Índio tenta trabalhar na terra na região de Humaitá
Sob risco de morte e espancamento, índios evitam
circular pela cidade onde são apontados como responsáveis pelo
desaparecimento de três homens brancos
A
cidade de Humaitá, no Amazonas, vive um apartheid. Em suas terras, nem
os índios Tenharim, nem os Parintintin, nem os Jihaui podem pisar, sob
pena de serem espancados e mortos. Não apenas por comerciantes e
pecuaristas, mas por moradores que, como eles, vivem na pobreza.
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A suspeita de que indígenas seriam os responsáveis pelo desaparecimento de três brancos na região
trouxe à tona uma teia de conflitos e contradições. O primeiro
resultado foi a culpabilização dos indígenas, antes de qualquer
investigação séria – cobrada por eles e pelos parentes dos
desaparecidos. Em segundo lugar, vieram atos de violência. No rastro
dessa desastrosa história em que a versão dos indígenas quase sempre é
ignorada, há diversos – e antagônicos – pontos de vista. Em todos eles
há uma denúncia em comum: a omissão do Estado.
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