Invadida por indígenas de
etnia terena na segunda-feira (8), a fazenda São Pedro de Paratudal,
em Miranda (MS), faz parte da área pretendida pela Fundação Nacional do
Índio (Funai) para ampliar a aldeia Cachoeirinha de 2,6 mil para 37 mil
hectares. Depois de manterem a invasão por cerca de sete horas, os
indígenas deixaram a propriedade alegando o cumprimento do acordo feito
com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em maio de não invadir nenhuma
propriedade até o dia 5 de agosto.
Este é o prazo para de entrega do relatório final dos grupos de
trabalhos formados para avaliar a compra de terras pela União para
ampliação e criação de novas áreas indígenas em Mato Grosso do Sul, a
partir da proposição inicial de compra da fazenda Buriti, em
Sidrolândia.
De acordo Pedro Paulo Pedrossian, proprietário da São Pedro de
Paratudal, a fazenda tem título registrado desde o século XIX e foi
adquirida na década de 60. Depois desta que foi a segunda invasão em
propriedade da família, Pedrossian se mostra decepcionado e vencido pela
insegurança causada pelas invasões. “Dedico-me a pecuária há anos, mas
na primeira proposta que pagarem pelas bem-feitorias e terra nua, deixo
a propriedade sem pensar duas vezes”, disse o produtor.
Para a Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), a
ampliação é ilegal e a invasão instiga a violência. “Mais do que ilegal,
invasão de propriedade privada é um ato de violência. Até que ponto
vamos tolerar ações contrárias à ordem e à legislação em nosso Estado?”,
questiona o presidente da Famasul, Eduardo Riedel.
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