segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Universitários indígenas




Há nove anos surgiu a AJI-Ação dos jovens indígenas de Dourados. Uma organização não governamental que trabalha na formação politica e social dos jovens indígenas Terena/Kaiowa e Guarani. Por essa ONG já se passaram muitos jovens, a AJI já formou uma equipe que trabalha agora nas aldeias Jaguapiru e Bororó.

Nestes anos todos esses jovens vem lutando para ter voz na sociedade, enfrentando muitos preconceitos pela própria comunidade indígena adulta, mas isso não impede que os jovens sigam em frente e nestes anos, muitos talentos foram descobertos e a cada dia que passa os jovens se tornam mais maduros e responsáveis. Como diz o ditado tudo o que se planta se colhe e hoje os jovens trabalham com documentário produzindo mensalmente um jornal de 12 paginas, já realizaram o documentário Saúde Terra, Que País é este e já lançaram em 2007 o livro de fotografias da aldeia NOSSOS OLHARES, os jovens atualizam diariamente um Blog/fotolog e muito mais.

Hoje estes jovens da AJI estão trabalhando em mais um documentário, a equipe mais conhecida como colegiado trabalham no video cada um na sua função. É uma grande experiencia para a equipe, a cada entrevista que realizam uma nova descoberta. Para um universitário indígena não é nada facil se manter na universidade, pois há muitos problemas financeiros. Muitos deles passam anos longe de suas familias mas dizem que o sacrifício vale a pena. Hoje os universitários indígenas já estão acostumados com o preconceito que os brancos tem em relação aos indígenas, um dos problemas que enfrentam no mercado de trabalho ao concluírem a faculdade. Já no caso dos universitários que desistiram a maioria aponta as condições financeiras como o maior culpado pelas suas desistências.

A equipe caminha pela aldeia e em conversa com a comunidade descobriram que a realidade está a ponto de mudar, os pais e avós desejam um futuro que não tiveram para os seus filhos e netos, eles dizem que quando eram crianças tudo era muito mais difícil o que levou a maioria deles a não concluírem os seus estudos e hoje sofrem as consequências, uma dura realidade que hoje está mudando, hoje a maioria deles mantem os seus filhos nas escolas pois querem que eles sejam alguém no futuro, querem ver seus filhos formados e com o trabalho garantido, o que mais desejam é que seus filhos trabalhem na aréa da educação e na saúde.

Mas nem tudo é como parece, a equipe esteve frente a frente com o adolescente que não pensa em estudar ele tem apenas quinze anos e diz que quer ser um presidiário. Em meio a tanta entrevista perceberam que o esforço dos universitários é imenso, e a maioria com seus estudos pretendem transformar a realidade de suas aldeias. Este video com certeza fará muito sucesso, e irá mostrar entrevistas exclusivas com os universitários indígenas local e aqueles que vieram de outras cidades para estudar nas universidades de Dourados. Desde já a equipe agradece as universidades UEMS, UFGD E UNIGRAN por conceder o espaço para as filmagens. O video está a caminho, com certeza vai ser um belo documentário.

Acompanhe agora os depoimentos da equipe de filmagem:

Diretor: Alejandro Ferrari


Jornal AJIndo:

Alejandro Ferrari:


O trabalho está sendo muito corrido, com certeza. Acho que a gente ficou fazendo, ao mesmo tempo, filmagens, pesquisa, roteiro, começo da edição e ... por isso estamos trabalhando muitas horas no dia. Estou gostando de como pouco a pouco vamos aprofundando a temática do documentário, de como pegamos depoimentos bacanas e que realmente colocam coisas novas, e assim se vai fazendo um coisa mais rica.
O video vai fazer muito sucesso. Na fala com os entrevistados, com a comunidade, a gente vai encontrando um interesse, o pessoal quer assistir. Penso que a temática do video, de os índios na universidade mostra o futuro da aldeia e dos povos indígenas, e por isso o filme vai ter sucesso, porque vai ajudar a comunidade a refletir, a mudar. Trabalhar com o colegiado é uma experiencia muito intensa. Eu gosto do trabalho e estamos indo para a frente. Como a realização do documentário também é uma pratica educativa, de aprender a fazer, as vezes pode ficar cansativo também, mas estou vendo os frutos, de que cada vez as coisas vão pra frente.
Gostaria de colocar que fazer um filme é um trabalho de muitas pessoas, de uma equipe de trabalho e dos entrevistados, de pessoal que ajuda e colabora. Não quero falar de ninguém em especial para não esquecer alguem. Mas, dou um obrigadão para todos eles.


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