terça-feira, 24 de setembro de 2013

Congresso discute projeto que atribui demarcação de terras indígenas à União


A proposta, que tem o aval do governo, permite ao Executivo promover a demarcação com a exclusão de áreas consideradas "estratégicas" para o governo, como as que possuem exploração de riquezas como petróleo, gás, linhas de energia, situadas em "locais indispensáveis à segurança pública" e instalações militares, perímetros urbanos dos municípios e unidades de proteção ambiental, entre outras.
Também estabelece que, se esses locais excluídos da demarcação forem "indispensáveis à sobrevivência e reprodução das tradições indígenas", deve ser promovida pela União a compensação da área equivalente na mesma região onde se localiza a reserva.
O projeto foi apresentado na comissão mista (com deputados e senadores) que regulamenta artigos da Constituição Federal. Relator do projeto, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) articula com o governo a aprovação da proposta. Para entrar em vigor, ela tem que ser aprovada na comissão e, posteriormente, nos plenários da Câmara e do Senado.
Na Câmara, tramita uma proposta de emenda à Constituição que retira do Executivo e repassa para o Legislativo a atribuição para demarcar as terras indígenas. O governo e as lideranças indígenas são contrários ao texto da PEC, mas a bancada ruralista defende a sua aprovação.
Atualmente, a demarcação é feita pela Funai (Fundação Nacional do Índio), antes da palavra final do Planalto. Os ruralistas querem tirar os poderes da fundação por acusá-la de fraudar laudos e inflar conflitos entre índios e produtores.
Os indígenas também estão descontentes com o órgão e reclamam da demora nos processos de demarcação. O Planalto é contra a PEC e trabalha para evitar que esse debate ganhe força no Congresso por causa do peso da bancada ruralista, que podem impor derrotas ao governo em votações.

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