quinta-feira, 3 de maio de 2007

Educação Escolar Indígena

Hoje a educação escolar indígena é diferenciada, pois além dos alunos indígenas estarem estudando muitas diciplinas eles também tem estudado a língua materna.Isso é muito inportante pois é uma maneira de preservarmos a nossa própria língua.Hoje na aldeia cada vez mais há pessoas estudando, sendo assim está faltando salas de aula, não há carteiras nem cadeiras para os alunos ocuparem.Com isso há alunos desistindo. Começam a ir para as usinas, se envolvem com drogas, ou seja, entram no caminho da perdição.
E no próximo ano muitas pessoas vão estudar e ai como ficamos?pois estudar na cidade é muito dificil para muitas pessoas, primeiro por que hoje o preconceito está em todo lugar, a população indígena é tão mal conhecida pela população urbana que essa tem uma imagem ruim dos Índios.
Nós indígenas também temos o direito de ter uma educação escolar e o respeito de todos. Mas como vamos ficar com essa falta de sala de aula????????

Jaqueline G.Porto
Kaiowá

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Movimento das Mulheres Indígenas

No dia 13 de abril, fomos convidados a participar de um movimento que aconteceria em Campo Grande.
O mais legal foi que a dona Edite participante do conselho indígena das mulheres veio até a casa da aji nos convidar, sem contar que a aji forneceu os cartazes para ajudar na manifestação, mas tudo foi muito legal.
A gente saiu da aldeia as 5:00, com o ônibus das lideranças indígenas , estavamos acompanhados por vários deles , e todos nos trataram muito bem.
Chegamos em Campo Grande as 10: 00 horas da manhã , e fomos direto para a praça onde se encontravam todos os manifestantes e o que achei muito interessante foi: que tinha nome de movimento das mulheres. Não era só das mulheres, mas sim de homens, jovens, e até crianças e também não era só indígenas, mas sem terras, sem tetos, estudantes úniversitários e desempregados, estavam presentes índios de várias aldeias como Caarapó, Panambizinho, Amambai, Buriti e vário outros povos.
Quando chegamos em Campo Grande já se encontravam vários povos, nos organizamos com nossos cartazes, e saimos pelas ruas mais movimentadas de Campo Grande, caminhamos até a outra praça onde teria palanque e espaço para cada representante de sua comunidade.
Mas acabou sendo mas um discurso contra o governo atual(André), foi lá onde cada comunidade teve oportunidade de criticar sobre tudo que o governo tirou das comunidades carentes, bolsa familia, bolsa universitária, cesta básica etc.
De lá fomos de ônibus até a FATMS, não sei bem o que era, acho que uma casa de professores, enfim foi onde almoçamos, logo depois foi aberto um debate no próprio local onde todos os líderes apresentaram suas comunidades e expuseram os problemas e as dificuldades que cada um enfrenta, no meio dessa discussao foi escolhido uma equipe de algumas pessoas para ir para Brasília no abril indígena e também foi feito um documento em nome de todos que é claro que teve a assinatura de todos que estavam presentes, um pedido á favor do parque das nações indígenas, depois disso jantamos ali mesmo no local. As 20:00 horas pegamos a estrada de volta para Dourados e chegamos as 23:00, mas valeu a pena pelo menos pra mim, foi super legal.


Ana Claudia de Souza
Guarani

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Batismo do milho

Estivemos na aldeia Panambizinho no dia seis de abril para nos juntar com os indigenas locais e prestigiarmos a festa do milho. O batismo do milho é um ritual muito sagrado onde os caciques rezam para terem uma boa colheita e para que a próxima plantação de milho não tenha problemas .Pois na reserva eles não usam veneno contra as pragas, mas sim o benzimento.
A festa do milho foi durante três dias, havia a xixa que é uma bebida comum entre os indígenas, ela é preparada pelo milho colhido da roça. Hoje isso é muito raro nas aldeias, poucas pessoas participam dos rituais , pois a maioria da geração de hoje não preserva mais a sua cultura a sua língua materna e outros .
Agradecemos ao seu Luí que nos recebeu com tanto carinho juntamente com sua esposa Cida, e por essa linda festa do milho .

Jaqueline Gonçalves
kaiowá

O que é ser jovem na Aldeia de Dourados

Ser jovem na reserva de Dourados, é encarar vários problemas, mas é claro que não e só isso, também temos o lado bom.
Nos fins de semana, ser jovem pra mim é poder ir fundo em tudo que temos oportunidade de aprender, ser jovem de uma maneira que possamos aprender, buscar fundos, em algo que de uma forma me possa ser útil.
Obs:Ser jovem para mim dentro da Aldeia é encarar a vida de um modo muito difícil; por conta da violência, drogas, preconceito,bebidas alcoolicas, é um problema porque fechando ou não os olhos para não ver e os ouvidos para não ouvir, dentro da aldeia existe problemas sim.
Os jovens que cresceram sem nem um incentivo, ou seja sem instruções, infelizmente passaram, ou são vítimas desses problemas.
A bebida existe dentro da aldeia, e ela é a principal causa da violência, que de uns tempos pra cá, vem sendo motivo de preconceito, dentro e fora da aldeia.

