Quanto aos jovens indígenas o que se tem feito, quais as opções voltadas para eles.
Quero aqui expressar como se encontra os jovens nos dias de hoje, a luta pelo dia-dia e a situação geral dos jovens da Reserva indígena de Dourados, afinal de contas temos um Brasil legal e um Brasil real.
Jovens indígenas Guarani e Aruak
A situação relacionada aos jovens da reserva indígena de Dourados merece uma atenção especial, dada a a falta de defesa dos fenômenos em que se encontram em situação de pobreza, o confinamento e a violência dentro e fora da aldeia, esses jovens se encontram em situação de risco.
Uma das dificuldades e a situação em que se encontram é em relação aos níveis baixos de educação. Hoje há um numero muito reduzido de jovens em universidades, grande partes dos jovens tem procurado tirar o seu sustento em usinas, o que os leva a deixar a escola muito cedo, e as jovens tem sido mãe, e acabam saindo da escola para dar atenção aos filhos, poucas delas acabam voltando para a escola.
Fora da reserva e muitas das vezes fora da escola jovens tem encontrado uma dificuldade como a falta de oportunidade no mercado de trabalho, a famosa discriminação, que impede muitos de conquistar o seu espaço em meio a meio a sociedade em geral.
Dentro de seus lares a situação também é critica, pois com a falta de recurso e outros fatos, sendo um deles a situação de violência, uma das causas que os leva a sair de casa, passando a fazer partes de gangues que se encontram nas estradas da aldeia.
Isso atualmente tem sido uma realidade onde os jovens hoje passam a casar mais tardes que seus pais, pois passam a formar uma geração que pelos adultos e pais é inaceitável, completamente rejeitada.
Dentro disso há um caminho direcionado em busca de um futuro melhor, incentiva os jovens a lutarem por suas vidas, incentiva os jovens a lutar pela sua aldeia, fazendo com que apareça, tenha o seu espaço e participem de um pouquinho de tudo.
Essa é a AJI – Ação de jovens indígenas de Dourados.
Somos muitos fortes e guerreiros, a ponto de colocar nossa cara a tapa e seguir lutando pelo nosso direitos e inclusão dentro da sociedade, hoje os jovens são reconhecidos, a sociedade não tem querer e sim aceitar, estamos ai, continuando nosso trabalho, hoje formados em audiovisual e muitos outros, temos uma ferramenta muito importante e poderosa em nossas mãos.
Temos o site e blog da AJI, é tudo que um jovem precisa para se expressar e mostrar ao mundo que existimos e estamos aqui na luta, Somos capazes e estamos fazendo acontecer de uma forma ou outra.
Somos uma imprensa formado por jovens, pensar que hoje temos capacidade de sentar, discutir, levantar uma pauta, produzir o roteiro de um vídeo, pegar os nosso materiais e sair em equipe para a produção de uma matéria jornalística.
Pensar que hoje durante as oficinas na aldeia, o aluno chega e te chama de professor(a).
É alegria enorme, saber que estamos fazendo acontecer.
Pensar que já sentamos, discutimos, a equipe entra em crise mas paramos para pensar, temos mais o que fazer do que brigar, e é aqui o nosso espaço, não queremos reproduzir a aldeia, pois ainda é uma dificuldade na aldeia todos se unirem por uma causa, tem mais chance de se dividir e acabar o que está se construindo, a AJI é um exemplo disso, quantas vezes tentaram acabar com a AJI, isso por que antes a AJI era barradas por algumas lideranças e comunidades nas reuniões, encontros
e outros, por outro lado, qual era a solução que poderiam apresentar aos jovens a não ser tirar o pouco que temos. A AJI tem tido muito resultados positivos, e tem vindo de dentro da aldeia. O que dava a entender é que não queriam que os jovens indígenas buscassem seus espaços e seus direitos, está certo que temos que respeitar pois são lideranças, mas, os jovens também existem e merecem ser respeitados. Havia um preconceito vindo de dentro da própria aldeia, mas somos fortes e vencemos mostrando a eles que podemos através do nosso trabalho, conquistamos o nosso espaço.
Acredito que os jovens da AJI serão uma nova geração dentro da aldeia, aquela geração que irá lutar e buscar, brigar em busca de seus direitos e necessidades, com respeito e dignidade.
Hoje, é uma honra quando sentamos em uma mesa de discussão em um festival nacional para debater os Vídeos da AJI, apresentar o nosso trabalho e falar da realidade dos jovens da Reserva indígena de Dourados.
Ou seja, estamos fazendo a diferença, e sendo positiva melhor ainda, dali algum frutos os jovens irão tirar.
Quero dizer hoje que sou uma menina feliz, pois tive essa oportunidade de aprender, lutar e fazer acontecer, com a ajuda claro de todos os meus colegas e de uma grande pessoa que me deu atenção especial, não só para mim mas para outros abriu o caminho essa pessoa, Maria de Lourdes Beldi de Alcântara.
Hoje a AJI tem um conhecimento, regional, estadual, nacional e internacional. Tendo um dos trabalhos dentre os finalistas em uma concorrência internacional.
Quero dedicar essa redação a todos os jovens indígenas em especial aos jovens da aldeia de Dourados.
Somos jovens, com muita trabalho pela frente, em busca de um futuro melhor, pelo direito de cada um, pelo respeito e reconhecimento.
Jaqueline Gonçalves
Integrante AJI
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