segunda-feira, 29 de março de 2010

TRIBUTO AO ÍNDIO

Homenagem todos os índios do Brasil neste mês de abril e sempre

Antes de nossa chegada
Como o índio era feliz!
Tinha a mãe natureza
Como suprema matriz
Da qual extraía a seiva
Necessária ao seu matiz.


A mãe natureza era
Ao extremo respeitada
Porque o índio entendia
Que sem ela ele era nada.
Neste tempo, Pindorama,
Realmente foste amada!

Não tinha poluição,
Queimadas, desmatamento.
Não havia inseticida.
Era puro, o alimento.
O globo sorria alegre
Livre do aquecimento.

O índio só extraía,
da natureza, a essência
A qual fosse necessária
À sua sobrevivência.
Tinha então com o meio
Perfeitíssima convivência.

Não tinha capitalismo
Selvagem ou domesticado.
Com união e respeito,
Todo mundo era tratado.
Cada índio tinha o seu
Espaço igual reservado.

Então chega o europeu
Com o "verdadeiro ideal"
De vida e se escandaliza
Diante do Natural.
Fareja a terra do índio
Como alvo principal.

O índio então vai cedendo
Iludido ou obrigado.
Entrega suas riquezas
Entre elas o legado
Cultural que invadido
Se torna fragilizado.

Quando o índio percebe
Deus! Já é tarde demais...
Os que se diziam amigos
Eram inimigos fatais.
Tomariam suas terras
Com covardia voraz.

Um minuto de silêncio,
Peço ao amigo leitor
Pelo massacre expedido
Que causara grito e dor.
Chamamos dizimação,
Esses atos de horror.

Sinto-me envergonhado,
Caro índio, nesse dia.
Sei que nenhuma desculpa
Vai curar a tirania
Praticada contra ti.
Teu sangue não silencia.

Mesmo assim peço perdão
Por todo o mal que te fiz.
Não é certo massacrar.
Dar vazão à cicatriz
Incurável em função
Da construção de um país.

Se for possível perdoe
Esta vã humanidade
Que se destrói dia-a-dia.
Para ela, na verdade,
O dinheiro e não a vida
Tem maior prioridade.

Percorro quinhentos anos
E ao povo índio contemplo
Na certeza de que ele
É o mais elevado exemplo
De vida a ser seguido
Pelo mundo em qualquer tempo.

Autor: Manoel Messias Belizario Neto

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