Ana Cláudia de Souza
Guarani

quinta-feira, 5 de abril de 2007

As cestas básicas na aldeia

Hoje com a falta de alimentos na aldeia a população indigena está passando grandes necessidades . Este ano os indigenas não estão tendo garantido o segurança alimentar do governo e por conta disso há muitas familias passando fome , familias com renda mensal baixa , desempregadas e que temem pela falta de alimentos na aldeia.
Os índios recebem cestas básicas da FUNASA e estas não foram distribuidas por alguns meses e então a população indigenas ficou revoltada . O desespero de familias implorando por alimentação é imenso , nos utimos dia aqui na aldeia de Dourados houve mortes de crianças indigenas por desnutrição .
Mas até que enfim a cesta básica da FUNASA foi distribuida uma cesta básica de aproximadamente 40 kl para familias com crianças menores de sete anos e vinte cinco kl para outras familias . E finalmente o sorriso a alegria das familias ao pegarem a cesta básica voltou . Uma mulher indigena disse emocionada ''...hoje estou feliz por que hoje tenho comida para comer e tratar dos meus filhos ...'' e ainda ouvi um funcionario da FUNASA dizer ''se fosse uma reza não tinha tanta gente assim ...'' isso não é uma questão de cultura maa sim de necessidade .
Mas e a cesta básica do governo ? eles prometeram tanto que até hoje ninguém recebeu a cesta básica do governo pois a fome não espera .
A TEORIA É BOA MAS A PRÁTICA....................................!

Jaqueline Gonçalves - Kaiowá

terça-feira, 27 de março de 2007

Audiência Pública na Câmara Municipal de Dourados

No dia 23 de março foi realizada na Câmara Municipal de Dourados , uma Audiência Pública, para discutir os problemas que afetam a comunidade indígena.
Esteve presente várias lideranças indígenas. Tiveram como principal motivo(assunto) de discussão: A desnutrição indígena, que vem deixando tristezas no coracão de familias matando algumas de nossas crianças.
Só este ano já foram 4 vitímas da desnutrição. Na audiência foi discutido desde o início da mortalidade infantil até os acontecimentos de agora.
O Dr.Zelik Trajber disse que estavam ali para mostrar a realidade da saúde nas aldeias da região, ele tambem disse que para poder melhorar o quadro tinham que avaliar melhor sobre o quadro da desnutrição, violência, sobre o consumo de álcool, a divisão de terras, e que se não trabalhassemos com essa questão, não iriamos avançar.
O Fernando disse que é preciso chamar a atenção de todos os segmentos, e não simplismente falar de saúde, e disse ainda mas , que só falar e falar não resolve nada, é preciso responsabilidade dos demais que assumiram compromisso com os indígenas. E que eles não tem o compromisso só de ouvir, e sim de agir em favor da gente.
Também complementou com a falta de terra entre os povos indígenas, que se parar para pensar, os problemas que afetam a comunidade: a desnutrição, mortes violentas, consumo de álcool e doenças, o resultado final sempre seria por conta da falta de terra na comunidade indígena.
O mais legal de tudo foi que nós ,Representantes da Aji, só iriamos para registrar o momento, mas assim que chegamos lá encontramos oportunidade de participar de outra maneira, muito mais interesante. Tivemos a oportunidade de falar pelos jovens, e todos os problemas que nos afetam.

ANA CLAUDIA DE SOUZA , GUARANI.

quinta-feira, 22 de março de 2007

Desnutrição

É lamentável ver que a desnutrição esta sendo usada mais como um motivo para alguns meios de comunicação banalizar ainda mais a comunidade indigena. Será que algum dia, já relataram as coisas boas que a comunidade indígena tem? Alguma vez já publicaram uma mátéria falando do índice de crianças que não estão em estado de desnutrição?Não só da questão da saúde, mas da educação, do esporte.É so aparecer uma notícia negativa para a imprensa "cair em cima"da comunidade indígena, a mesma já não é bem vista por parte da sociedade, ainda enfatizam mais os pontos negativos.
A questão da desnutrição é muito mais ampla do que se parece, a maioria diz que a causa da desnutrição é so pela ausência de alimentos, mas na verdade esta causa é muito mais complexa do que parece, é um conjunto de fatores desde a falta de conhecimento até a organização do meio em que vivem as respectivas familias.
Outras deduções absurdas que se houve, é que isto acontece devido a cultura indigena, como se isto fosse algo da cultura. É importante frizar que a desnutriçãonão não esta acontecendo em massa como muitos meios de comunicação querem passar, mas o que acontece é a distribuição de informações distorcidas que banalizam cada vez mais a comunidade indigena. Há caso de desnutriçao sim, mas este ano ainda é pouco os casos registrados.
Não é a distribuição de cestas básicas que irá acabar com a desnutrição, ela contribui sim, mas não é o unico fator. O emergencial esta se tornando pemanente, o que falta são as tão faladas medidas estruturais que sempre são prometidas, mas quase nunca são cumpridas.
E preciso que se dê "nomes aos bois",os orgãos responsáveis por esta estruturação deixem de lado o descaso e encarem esta luta junto com a comunidade indígena, pois só uma ação conjunta minimizará este mal ou até exclui-lo.


