terça-feira, 10 de novembro de 2009

Perícia aguarda carteiras da Funai de índios para confrontar com digitais de corpo

Peritos do Instituto de Criminalística de Campo Grande aguardam a chegada das carteiras indígenas da Funai (Fundação Nacional do Índio) dos professores Genivaldo Verá e Rolindo Verá, desaparecidos desde o dia 2 de novembro em Paranhos. Já foram coletadas as digitais de um corpo encontrado no sábado (7) no córrego Ypoi. Há suspeita de que o corpo seja de um dos desaparecidos.

O fato é que o banco de dados de Mato Grosso do Sul, que reúne todos os dados de quem tem carteira de identidade local, não tem as impressões digitais de Genivaldo e Rolindo Verá. Mas, os indígenas têm a carteira da Funai e nela, há a impressão digital.

A Funai encaminha as documentações e os peritos esperam a chegada das carteirinhas com as impressões digitais para poderem dizer ou não se o corpo que está em Campo Grande e foi trazido de Paranhos é do professor Genivaldo ou de Rolindo. Uma outra questão diz respeito a localidade. Paranhos faz fronteira com o Paraguai e no caso do corpo não ser indígena pode ser de algum cidadão do País vizinho.

Genivaldo e Rolindo têm respectivamente, 21 e 28 anos.

Segundo informações apuradas pelo Midiamax junto ao governo estadual, o corpo passou por necropsia e não foram constatadas perfurações por tiro ou faca nem tampouco os ossos foram quebrados. A causa da morte não pôde ser elucidada pelo avançado estágio de putrefação.

A PF (Polícia Federal) acompanha o caso.

Exigência

O corpo do homem achado ontem à tarde no córrego Ypoi, em Paranhos, foi trazido para o IML (Instituto Médico Legal) de Campo Grande por determinação do secretário Jacini Wantuir (segurança pública), segundo fontes do governo estadual.

A Polícia Civil de Paranhos entregou o corpo no IML ontem por volta das 7 horas.

O local do confronto entre índios e seguranças foi na fazenda São Luiz, por onde cruza o rio. Os professores índios Genivaldo e Rolindo Verá sumiram e até agora não foram localizados.

A vinda do corpo para cá teria ocorrido porque o IML de Ponta Porã não possui equipamento raio-x e também por conta da pressão do Ministério da Justiça. Campo Grande teria mais estrutura para a necropsia e o ministro da Justiça, Tarso Genro teria exigido empenho do governo e da PF (Polícia Federal) para elucidação do caso na região Sul, conhecida internacionalmente por ser foco de violência contra os povos indígenas da etnia guarani. Estudos antropológicos têm sido barrados pelos produtores rurais na Justiça que determinou a continuidade das análises fundiárias.

Por determinação do MPF (Ministério Público Federal), homens do Exército, Polícia Federal, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, criaram uma força-tarefa para localizar os índios, que são professores das aldeias.

Os desaparecidos e outros 16 índios, segundo lideranças indígenas locais, tentaram ocupar a fazenda no final da semana passada, mas eles foram expulsos a força da propriedade.


O grupo se dispersou na mata e muitos deles retornaram às aldeias com hematomas no corpo que, segundo eles, teriam sido provocados por balas de borracha. Donos da propriedade disseram que o local é arrendado e que desconheciam que lá havia seguranças contratados.

Os índios tentam por pressão acelerar os estudos antropológicos, que deverão apontar quais áreas são indígenas e quais não são. Os produtores rurais da Região Sul brigam na Justiça para barrar o estudo.

Original em: http://www.midiamax.com

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