Por iniciativa dos deputados federais Nilson Leitão (PSDB-MT) e Reinaldo Azambuja (PSDB-MS) foi realizada na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados audiência pública que discutiu as consequências da retirada de posseiros da área indígena Marãiwatsédé e a atual situação dos moradores do Posto da Mata, no nordeste mato-grossense.
O evento, segundo os parlamentares, é de suma importância, pois esta área “era
a mais produtiva da região do Alto Boa Vista. Segundo a associação de
produtores, destas terras saiam 73% da produção agrícola do município.
Além de não produzir mais, boa parte dos agricultores e pecuaristas está
endividada e sem condições de cobrir seus compromissos”, afirmaram em nota. Por este motivo, segue a nota, “faz-se necessário um maior debate sobre o tema em questão”.
Entendendo o caso –
A reserva Marãiwatsédé foi homologada através de decreto presidencial
em 1998 sem o devido debate com a sociedade diretamente envolvida e, por
este motivo, muitos produtores de soja e arroz permaneceram dentro da
gleba que fazia parte da nova reserva. Tudo piorou, segundo os
deputados, quando há um ano o Ministério da Justiça obrigou a saída
imediata dos colonos de suas casas e áreas cultivadas na gleba
Suiá-Missú.
Em seu pronunciamento, Leitão destacou que, “recentemente
a Secretaria de Direitos Humanos admitiu que a desocupação não foi
feita da melhor forma e que houve violação dos direitos humanos” e disse ainda que, segundo a própria Secretaria “o caso Suiá-Missù deve servir de exemplo para que não ocorra em outros processos de demarcação de terras indígenas”.
Miséria - “Muitas
famílias estão passando sérias necessidades, em estado de miséria,
principalmente as que estão instaladas no projeto Casulo do governo
federal. O local não possui infraestrutura e as famílias vivem em
barracos de lona preta”, reforçou Azambuja, complementando: “Esse
projeto é precário, mais conhecido como vila da miséria, um loteamento
de diversas famílias que estão passando fome. Não tem como levar água,
nem médico para o local por conta da localização geográfica”.
Em nota à imprensa, os deputados disseram acreditar firmemente “que
a audiência contribuiu para o atendimento dos propósitos da sociedade
brasileira, no sentido de buscar solução para o conflito permanente,
ressaltando o estado de abandono e total descaso com os brasileiros que
foram retirados de suas áreas de moradia e subsistência”.
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