Graciela Pereira de Souza, 20 anos
etnia - guarani

sexta-feira, 16 de março de 2007

Oficina de fotografia

No dia 5 de março estivemos no NAM, situado na aldeia Jaguapiru, para participar de uma oficina de fotografia que foi dada pelo professor Octávio. Ele não mediu esforços e veio de Belém até aqui no MS, na aldeia de Dourados para nos dar essa linda e inesquecivel oficina de fotografia .
Para mim foi uma experiência muito boa , nunca imaginava que podia fabricar minha própria máquina fotográfica. Nossa é uma coisa muito louca e muito bacana , ele nos ensinou muitas coisas . Fabricamos nossa própria máquina, quem nos via tirando fotos com aquela máquina dizia que estávamos pirados. Eles duvidavam da nossa máquina, nem mesmo eu acreditava que ela fosse funcionar.Também fomos nós quem revelavamos as fotos e isso foi feito em um laboratório feito por nós mesmos, um trabalho que exige muito cuidado , muita concentração, mas nada era difícil .
Essa oficina durou uma semana, haviam duas turmas: uma no periodo matutino e outra no periodo vespertino. Foi muito legal a oficina, durou uma semana mas não para por ai. Ela vai continuar , pois ainda é só o começo , assim como eu adorei , com certeza os outros também adoraram.
Isso é mais uma das novidades da AJI e é claro que eu quero continuar nessa oficina, pois a gente vai se descobrindo e todos são capazes,só basta querer .


Jaqueline Gonçalves,17 anos
Kaiowá

terça-feira, 13 de março de 2007

PRAGAS

A mosca branca é muito pequena,só dá para ver com o microscópio e luneta.
Ela faz um estrago muito grande nas plantas porque ataca as folhas e elas morrem.
Atinge muitas plantas como por exemplo: mandioca,tomate,batata,abóbora etc,quase todo tipo de espécies; as que ela não atinge é o milho e a cana.
Não existe solução,existe prevenção, se não passar o veneno,perde 100% da plantação e com veneno perde 50% da plantação, metade,é um veneno de poder pequeno.
Ela veio da Europa, passou pelos Estados Unidos e está no Brasil, na Europa não existe mais mandioca porque as moscas não deixam mais, matam todas.
E se elas continuarem assim irão acabar com todas as platação e ninguém mais irá ter suas hortas e plantações.
Temos que ir na Funai, Prefeitura e Embrapa para conseguir veneno e mobilizar as pessoas da região e das aldeias, para todos passarem nas suas plantações. Se todos passarem existem mais possibilidades das moscas diminuirem.



Diana Davilã da Silva
Terena

Impunidade na Aldeia

A impunidade além de ser um dos casos que mais tem dentro da aldeia,também é o principal motivo de mortes entre a população indígena.
A população indígena tem se sentido muito insegura, não só por falta de justiça, mas em relação à própria comunidade, que já não tem segurança alguma e por conta disso a impunidade corre solta dentro da aldeia, deixando familias, amigos, parentes ou talvez até a comunidade inteira super revoltada.
Existem casos lá dentro de brigas e até mortes, que os responsáveis sabem que a segurança não atua o tempo todo dentro da aldeia, e por isso cometem crimes gravissimos sabendo que não vão ser punidos.
Acontecendo assim os parentes e amigos das vítimas se revoltam e ambos vão em busca da vingança que gera uma violência muito maior, que faz com que ela não chegue à ter fim.



ANA CLAUDIA DE SOUZA
GUARANI

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

A AJI ganha novos integrantes

A AJI está em festa..Enquanto pessoas antigas saem para assumir a vida...Pessoas novas estão entrando.
É o caso da Keila,Keli e Fabiana que hoje visitaram a AJI e pelo jeito vão estar com agente durante muito tempo.
Sejam Bem Vindas!!!!!!!
AJI

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

O SOL e A LUA

Era uma vez o sol e a lua, uma mulher era grávida de um rapaz chamado Peju. Ele era o pai do sol e da lua. A mãe era grávida de dois gêmeos e depois que a mãe fez 9 meses de grávida os dois meninos nasceram para ser sol e a lua. Eles nasceram a noite, depois que o sol e a lua cresceram a mãe morreu aí eles ficaram adulto. E eles tinham dois colares.
Aqueles dois colares eram muito brilhantes. Os inimigos deles queriam tanto esse colar. Ai o sol e a lua saíram da casa para que eles fizessem os inimigos ficarem como os bichos maus e depois o sol e a lua foram na terra onde os inimigos deles moravam. Eles chegaram lá e deram o colar falso pro o inimigo deles e depois eles foram embora.
Os inimigos deles ficaram todos bichos e eles ficaram felizes e comemoraram. Eles foram no jardim bem bonito, eles deixaram o colar deles lá no jardim.


Tatiane Raulio, 14 anos, kaiowa