sido, a cada ano que passa, mais alarmante, com isso suas conseqüências. “Hoje existem aproximadamente três mil motos circulando no interior da Reserva de Dourados”, calcula um morador da aldeia Jaguapiru.
Um dos principais capitais financeiros que dão possibilidades para as pessoas comprarem motos são empregos formais como professores, concursados, agentes de saúde e também os informais, como empregos nas usinas, que também têm crescido. “O acerto nas usinas os faz comprar moto com mais facilidade porque conseguem receber um bom dinheiro”, confirma Nilson Morales, 26 anos, morador da aldeia Jaguapiru.
Como na Reserva não há leis contra os veículos automotores como as motos, eles aproveitam disso e fazem “rachas”nas estradas e até na rodovia que liga Dourados a Itaporã. Na maioria das vezes as pessoas não usam capacete e nem portam carteira de habilitação por que não a possuem. “Eu já tirei racha de moto na aldeia é gostoso, porque a gente corre bastante, e eu não tenho medo de cair”, conta um adolescente de 16 anos que mora na Reserva de Dourados.
Existe uma outra questão que não é boa para a aldeia. São os carros e motos que entram sem documentação nenhuma, que podem ser veículos roubados. “Como não há policiamento na Reserva, estão entrando muitos carros e motos roubados, coisa que não deveria acontecer porque isso suja a imagem da aldeia”, defende Kenedy de Souza, 25 anos, da Jaguapiru. Além disso, argumenta que deveria ter regras na aldeia, com direitos e deveres, pois sem elas não adianta.
Na aldeia até crianças dirigem motos sem problemas, muitas vezes as motos de seus pais que as usam para trabalhar, ou seja, por sua necessidade própria. “Na minha opinião os pais deveriam aconselhar seus filhos a não andarem de moto porque se acontecer um acidente os culpados serão eles mesmos”, alerta um jovem da Jaguapiru, de 24 anos.
À noite na reserva, principalmente aos sábados, muitos jovens saem para se divertir correndo de moto porque para eles não importa se a moto está “enrolada” (sem documento), atrasada, se tem habilitação ou não; importante para eles é zoar pela noite toda.
De vez em quando, acontecem acidentes na aldeia. “Eu já sofri acidente de moto, nada muito grave apenas estragos nas motos. E quem foi culpado do acidente fomos nós dois, batemos de frente um com outro”, relata Nilson Morales, 26 anos. Ele argumenta que deveria ter sinalização para que não aconteçam acidentes como o dele.
No dia 25 de maio de 2008, houve um acidente com uma moto e um carro na Aldeia Jaguapiru. Felizmente não aconteceu nada de grave entre os motoristas, apenas estragos nos seus veículos. “Isso acontece por abusar da velocidade”, aponta um universitário indígena de 24 anos.
Estão sendo feitas algumas ações importantes, como a das pessoas que dirigem carroças, que agora devem ter carteira de habilitação. “Deveriam acontecer palestras tipo prevenção educacional de trânsito na aldeia, isso ajudaria as pessoas a se conscientizar do perigo de dirigir motos”, sugere Juscilene Carmo Vogado, 26 anos, moradora da Aldeia Jaguapiru. Segundo Juscilene, caberia às lideranças da aldeia e à policia se mobilizarem e fazerem vistorias a esses tipos de irregularidade que acontecem.
O Jornal Ajindo entrevistou um policial militar de Dourados. De acordo com ele, a PM só poderia atuar na Reserva com a autorização das lideranças. Isso foi firmado em um documento assinado pela Funai e pela Policia Militar.
Emerson
Um comentário:
Maiteipa
Gostei muy de su materia, uma iniciativa social muy buena
Continue assim.
JAJOECHA PEVE.
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